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Finanças corporativas
O volume de fusões e aquisições (M&A) no Brasil permanece bem abaixo do pico registrado em 2021. Até o final de setembro de 2025, foram contabilizadas cerca de 1.087 transações, o que representa uma queda de aproximadamente 34,5% em relação ao recorde de 1.659 negócios naquele ano.
No segmento de fintechs, especificamente, embora ainda haja captação e transações, houve uma desaceleração no ritmo de aquisições em comparação com o momento de auge da transformação digital impulsionada pela pandemia.
Total de M&A no Brasil até setembro de 2025: ~ 1.087 transações.
Redução de ~ 34,5% em relação ao pico de 2021 (1.659 transações).
Setores mais ativos: telecomunicações, mídia e tecnologia – 453 dos negócios.
Fintechs brasileiras captaram R$ 4,8 bilhões em 2024, mas o ritmo de M&A no setor não retornou aos níveis pré-pandemia.
Volume em queda após boom
O pico de M&A em 2021 foi influenciado por taxas de juros mais baixas e entusiasmo com digitalização. Agora, com juros mais altos e maior incerteza macro, o ritmo voltou a cair.
Mudança de foco no setor de fintechs
Embora ainda haja investimento em fintechs, o “fervo” de aquisições diminuiu porque muitos negócios já estão maduros, os valuations subiram e os riscos regulatórios/operacionais se tornaram mais visíveis.
Ambiente exige mais seletividade
As empresas que buscam fazer aquisições precisam Agora de mais disciplina — olhar para dar mais “fit” estratégico, sinergias reais, taxas de juros maiores — o que reduz o número de operações, mas pode aumentar a qualidade.
A Raízen fechou a venda da usina Continental para o Grupo Colorado, em um negócio estimado em R$ 750 milhões.
A transação marca a saída da Raízen de uma planta específica para concentrar esforços em seu core de etanol, açúcar e biocombustíveis, enquanto o Grupo Colorado adquiriu o ativo para ampliar sua presença no setor sucroenergético.
Embora não haja todos os detalhes públicos sobre data de fechamento ou condições, o valor indicado já evidencia que as movimentações de M&A no setor sucroalcooleiro continuam como instrumento relevante de reorganização estratégica.
Valor estimado da transação: R$ 750 milhões.
Vendedor: Raízen — compradora: Grupo Colorado.
Motivo aparente: Raízen se desfaz da usina para focar em outras frentes de negócio; Grupo Colorado expande ativo produtivo.
Setor: segundo o setor sucroalcooleiro, envolvendo usina açucareira e provável cogeração de energia ou bioenergia integrada.
Venda estratégica para foco renovado
A Raízen se desfaz de uma de suas unidades para concentrar recursos e gestão em negócios com maior retorno estratégico ou escala, em vez de manter ativos dispersos.
Expansão via aquisição para o comprador
Para o Grupo Colorado, adquirir a usina representa ganho de escala, reforço de portfólio produtivo e potencial para sinergias com logística ou outros ativos que possua.
M&A como mecanismo de ajuste em setores tradicionais
Mesmo em segmentos maduros como o açúcar/álcool, fusões e aquisições servem para reorganização de planta, controle de custo, racionalização ou entrada em áreas específicas de valor (como bioenergia, cogeração, energia renovável).
A SLC Agrícola firmou um acordo de aproximadamente R$ 1,03 bilhão com fundos vinculados ao BTG Pactual. Esse capital será destinado à contribuição de ativos da empresa — como a Fazenda Piratini (na Bahia) — e financiamentos de projetos de irrigação, com o objetivo de expandir suas operações agrícolas e reduzir alavancagem.
Segundo o CEO da SLC, esse modelo de parceria poderá ser replicado no futuro, desde que se mantenha o “encaixe de valor da terra”.
Valor do acordo: ~ R$ 1,03 bilhão.
Parceiros: fundos do BTG Pactual.
Contribuição da empresa: ativos (ex: Fazenda Piratini) para as sociedades criadas.
Uso do capital: investimento em projetos de irrigação e expansão agrícola.
Possibilidade de replicar o modelo: indicada pelo CEO da empresa.
Financiamento via ativos em vez de dívida pura
A empresa entrega parte dos seus ativos para os fundos e obtém capital, em vez de contrair dívida tradicional — isso alivia o balanço e reduz dependência de empréstimos.
Foco em irrigação e crescimento sustentável
Os investimentos serão direcionados a expandir áreas de produção irrigada, o que reduz risco climático e aumenta produtividade — essencial num cenário agrícola competitivo.
