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Infraestrutura e Concessões

Privatização da Corsan e novos investimentos em infraestrutura – 30/07/2025

Índice

Lições de um leilão bilionário: o que a venda da Corsan ensina sobre desestatizações

A privatização da Corsan, companhia de saneamento do Rio Grande do Sul, é um bom exemplo de como um processo bem estruturado pode gerar valor tanto para o governo quanto para os investidores — mesmo em um setor sensível e complexo.

Com um modelo de leilão competitivo, o Estado obteve um ágio de 58%, movimentando R$ 4,1 bilhões. O sucesso se deve a uma combinação de fatores: cronograma claro, equilíbrio entre metas ambiciosas e viáveis, estrutura de governança com incentivos corretos e transparência na comunicação. Também foi decisiva a segurança jurídica e a estratégia de fazer uma capitalização prévia para a companhia, o que aumentou o interesse do mercado.

Outro destaque foi a separação entre a modelagem regulatória e a execução do leilão. Enquanto a regulação ficou sob responsabilidade da agência estadual, a modelagem foi conduzida com apoio técnico de instituições como BNDES e Banco Interamericano de Desenvolvimento. Essa divisão trouxe credibilidade e afastou riscos de captura política.

A privatização também abriu espaço para ganhos operacionais. Após a venda, o número de obras em andamento mais que dobrou e os investimentos aumentaram significativamente. Isso mostra que, com incentivos certos e liberdade de gestão, o setor privado pode entregar resultados mais rápidos e eficientes.

Apesar dos avanços, o caso também deixou aprendizados. A falta de um regramento nacional claro para a prestação regionalizada de serviços gerou insegurança em algumas etapas do processo. Esse ponto reforça a necessidade de maior articulação federativa para projetos semelhantes no futuro.

Principais destaques:

  •  Valor movimentado no leilão: R$ 4,1 bilhões, com ágio de 58%

  • Parceria técnica: BNDES e BID

  •  Aumento nas obras após a privatização: mais que dobro de frentes de trabalho

  1. Planejamento faz a diferença
    A venda deu certo porque o processo foi bem organizado, com regras claras e metas equilibradas, o que atraiu mais interessados e aumentou o valor final.

  2. Separar funções gera mais confiança
    Deixar a regulação com a agência estadual e a modelagem técnica com instituições especializadas trouxe credibilidade e evitou interferências políticas.

  3. Resultados práticos após a venda
    Com gestão privada, os investimentos cresceram e o número de obras disparou, mostrando como a eficiência pode melhorar quando há liberdade para agir.

Rota Sertaneja: ANTT abre caminho para modernização com edital e leilão em novembro

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) lançou nesta semana o edital nº 4/2025 para a concessão da Rota Sertaneja, rodovias federais que conectam Goiás e Minas Gerais. O certame prevê leilão em 6 de novembro de 2025, na B3, em São Paulo, com propostas entregues até 3 de novembro, e qualificação da empresa vencedora até 14 de novembro.

Nesse trecho de 530,6 km, os trechos BR‑153 e BR‑262 serão transformados por meio de um pacote estimado em mais de R$ 10 bilhões, dividido entre investimentos (capex) de cerca de R$ 5,66 bilhões e despesas operacionais (opex) de R$ 4,16 bilhões.

O projeto inclui:

  • ~43 km de duplicações,

  • 31,8 km de faixas adicionais,

  • 4 km de contornos e vias marginais,

  • 6 passarelas, 5 passagens de fauna,

  • 132 acessos, 146 pontos de ônibus,
    entre outras melhorias relacionadas à segurança e infraestrutura.

A modelagem aprovada foi submetida ao Tribunal de Contas da União (TCU) e reflete a 5ª fase do Programa Federal de Otimização de Concessões Rodoviárias. A antiga concessionária, Concebra, cuja participação foi revisada pela SecexConsenso, controlada pela Triunfo, será substituída após relicitação concluída amigavelmente.

Espera-se que o projeto crie mais de 82 mil empregos (diretos e indiretos), dinamize o agronegócio e reduza acidentes com tráfego mais fluido e infraestrutura moderna.

Principais destaques

  • Data do leilão: 6 de novembro de 2025, na B3 (São Paulo)

  • Trecho concedido: 530,6 km nas BR‑153 e BR‑262, entre GO e MG

  • Investimentos totais: mais de R$ 10 bilhões (capex R$ 5,66 bi e opex R$ 4,16 bi)

  1. Leilão marcado com cronograma claro
    O processo tem datas definidas: entrega de propostas até 3 de novembro, leilão em 6 de novembro, e qualificação em até 14 de novembro.

  2. Infraestrutura robusta para melhoria rodoviária
    As obras abrangem duplicações, faixas, vias marginais e segurança viária, projetadas para ampliar a fluidez do tráfego e reduzir riscos.

  3. Modelo técnico validado e transparente
    A modelagem passou por análise do TCU, reflete diretrizes federais e inclui diálogo social e ajustes técnicos jurídicos para garantir confiabilidade.

 Sul movimenta cerca de R$ 4,7 bilhões com projetos aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante

A região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) teve a aprovação de aproximadamente R$ 4,7 bilhões em projetos pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), conforme decisão unânime do Conselho Diretor na 59ª reunião, realizada em 3 de julho de 2025. O objetivo é fortalecer a indústria naval, ampliar a infraestrutura portuária e gerar mais de 3 mil empregos diretos.

