Gestão do Ativo Imobilizado
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Você já ouviu falar em ativo imobilizado? De modo geral, ele representa um bem tangível, utilizado para a produção de bens e/ou serviços, aluguel de terceiros ou para fins administrativos da própria empresa e que será utilizado por mais de um período.
Conhecer e ter controle do imobilizado possibilita que a organização cumpra corretamente sua obrigação fiscal, e ainda permite potencializar a gestão, tornando-a mais competitiva.
Quer saber mais sobre esse tema? Então continue a leitura do post que preparamos para entender a sua importância, como ocorre a depreciação e o seu valor mínimo.
Um ativo imobilizado, de acordo com o CPC 27, nada mais é do que um bem palpável que pode ser usado para a produção, fornecimento de mercadorias ou serviços, aluguel a outros, ou para fins administrativos. Normalmente, ele também é utilizado por mais de um período de tempo.
Na hora de reconhecer um ativo imobilizado, é possível, ainda, levar em conta dois aspectos elencados no Regulamento do Imposto de Renda, em seu artigo 313:
Para a Receita Federal, o conceito de ativo imobilizado é o conjunto de bens que abrangem os custos de benfeitorias.
*A sigla CPC significa Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Sendo esta a instituição responsável pela definição dos termos contábeis e também pelo preparo e emissão dos pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade e divulgações neste âmbito.
Em suma, um ativo imobilizado pode ser classificado por classes, ou seja, bens de natureza e uso semelhantes. Alguns exemplos de classe ou tipos são:
Sabendo o que é ativo imobilizado, agora precisamos entender o que não é. Imóveis e terrenos mantidos por uma entidade para obter renda não podem ser considerados como ativo imobilizado.
Eles são regulamentados pelo CPC 28 e devem ser classificados no balanço da empresa como propriedade para investimento.
Outros ativos que não podem ser considerados como ativo imobilizado são os ativos biológicos, que estão relacionados com a atividade agrícola. O CPC 29 é o pronunciamento técnico relativo a esse tipo de ativo.
Além desses, os direitos sobre jazidas e reservas minerais, como petróleo, gás natural, carvão mineral e dolomita e outros recursos não renováveis semelhantes, não podem ser classificados como ativos imobilizados.
Os ativos relativos à exploração e avaliação de recursos minerais são tratados no CPC 34.
Hoje em dia, entender o que é ativo imobilizado vai além de cumprir uma exigência fiscal.
É importante que uma empresa tenha conhecimento sobre o domínio do seu patrimônio para determinar o tratamento contábil para os ativos imobilizados e facilitar os questionamentos de auditorias internas e independentes, bancos, exigências licitatórias, entre outros.
Além disso, ao realizar o controle sobre seu ativo imobilizado, a empresa também estará preparada para operações que podem ocorrer futuramente, como fusões, aquisições, cisões, entre outras.
E junto a esse controle, o conhecimento de valor adequado sobre esses bens oferece uma visão e conhecimento da situação real da organização, auxiliando, consequentemente, a realizar decisões estratégicas.
Outra importância está relacionada à Gestão do Ativo Imobilizado. A partir do controle patrimonial é possível que uma empresa consiga reduzir seus custos e racionalizar as operações, de maneira que esta ofereça produtos e serviços mais competitivos.
E, para finalizar, temos outro ponto importante do controle dos ativos de uma empresa que é seguir as normas internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards – IFRS) e nacionais (Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC).
Isso mostra organização da empresa, boas práticas de mercado e facilita o entendimento das demonstrações, dados entre filiais e matrizes, entre outros. O controle do ativo imobilizado pode ser feito por meio de um inventário patrimonial.
É importante realizar as contas do ativo imobilizado para classificá-las no balanço patrimonial de forma correta.
Sendo assim, esses bens tangíveis, cujo objetivo não é gerar lucro para a empresa, mas sim destiná-los para que a mesma funcione corretamente, devem constar no grupo de ativos não circulantes.
Abaixo você verá quais são as contas mais comuns do ativo imobilizado, para que você possa fazer a implantação e movimentação delas e assim garantir maior controle e benefícios para seu negócio.
Sabemos que os imóveis são utilizados para desenvolver as atividades necessárias da empresa. E fazem parte dessa conta:
Aqui entram todos os tipos de máquinas ou equipamentos necessários para a execução de um trabalho, como, por exemplo: uma máquina de costura ou uma prensa hidráulica.
Os móveis e utensílios são todos aqueles utilizados na empresa para desenvolvimentos das atividades, como cadeiras, armários, mesas, TVs, entre outros.
Em veículos se enquadram os meios (carros, caminhões, motos e ônibus) utilizados para conduzir ou transportar pessoas e/ou cargas para qualquer atividade da empresa.