Modelo de parceria que pode se repetir
A SLC vê esse acordo como piloto: se os retornos forem positivos, ela poderá firmar outras parcerias semelhantes com fundos — ampliando escala e mantido controle estratégico.
O Grupo Guararapes, controlador da rede Riachuelo, negociou a venda de 100% das quotas do shopping Midway Mall, em Natal (RN), para um grupo liderado pela gestora Capitânia Capital e outros investidores. A proposta foi submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e está em memorando de entendimento não-vinculante.
O valor estimado da operação é de aproximadamente R$ 1,6 bilhão, o que representa quase 30% do valor de mercado da Guararapes na Bolsa.
O MIDWAY Mall, inaugurado em abril de 2005, possui área bruta locável de cerca de 66,2 mil m² e mais de 300 lojas.
Empresa-vendedora: Grupo Guararapes (controladora da Riachuelo)
Ativo vendido: Midway Mall, em Natal (RN)
Valor estimado da venda: R$ 1,6 bilhão
Comprador: consórcio liderado pela Capitânia Capital + outros investidores
Status: memorando de entendimento assinado; contrato definitivo ainda pendente e dependente de aprovação regulatória (CADE)
Realização de capital e foco estratégico
A venda permite ao grupo liberar cerca de R$ 1,6 bilhão, reforçando o caixa e possibilitando focar mais no varejo (Riachuelo) e em sua cadeia produtiva, ao invés de manter ativos imobiliários que distraem do core-business.
Avaliação expressiva para o ativo
O valor corresponde a quase 30% da capitalização da companhia na Bolsa, demonstrando que o shopping é um patrimônio relevante — e que o mercado enxergou o negócio como uma oportunidade forte para o comprador.
Complexidade regulatória e ainda pendente de fechamento
Apesar do memorando de entendimento estar assinado, o contrato definitivo ainda não foi firmado, e a operação está sujeita à aprovação da CADE, o que apresenta riscos de atraso ou ajustes no valor/fundo comprador.
O Assaí iniciou em 1974 como uma loja de abastecimento para pizzarias na Zona Leste de São Paulo e, ao longo de 51 anos, se transformou na maior e mais presente empresa do varejo alimentar brasileiro, com mais de 300 lojas, cerca de 90 mil colaboradores e 40 milhões de clientes mensais.
A rede se destacou ao antecipar movimentos de mercado: em 2012 mudou o formato de loja para “atacarejo premium”, combinando preço baixo com experiência de compra melhor, atendimento ao varejista e ao consumidor final.
Posteriormente, adicionou serviços in-store como açougue, padaria e empório de frios, modernizou sua operação com autoatendimento e digitalização, e alcançou eficiência financeira com alavancagem reduzida (3,03x EBITDA no 3T25).
Simultaneamente, a marca passou a figurar entre as mais valiosas do país no segmento de varejo alimentar — reconhecimento que reforça a força da proposta e a capilaridade nacional.
Ano de fundação: 1974 em São Paulo.
Escala atual: >300 lojas, todas as regiões do Brasil, com presença nacional.
Expansão de modelo: em 2012 lançou novo formato de loja atacarejo com experiência de compra melhorada.
Inovações de serviço: introdução de açougue, padaria, empório, autoatendimento.
Marca mais valiosa do setor: valor estimado em R$ 12,18 bilhões em ranking de 2025.
Transformação de formato redefine o mercado
Em vez de simples “bom preço”, o Assaí incorporou ambientação, mix mais amplo e serviços — elevando o padrão do atacarejo e fazendo com que outros concorrentes seguissem o mesmo caminho.
Tecnologia e eficiência como motor de crescimento
O investimento em autoatendimento, digitalização dos processos internos e disciplina financeira permitiu ao grupo crescer sem perder margem. A alavancagem menor demonstra isso.
Marca forte e capilaridade nacional como vantagem competitiva
Ser reconhecida como a marca mais valiosa do varejo alimentar mostra que a empresa tem presença, confiança e escala — o que dificulta para rivais regionais se aproximarem em termos de alcance e impacto.
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É graduanda em Letras pela UFMG, com atuação focada em comunicação digital, produção de conteúdo e estratégia de marketing. Tem experiência com criação e design de newsletters, marketing no Instagram, endomarketing, SEO, Google Analytics, copywriting, blogs, e produção de conteúdo para web. Domina ferramentas como Canva, WordPress, Google Ads, além de ter certificações em Marketing Digital, SEO, Analytics e Redação Web por instituições como Udemy, Sebrae, Rock Content e Rock University.
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