Entre os projetos aprovados:

  • Construção de quatro embarcações para operações submarinas (R$ 2,3 bilhões)

  • Dois navios PSV com tecnologia de baixo carbono (R$ 739,7 milhões)

  • Seis rebocadores azimutais (R$ 312,6 milhões)

  • Modernização e reparo de 17 embarcações (R$ 163,2 milhões)

  • Concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá para aumentar o calado (R$ 1,089 bilhão).

Em 2025, o FMM já aprovou mais de R$ 29,5 bilhões em projetos voltados à indústria naval e à infraestrutura portuária em todo o país, e cerca de R$ 5,7 bilhões foram destinados a 12 projetos da Petrobras este ano.

Destaques principais:

  • Total aprovado para o Sul: ~R$ 4,7 bilhões

  • Projetos contemplados: submarinas, PSV, rebocadores, reparos, canal de acesso

  • Geração estimada de empregos diretos: mais de 3 mil

1. Grande fôlego para a naval local
Quase metade dos recursos (R$ 2,3 bilhões) foi direcionada à construção de quatro embarcações submarinas, demonstrando foco em inovação e tecnologia marítima.

2. Iniciativas verdes e modernas
Os dois navios PSV aprovados contam com tecnologia de baixo carbono, alinhando os investimentos à agenda sustentável do setor.

3. Expansão estratégica de portos
A concessão de mais de R$ 1 bilhão para o canal de acesso ao Porto de Paranaguá visa elevar o calado, aumentando a capacidade de exportação da região.

Equador mira parcerias e PPPs para dar forma a concessões rodoviárias até fim de 2026

O Equador está avaliando o lançamento de concessões rodoviárias e parcerias público‑privadas (PPPs) visando iniciar obras até o fim de 2026. O país busca atrair investimentos privados para reduzir o déficit em infraestrutura e modernizar a malha viária nacional por meio de novos editais e linhas de financiamento.

Essas iniciativas fazem parte de um esforço estratégico para acelerar investimentos em rodovias — buscando garantir segurança jurídica, estrutura técnica e modelos de financiamento que tornem projetos viáveis até o segundo semestre de 2026.

Destaques principais:

  • Meta de implantação: concessões rodoviárias com início operacional até o final de 2026

  • Estratégia: uso de PPPs para expandir infraestrutura viária

  • Apoios previstos: órgãos governamentais equatorianos e multilaterais colaborando em modelagem e viabilidade.

Ponto Explicação simples
1. Prazos objetivos até 2026 O governo equatoriano trabalha para que os processos de concessão sejam estruturados e possam gerar obras concretas até o fim de 2026.
2. PPPs como ferramenta central Parcerias público-privadas permitirão viabilizar investimentos privados em rodovias, com compartilhamento de risco e retorno.
3. Colaboração técnico-institucional Projetos são desenhados com apoio técnico de instituições multilaterais e governamentais para garantir viabilidade, governança e proteção ao investidor.

 Lucro da Motiva dispara para R$ 897 mi no 2T25 com repactuação da BR‑163

Privatização

A Motiva, antiga CCR, registrou um lucro líquido de R$ 897,24 milhões no segundo trimestre de 2025, impulsionado por um impacto fiscal positivo de R$ 480 milhões decorrente da repactuação do contrato da BR‑163, no Mato Grosso do Sul . Esse resultado representa um salto de 235% em comparação aos R$ 267,92 milhões do mesmo período de 2024 .

Já o lucro líquido ajustado — sem efeitos não recorrentes — ficou em R$ 398 milhões, uma queda de 3,2% frente ao 2T24, mas ainda acima das estimativas da LSEG, que apontavam para cerca de R$ 363,8 milhões .

O EBITDA ajustado alcançou R$ 2,094 bilhões, com alta de 4,2% e margem expandida de 57,6% para 58,8%, reflexo de maior eficiência operacional e otimização do portfólio . A receita líquida ajustada foi de R$ 3,563 bilhões, com crescimento de 2,2%, apoiada por desempenho em rodovias, aeroportos e trilhos .

A companhia encerrou o semestre com a relação entre despesas operacionais (opex) e receita líquida ajustada em 38%, abaixo dos 40,5% do ano anterior, abrindo margem para antecipar a meta de eficiência prevista para 2026 . A dívida ajustada terminou junho em 3,7 vezes o EBITDA, com expectativa de redução à medida que a receita de novas concessões como PRVias e Sorocabana amadureça .

Os investimentos (Capex) somaram R$ 1,78 bilhão no trimestre, crescimento de 9,2% sobre o 2T24 e de 31% em relação ao 1T25. Os principais projetos incluem a duplicação da BR‑101, obras na Serra das Araras, manutenção da AutoBAn e melhorias nas linhas 8 e 9 do metrô de SP .

Principais destaques

  • Lucro líquido total: R$ 897,24 milhões (crescimento de 235%)

  • Ativo fiscal diferido: R$ 480 milhões com repactuação da BR‑163

  • EBITDA ajustado: R$ 2,094 bilhões, margem de 58,8%

  1. Lucro elevado por impacto fiscal
    A repactuação da concessão da BR‑163 gerou um ativo fiscal diferido de R$ 480 milhões, permitindo triplicar o lucro líquido comparado ao ano anterior.

  2. Eficiência melhora rentabilidade
    Mesmo com queda no lucro ajustado, a empresa elevou o EBITDA e a margem, além de reduzir o ratio opex/receita para 38%, sinalizando maior controle de custos.

  3. Investimentos acelerados e redução da alavancagem
    Com Capex de R$ 1,78 bilhão e novas concessões como PRVias e Sorocabana, a geração de caixa tende a reduzir a alavancagem de 3,7× ao longo dos próximos meses.

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