As ferramentas, como martelo, alicate, chaves de fenda, serras e tesouras, são os instrumentos usados para a realização de trabalhos específicos.
Os equipamentos de informática são os bens utilizados para ter acesso às informações por meios digitais, como notebooks, impressoras, servidores e tantos outros.
Os bens considerados imobilizados em andamento são aqueles que ainda não entraram em operação, ou seja, os que estão sendo construídos ou ainda os que foram importados.
Política de capitalização: mínimo R$ 1.000 e vida útil > 12 meses.
Base fiscal: impostos recuperáveis (ex.: ICMS/IPI) não compõem o custo do ativo.
Preço: R$ 500.000
Desconto comercial: R$ 5.000
Frete: R$ 10.000
Instalação: R$ 15.000
Testes de comissionamento: R$ 5.000
ICMS na nota: R$ 60.000 (recuperável)
Custo do ativo = (500.000 − 5.000) + 10.000 + 15.000 + 5.000 = R$ 525.000
Lançamento (15/01/2025):
D 1.2.3.04 Máquinas e Equip. …………. 525.000
D 1.1.x ICMS a recuperar ……………… 60.000
C 2.x Fornecedores/Caixa ……………… 585.000
Vida útil: 10 anos; valor residual: 5% (R$ 26.250)
Base depreciável: 525.000 − 26.250 = R$ 498.750
Depreciação mensal (linear): 498.750 / 120 = R$ 4.156,25
(Inicia em 02/2025)
Gastos Jan–Mar/2025: R$ 1.200.000
Lançamentos (acumular AE):
D 1.2.3.10 Imobilizado em Andamento …… 1.200.000
C 2.x Fornecedores/Caixa ……………… 1.200.000
Entrada em operação (01/04/2025):
D 1.2.3.02 Edificações e Benfeitorias ….. 1.200.000
C 1.2.3.10 Imobilizado em Andamento ……. 1.200.000
Vida útil: 25 anos; residual: 0
Depreciação mensal: 1.200.000 / 300 = R$ 4.000,00
(Inicia em 04/2025)
Custo histórico: R$ 200.000
Depreciação acumulada: R$ 170.000
Valor contábil líquido (VCL): R$ 30.000
Preço de venda: R$ 28.000 → Perda R$ 2.000
Lançamento:
D 1.2.3.92 Depreciação Acum. – Máq. …… 170.000
D 1.1.x Caixa/Bancos …………………. 28.000
D 3.x Despesa/Perda na alienação ……… 2.000
C 1.2.3.04 Máquinas e Equip. ………….. 200.000
Máquina nova: fev–jun (5 meses) × 4.156,25 = R$ 20.781,25
Edificação: abr–jun (3 meses) × 4.000,00 = R$ 12.000,00
Total: R$ 32.781,25
Lançamentos mensais (ex.: junho/2025):
D 3.x Despesa de Depreciação …………. 8.156,25
C 1.2.3.92 Deprec. Acum. – Máq. ………. 4.156,25
C 1.2.3.91 Deprec. Acum. – Edif. ……… 4.000,00
Conta | Custo (R$) | Deprec. Acum. (R$) | VCL (R$) |
---|---|---|---|
Edificações e Benfeitorias | 1.200.000 | 12.000 | 1.188.000 |
Máquinas e Equip. (nova) | 525.000 | 20.781,25 | 504.218,75 |
Imobilizado em Andamento | 0 | – | 0 |
Total Imobilizado | 1.725.000 | 32.781,25 | 1.692.218,75 |
• Terrenos não depreciam.
• Impostos recuperáveis vão para “impostos a recuperar”.
• Depreciação começa quando o ativo está disponível para uso.
• Ganho/Perda na alienação vai ao resultado.
É comum que, ao longo do tempo e com o uso, os bens imobilizados, com exceção do terreno, percam o seu valor. Damos o nome a essa perda de depreciação.
De modo geral, a depreciação de um ativo imobilizado se inicia quando ele está disponível para uso, ou seja, quando já está no local, pronto para ser utilizado na forma pretendida pela empresa.
No entanto, a depreciação deve parar na data em que o ativo é classificado como “mantido para venda” ou quando ele é baixado, o que ocorrer primeiro.
É possível consultar as taxas de depreciação anual e o tempo de vida útil de bens do ativo imobilizado no Anexo III da Instrução Normativa n° 1.700/2017, mapeados pela Receita Federal.
Por fim, caso a empresa deseje adequar os dados relativos às particularidades de seus bens, será necessário que se faça prova dessa adequação por meio de perícia, mantendo um laudo assinado por profissional autorizado.
