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Infraestrutura e Concessões

Motiva amplia negócios além do transporte

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Motiva mira imóveis e naming rights para faturar R$ 400 milhões fora das passagens 

Motiva mira imóveis e naming rights para faturar R$ 400 milhões fora das passagens - Grupo Investor

A Motiva Trilhos, braço ferroviário da antiga CCR, está dando um passo ousado para diversificar suas receitas: transformar áreas ociosas em torno das estações de trem e metrô em negócios imobiliários rentáveis. A empresa identificou 500 mil m² de terrenos disponíveis, majoritariamente em São Paulo, e quer aproveitar esse potencial para construir galpões logísticos, edifícios residenciais, shoppings centers e até arenas multiuso. 

A estratégia é clara: em vez de vender os ativos, a empresa vai construir e alugar, muitas vezes em parceria com incorporadoras e construtoras, utilizando modelos de SPE (Sociedade de Propósito Específico). A Motiva entra com o terreno (vindo da concessão) e os parceiros com o investimento em obras. A empresa não quer operar os empreendimentos, apenas gerar receita recorrente de aluguel. 

Segundo o CEO da Motiva Trilhos, Márcio Hannas, essa frente imobiliária pode representar até 8% do faturamento total da companhia. Em 2024, essa vertical gerou R$ 130 milhões; a meta é alcançar R$ 200 milhões em 2025 e R$ 400 milhões até 2030. 

Os projetos são pensados de acordo com o perfil de cada região: 

  • Em Osasco, próximo à estação Presidente Altino, o plano é construir um galpão logístico. 
  • Ao longo da linha 9, especialmente na Marginal Pinheiros (Pinheiros, Vila Olímpia, Hebraica-Rebouças), há previsão de empreendimentos residenciais. 
  • Na estação Capão Redondo, da linha 5, está em estudo a construção de um shopping center. 
  • Há ainda a possibilidade de construir plataformas elevadas sobre trilhos, como ocorre em cidades como Tóquio e Seul. 

Além disso, uma arena de shows está nos planos, mas a localização ainda não foi divulgada por questões estratégicas. 

Segurança jurídica: o grande desafio 

Com as concessões das linhas 4 e 5 do Metrô válidas até 2038, e das linhas 8 e 9 até 2052, a Motiva busca garantir que os imóveis construídos nesses terrenos possam permanecer com os investidores mesmo após o fim das concessões. A empresa está em negociação com o governo de São Paulo para garantir essa segurança jurídica, com base em precedentes semelhantes em concessões de aeroportos. 

Naming rights ganham força 

Outra aposta é a venda dos direitos de nomeação de estações (naming rights). A estação Paulista, da linha 4, já leva o nome da Pernambucanas desde 2022. Agora, contratos com Casas Bahia e outras três marcas estão sendo finalizados — duas na linha 9 e uma na linha 8. A estação Berrini, por exemplo, passará a levar o nome da varejista.
Cada contrato pode render entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões por ano, dependendo do fluxo de passageiros. 

Expansão da malha e foco em trilhos 

Com 189 km de malha ferroviária e 17 estações na linha 5, a Motiva prepara novas obras e investimentos. Um aditivo recente permitirá investir R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9, com foco na sinalização e em projetos como um viaduto ligando as estações Ceasa e Imperatriz Leopoldina. 

Outros avanços incluem: 

  • Extensão da linha 4 até Taboão da Serra, com obras começando este ano; 
  • Extensão da linha 5 até o Jardim Ângela, com início previsto para 2026; 
  • Assunção da concessão da linha 17 (monotrilho) no início de 2026. 

Paralelamente, a Motiva sinalizou sua intenção de vender sua participação nos 17 aeroportos que administra, reforçando seu foco estratégico em rodovias e ferrovias. 

Resultados em alta 

No 1º trimestre de 2025, a Motiva Trilhos transportou 181,7 milhões de passageiros, com crescimento de 3,3%. O segmento ferroviário gerou um Ebitda de R$ 585 milhões, alta de 22,5% em relação ao ano anterior — o maior desempenho entre todos os negócios da empresa. 

Atualmente, o setor ferroviário representa 21% do Ebitda ajustado da holding, contra 67% das rodovias e 12% dos aeroportos.
A companhia fechou o trimestre com receita consolidada de R$ 3,7 bilhões e valorização de 34,7% nas ações em 2025. O valor de mercado da Motiva já soma R$ 27,6 bilhões. 

