Finanças corporativas
Quando um investidor aplica em um fundo, uma das principais referências que ele acompanha é o valor da cota. Afinal, é a partir dela que se mede a rentabilidade e o desempenho do investimento ao longo do tempo. Mas o que muitos não sabem é que esse valor não surge de forma aleatória: ele é definido por meio de um processo chamado marcação de cotas.
Esse procedimento é essencial para garantir transparência, equidade entre os cotistas e uma visão realista do patrimônio do fundo. A depender da metodologia utilizada (marcação a mercado ou marcação na curva), os resultados apresentados podem transmitir percepções diferentes sobre o desempenho.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é a marcação de cotas, como ela funciona, quais as normas aplicáveis pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e quais impactos diretos esse processo traz para investidores e gestores. Continue a leitura.

A marcação de cotas é o processo de precificação que define o valor diário das cotas de um fundo de investimento. Em outras palavras, é a forma pela qual os ativos que compõem a carteira do fundo são avaliados e refletidos no valor de cada cota, garantindo que esse preço esteja alinhado à realidade do mercado.
Esse mecanismo é essencial porque assegura que todos os cotistas (tanto os que já estão no fundo quanto os que pretendem entrar ou sair) tenham acesso a informações justas e transparentes sobre o patrimônio administrado.
Sem a marcação de cotas, os investidores poderiam ter uma visão distorcida do desempenho do fundo, o que comprometeria a credibilidade, a equidade entre participantes e a tomada de decisão.
A precificação das cotas de um fundo pode ser feita de duas formas principais: marcação a mercado e marcação na curva. Embora ambas tenham o mesmo objetivo (atribuir valor aos ativos da carteira), os métodos apresentam diferenças significativas em relação à transparência e ao reflexo das condições reais do mercado.
Na marcação a mercado, os ativos são avaliados diariamente de acordo com os preços praticados no mercado no momento da apuração. Isso significa que variações de juros, câmbio, bolsa de valores ou outros fatores externos impactam diretamente o valor das cotas.
É a metodologia obrigatória segundo as normas da CVM e considerada a mais justa, pois espelha de forma fiel as condições do mercado. Embora possa gerar maior volatilidade no curto prazo, traz mais clareza e segurança para os investidores.
Já a marcação na curva mantém os ativos registrados pelo seu valor de aquisição, corrigido apenas pelos juros ou fluxos financeiros contratados. Essa prática dá a impressão de maior estabilidade, já que ignora oscilações do mercado.
Apesar de parecer mais “suave”, essa metodologia pode mascarar riscos e não refletir corretamente o valor que o investidor receberia caso decidisse vender ou resgatar sua posição. Por isso, seu uso é restrito e menos recomendado.

A marcação de cotas é muito mais do que um procedimento técnico: trata-se de um mecanismo de proteção e transparência para todos os participantes de um fundo de investimento. Ao refletir de forma justa o valor dos ativos, esse processo assegura que os investidores tenham informações claras e confiáveis sobre o desempenho do fundo.
Entre os principais motivos que tornam a marcação de cotas essencial, destacam-se:
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabelece que a marcação de cotas de fundos de investimento deve ser feita a valor de mercado, em conformidade com as práticas contábeis e regulatórias que visam proteger o investidor e assegurar a integridade do sistema financeiro.
Esse posicionamento tem como objetivo garantir que o valor das cotas reflita, de forma justa e transparente, as condições reais do mercado. Dessa forma, todos os cotistas, tanto os que ingressam quanto os que resgatam, são tratados de maneira equitativa.
A norma busca:
A marcação de cotas não afeta todos os fundos da mesma forma. O impacto varia de acordo com a composição da carteira, a estratégia de gestão e a sensibilidade de cada ativo às condições de mercado.
Veja como esse processo se manifesta nos principais tipos de fundos:
Nos fundos de renda fixa, a marcação a mercado tem forte relação com as oscilações da taxa de juros.
Quando os juros sobem, os títulos já emitidos tendem a perder valor, reduzindo o preço das cotas. Quando os juros caem, ocorre o movimento inverso: os títulos se valorizam, elevando o valor das cotas.
Isso significa que a rentabilidade percebida no curto prazo pode variar significativamente, mesmo que os títulos tenham retorno previsível se mantidos até o vencimento.
Por investirem em diferentes classes de ativos (renda fixa, ações, derivativos, câmbio etc.), os fundos multimercado apresentam maior volatilidade na marcação de cotas. Cada movimento do mercado se reflete rapidamente no valor da cota, o que pode ser positivo em momentos de alta, mas também trazer riscos em períodos de instabilidade.
Nesse caso, a marcação é praticamente automática, já que as ações são negociadas em bolsa e possuem preços públicos e diários. O valor da cota acompanha diretamente a valorização ou desvalorização dos papéis, trazendo clareza e objetividade na mensuração do desempenho.
A marcação de cotas de fundos é um mecanismo essencial para garantir que o valor das cotas reflita a realidade do mercado, oferecendo transparência, equidade e segurança tanto para investidores quanto para gestores.
Ao acompanhar a marcação de cotas, o investidor obtém uma visão precisa do desempenho do fundo, consegue comparar alternativas de investimento justamente e toma decisões mais estratégicas com base em informações confiáveis.
Além disso, a observância das normas da CVM assegura que a gestão do fundo siga padrões técnicos rigorosos, reduzindo riscos e fortalecendo a credibilidade do mercado.
Portanto, compreender o funcionamento da marcação de cotas e analisar os relatórios de maneira criteriosa é fundamental para maximizar resultados e proteger seus investimentos. Contar com apoio especializado também facilita a interpretação de informações complexas, garantindo decisões mais assertivas.

É graduanda em Letras pela UFMG, com atuação focada em comunicação digital, produção de conteúdo e estratégia de marketing. Tem experiência com criação e design de newsletters, marketing no Instagram, endomarketing, SEO, Google Analytics, copywriting, blogs, e produção de conteúdo para web. Domina ferramentas como Canva, WordPress, Google Ads, além de ter certificações em Marketing Digital, SEO, Analytics e Redação Web por instituições como Udemy, Sebrae, Rock Content e Rock University.
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