Veja abaixo as principais taxas de depreciação praticadas:
Bem | Taxa anual depreciação | Vida útil anos |
Imóveis | 4% | 25 |
Instalações | 10% | 10 |
Máquinas e equipamentos | 10% | 10 |
Móveis e utensílios | 10% | 10 |
Veículos | 20% | 5 |
Equipamentos de informática | 20% | 5 |
Manter o controle do ativo imobilizado em dia é importante para qualquer empresa que deseja estar em conformidade fiscal, transparência contábil e eficiência operacional. Ao registrar e monitorar corretamente cada bem, desde máquinas e equipamentos até imóveis e veículos, a organização assegura o cumprimento das normas do CPC 27 e do IFRS, além de ter uma perspectiva do seu patrimônio.
Além disso, compreender como funciona a depreciação do ativo imobilizado, sua vida útil e o valor mínimo para enquadramento nessa categoria permite otimizar a gestão patrimonial e evitar perdas financeiras. Mais do que atender exigências legais, essa prática fortalece a competitividade, facilita auditorias, apoia negociações de fusões e aquisições e contribui para a saúde financeira do negócio.
Para empresas que buscam precisão e segurança nesse processo, contar com uma consultoria especializada em avaliação de ativos, como o Grupo Investor, é um diferencial. Nossa equipe de especialistas realiza inventários patrimoniais, cálculos de depreciação e análises de valor com metodologias reconhecidas, garantindo resultados confiáveis e personalizados.
Se deseja transformar a gestão do seu ativo imobilizado em um diferencial competitivo auxiliar o crescimento do seu negócio, entre em contato conosco e descubra como podemos agregar valor à sua empresa.
De acordo com o CPC 27, é um bem tangível utilizado para produção ou fornecimento de mercadorias/serviços, aluguel a terceiros ou uso administrativo, normalmente por mais de um período.
Segundo o Regulamento do Imposto de Renda (art. 313), o bem deve: Ter valor unitário superior a R$ 1.200,00; Ter vida útil superior a 1 ano.
Terrenos Edificações Máquinas e equipamentos Móveis e utensílios Veículos Ferramentas Computadores e periféricos Máquinas em construção Consórcios em andamento Florestamento e reflorestamento
Imóveis e terrenos para obtenção de renda (CPC 28 – Propriedade para Investimento); Ativos biológicos (CPC 29); Direitos sobre jazidas e reservas minerais, petróleo, gás, carvão e outros recursos não renováveis (CPC 34).
Cumprimento das exigências fiscais e contábeis; Facilita auditorias internas/externas; Apoia fusões, aquisições e cisões; Permite decisões estratégicas baseadas no valor real do patrimônio; Reduz custos e otimiza operações.
Processo de controle e monitoramento dos bens da empresa, garantindo conformidade com normas IFRS e CPC, racionalização de custos, competitividade e padronização de dados entre filiais e matriz.
No ativo não circulante, pois são bens destinados ao funcionamento da empresa, e não à revenda ou geração de lucro direto.
Imóveis: terrenos e edificações Máquinas e equipamentos Móveis e utensílios Veículos Ferramentas Equipamentos de informática Imobilizado em andamento (bens em construção ou importação)
Começa quando o bem está disponível para uso; Para quando o ativo é baixado ou classificado como mantido para venda; Terrenos não depreciam; Base depreciável = custo – valor residual.
Exemplo (máquina nova – custo R$ 525.000, valor residual R$ 26.250, vida útil 10 anos): Base depreciável: R$ 498.750 Depreciação mensal (linear): R$ 4.156,25
Aquisição: incluir preço, frete, instalação, testes, excluindo impostos recuperáveis; Construção: registrar no “Imobilizado em Andamento” até entrar em operação; Venda: baixar custo histórico e depreciação acumulada, reconhecendo ganho ou perda.
Na Instrução Normativa nº 1.700/2017, Anexo III. Se a empresa quiser adotar taxas diferentes, deve comprovar por laudo técnico pericial assinado por profissional habilitado.
Uma gestão eficiente do imobilizado: Reduz desperdícios e custos; Facilita acesso a crédito e licitações; Melhora transparência e governança; Fortalece valor de mercado da empresa. O que é um ativo imobilizado?
Quais são os critérios para reconhecer um bem como ativo imobilizado?
Exemplos de ativos imobilizados
O que não é considerado ativo imobilizado?
Por que o controle do ativo imobilizado é importante?
O que é gestão do ativo imobilizado?
Onde o ativo imobilizado é classificado no balanço patrimonial?
Quais são as principais contas do ativo imobilizado?
Como ocorre a depreciação do ativo imobilizado?
Como é calculada a depreciação na prática?
Como registrar aquisição, construção e venda de ativos?
Onde consultar as taxas e ajustar à realidade da empresa?
Qual é a relação entre ativo imobilizado e competitividade?
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