Resumo da operação: 

Imóveis sobre trilhos: A Motiva quer transformar terrenos próximos às linhas em empreendimentos lucrativos, como prédios, centros logísticos e shoppings — recebendo aluguel ao invés de vender. 

Venda de nomes de estações (naming rights): A empresa vende os direitos de nomeação de estações para marcas interessadas em visibilidade, criando uma nova fonte de receita paralela às tarifas. 

Foco total em transporte terrestre: Com os aeroportos fora do plano de longo prazo, a Motiva vai concentrar seus investimentos em trens e rodovias, com novas obras e concessões à vista. 

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Governo retoma concessão da BR-393 após descumprimentos da K-Infra

Governo retoma concessão da BR-393 após descumprimentos da K-Infra - Grupo Investor

O governo federal decretou, nesta terça-feira (3), a caducidade da concessão da BR-393/RJ, conhecida como Rodovia do Aço, anteriormente operada pela concessionária K-Infra Rodovia do Aço S.A. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e marca o encerramento oficial do contrato por descumprimento de cláusulas contratuais, disposições legais e inadimplências financeiras. 

A recomendação para o rompimento do contrato havia sido feita ainda em 2022 pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que identificou diversas falhas na execução da concessão. Apesar da recomendação, a K-Infra manteve a administração da rodovia com base em decisões liminares da Justiça, que vinham postergando a retomada da estrada pelo poder público. 

Em outubro de 2024, o Ministério dos Transportes protocolou formalmente o pedido de caducidade, rejeitando uma proposta de reestruturação contratual apresentada pela concessionária. Na ocasião, o governo avaliou como inviável a continuidade da operação diante da dívida superior a R$ 1 bilhão acumulada pela empresa, valor decorrente de múltiplos descumprimentos e obrigações não cumpridas ao longo dos anos. 

Com o decreto, o governo federal assume novamente o controle da BR-393, que liga os municípios de Volta Redonda (RJ) a Além Paraíba (MG) e tem papel relevante no transporte de cargas e na mobilidade regional do Sul fluminense. O próximo passo será definir um novo modelo de gestão para a rodovia, o que pode incluir contratação emergencial, nova concessão ou operação direta provisória até que uma solução definitiva seja implementada. 

A decisão evidencia a busca por maior rigor no cumprimento dos contratos de concessão federal e reforça a necessidade de estabilidade financeira e capacidade operacional por parte das empresas responsáveis pela gestão da infraestrutura pública. A caducidade da K-Infra é mais um caso emblemático de concessão encerrada por falhas estruturais de gestão e incapacidade de honrar compromissos assumidos com o Estado e com os usuários. 

Resumo da operação: 

Descumprimento contratual grave: A concessionária falhou em cumprir obrigações previstas no contrato e não realizou investimentos necessários, resultando em perdas operacionais e insegurança na prestação de serviços. 

Dívida superior a R$ 1 bilhão: A empresa acumulou passivos que ultrapassam a marca de R$ 1 bilhão, inviabilizando qualquer plano de recuperação contratual e comprometendo sua capacidade de operação. 

Retomada da rodovia pelo governo: Com a rescisão do contrato, o governo federal reassume a BR-393, encerrando a concessão de forma definitiva e preparando um novo modelo de gestão para garantir a continuidade dos serviços. 

Leilões de transmissão de energia terão calendário fixo até 2027, define MME

Leilões de transmissão de energia terão calendário fixo até 2027, define MME - Grupo Investor

O Ministério de Minas e Energia (MME) definiu nesta terça-feira (3) o novo cronograma para os leilões de concessão de transmissão de energia elétrica no Brasil. A medida foi oficializada por meio da Portaria Normativa nº 110, publicada no Diário Oficial da União. 

A partir de agora, os leilões acontecerão duas vezes por ano, sempre nos meses de abril e outubro. A primeira sessão sob essa nova regra ocorrerá em outubro de 2025. O objetivo é dar mais previsibilidade e organização ao processo, facilitando o planejamento de empresas interessadas em operar e expandir a infraestrutura de transmissão no país. 

Além do calendário, a portaria também trata do Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (Cust), que será obrigatório para instalações com transformadores de potência de 230 kV ou mais e conexões secundárias com tensão inferior. Esse contrato é necessário para que as empresas possam participar de determinados lotes de leilão. 

A ANEEL, responsável pela regulação do setor elétrico, ficará encarregada de avisar as empresas sobre quais projetos exigirão esse contrato para habilitação nas licitações. Já o MME deverá publicar, até 31 de dezembro de cada ano, as datas dos leilões para os três anos seguintes. 

Resumo da operação: 

Previsibilidade nos leilões: Agora as licitações de transmissão de energia terão meses fixos (abril e outubro), o que facilita o planejamento de investidores e operadoras do setor. 

Contrato técnico obrigatório (Cust): Para participar de alguns projetos, as empresas precisarão firmar previamente o Cust — essencial para garantir a conexão de grandes transformadores ao sistema elétrico. 

Atualização anual do cronograma: O MME vai divulgar, todo ano até dezembro, as datas dos leilões para os três anos seguintes, ajudando empresas a se prepararem com antecedência. 

Concessão da BR-116/324 na Bahia enfrenta pedidos por mais obras, tarifas menores e adiamento do leilão

Concessão da BR-116/324 na Bahia enfrenta pedidos por mais obras, tarifas menores e adiamento do leilão - Grupo Investor

O projeto de nova concessão da BR-116 e BR-324, na Bahia — o maior previsto pelo governo federal para 2025 — enfrenta pressões locais por mudanças antes do lançamento do edital. Políticos, representantes de usuários e autoridades baianas vêm solicitando mais obras no curto prazo, redução no valor das tarifas e adiamento do leilão, previsto para este ano, para que o projeto seja reavaliado com mais profundidade. 

A proposta atual, elaborada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) sob orientação do Ministério dos Transportes e da Casa Civil, prevê que os principais investimentos ocorram entre o 2º e o 8º ano da concessão, o que tem gerado críticas. Com o fim do contrato da ViaBahia em 15 de maio, a rodovia passou para o controle do DNIT, que se comprometeu a investir R$ 500 milhões em obras emergenciais. 

O custo da tarifa estimada — R$ 0,16 por quilômetro — é outro ponto sensível. Se mantido, o valor pago por motoristas que cruzam todo o trecho (663 km) pode triplicar em relação ao preço anterior, passando de R$ 185 para até R$ 700 nos próximos anos, segundo projeções. Ainda assim, a concessão prevê dobrar o número de praças de pedágio, de 7 para 14, mesmo antes da entrega de todas as melhorias. 

Além disso, usuários e lideranças locais afirmam que os projetos herdados da antiga concessionária estão defasados e não atendem à realidade atual de tráfego e infraestrutura. Técnicos da ANTT confirmaram a existência de gargalos não mapeados anteriormente, o que exigirá uma revisão nos investimentos propostos. 

Apesar das críticas, o governo pretende manter o cronograma para garantir que o novo concessionário assuma em 2026. No entanto, o processo ainda deve passar pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU), que pode levar de 4 a 6 meses para concluir a análise. Somando esse prazo à necessidade de ajustes e ao tempo regulamentar até o leilão (cerca de 100 dias), executar o projeto ainda em 2025 é considerado um desafio técnico e político — ainda mais em um ano pré-eleitoral. 

O volume de obras previsto é expressivo: R$ 15,7 bilhões, valor comparável ao da concessão da Rodovia Presidente Dutra, entre Rio e São Paulo. A duplicação de 356 km, em um solo com alto grau de complexidade geológica, representa um dos maiores entraves do projeto. 

Diante da insatisfação com o histórico da ViaBahia, que atuou por mais de uma década na região com desempenho considerado fraco, há forte resistência local à retomada da cobrança de pedágios antes de entregas concretas. Técnicos discutem agora a possibilidade de adotar um modelo escalonado de aumento tarifário, como em concessões repactuadas, para tentar equilibrar o custo para os usuários com a necessidade de atratividade para investidores. 

Resumo da operação:  

Custo da tarifa preocupa usuários: Com o novo modelo, motoristas podem pagar até três vezes mais do que pagavam antes, mesmo antes das obras serem concluídas. A duplicação do número de pedágios reforça essa preocupação. 

Mais obras no início e menos promessas futuras: A sociedade quer ver entregas nos primeiros anos do contrato. O modelo atual concentra investimentos após o segundo ano e, em alguns casos, só depois do sexto — o que gera desconfiança. 

Pressão política por adiamento do leilão: Diante do histórico ruim da ViaBahia e da proximidade das eleições, representantes locais defendem a revisão dos estudos para garantir que os erros do passado não se repitam. 

Governo quer manter atual concessionária na gestão do Aeroporto de Viracopos 

Governo quer manter atual concessionária na gestão do Aeroporto de Viracopos

O governo federal sinaliza preferência pela manutenção da atual operadora do Aeroporto Internacional de Viracopos, a Aeroportos Brasil Viracopos (ABV), mesmo diante do processo de relicitação em curso. O terminal, localizado em Campinas (SP), está sob administração da ABV desde 2012, e apesar do pedido de devolução amigável feito pela concessionária anos atrás, o aeroporto segue operando normalmente. 

O Ministério de Portos e Aeroportos avalia que o desempenho técnico da atual gestão é satisfatório e que a manutenção da concessionária pode ser uma solução viável, desde que haja consenso jurídico e técnico. A ABV é reconhecida pela boa performance em logística, especialmente no transporte de cargas, o que reforça a percepção de que uma troca de operador pode trazer riscos desnecessários à operação. 

O processo de relicitação foi iniciado após a ABV apontar desequilíbrios financeiros no contrato original. Desde então, a ANAC e o Tribunal de Contas da União (TCU) vêm conduzindo as etapas regulatórias e jurídicas necessárias para viabilizar uma nova licitação. Porém, diante do bom desempenho da operadora e da complexidade do processo, o governo trabalha para buscar uma alternativa que preserve a estabilidade da operação. 

Uma das soluções em estudo é a repactuação contratual, modelo que tem sido utilizado em outras concessões de infraestrutura. Esse formato permite ajustar os termos do contrato original, corrigindo distorções e garantindo a continuidade do serviço sem a necessidade de substituição da concessionária. 

O governo também articula com o TCU para avaliar essa alternativa com segurança jurídica. O objetivo é evitar a descontinuidade da gestão e preservar um ativo estratégico para o setor aéreo brasileiro, considerando a relevância de Viracopos para a logística nacional e seu papel como hub de cargas. 

Resumo da operação: 

Manutenção da atual gestora: O governo considera que manter a ABV é mais vantajoso do que realizar uma nova licitação, principalmente por causa do bom desempenho operacional da empresa. 

Relicitação em análise, mas com entraves: O processo de relicitação está formalmente aberto, mas ainda sem definição final, devido à complexidade técnica, jurídica e à necessidade de avaliação do TCU. 

Alternativa via repactuação: Uma possível saída é ajustar o contrato atual em vez de substituir a empresa, garantindo continuidade e reduzindo os riscos operacionais e legais. 

Governo de SP autoriza edital para nova sede administrativa no centro da capital

Governo de SP autoriza edital para nova sede administrativa no centro da capital - Grupo Investor

O Governo de São Paulo avançou na construção do Centro Administrativo Campos Elíseos, que reunirá as secretarias e órgãos estaduais espalhados pela capital em um único complexo moderno. O Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas autorizou a publicação do edital de licitação, previsto para o primeiro semestre, com o leilão marcado para o segundo semestre deste ano. O investimento estimado é de mais de R$ 5,4 bilhões. 

O projeto vai concentrar cerca de 22 mil servidores atualmente distribuídos em mais de 40 prédios, promovendo maior eficiência administrativa e valorização do patrimônio público. Além disso, a obra inclui a restauração de 17 imóveis históricos e prevê a geração de 38 mil empregos durante a construção, além de 2,8 mil vagas formais no comércio e serviços locais após a conclusão. 

O design vencedor, criado pelo escritório Ópera Quatro Arquitetura, propõe prédios de diferentes tamanhos, fachadas ativas e técnicas sustentáveis, valorizando o centro histórico. O novo espaço terá calçadas mais largas, áreas públicas, lojas, restaurantes, cafés e espaços de convivência para uso durante o dia e à noite, incluindo fins de semana. 

A empresa que vencer o leilão será responsável pela construção e gestão do complexo, devendo seguir o projeto escolhido no concurso arquitetônico. 

Resumo da operação: 

Investimento de R$ 5,4 bilhões: Valor destinado à construção e administração do novo centro, incluindo restauração e infraestrutura moderna. 

Centralização dos servidores: Reúne 22 mil funcionários espalhados por mais de 40 prédios em um único local para facilitar a gestão pública. 

Impacto econômico e urbano: O projeto gera milhares de empregos e revitaliza uma área histórica, além de criar espaços comerciais e de convivência que beneficiam a cidade.

Curtinhas do Grupo Investor

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