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Infraestrutura e Concessões
Índice
Um estudo da CNI encomendado à Inter B Consultoria aponta que, em 2025, o Brasil aplicará R$ 277,9 bilhões em Infraestrutura, cerca de 2,21% do PIB. Embora represente um aumento em relação a 2024 (R$ 266,8 bi), está distante da meta de 4% necessária para remover gargalos e estimular o crescimento. A participação dos recursos privados continua maior (cerca de 72%), com destaque para transporte (R$ 89,9 bi) e saneamento (R$ 46 bi). Para alcançar esse “número mágico”, o estudo recomenda oito pilares que incluem governança, segurança jurídica, regulação, mercado de capitais e fortalecimento de órgãos como o BNDES.
Item | Valor / Informação |
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Total investido 2025 | R$ 277,9 bilhões (≈ 2,21% do PIB) |
Transporte | R$ 89,9 bilhões (+28,4%) |
Saneamento | R$ 46 bilhões (+51,3%) |
Meta ideal | 4% do PIB |
Fontes de dados | Estudo da Confederação Nacional da Indústria em parceria com Inter B Consultoria |
Meta de 4% do PIB
A bolsa ideal de investimento em infraestrutura para eliminar gargalos no país — para isso, seria preciso dobra os aportes atuais, saltando de ~2,2% para 4%.
Setores com maiores aportes
Transporte e saneamento lideram: rodovias, ferrovias e mobilidade urbana somam quase R$ 90 bi, enquanto o saneamento cresce mais de 50% em relação ao ano passado.
Por que o capital privado é crucial
Cerca de 72% dos investimentos vêm da iniciativa privada, o que exige garantias como melhoria da governança, regulação estável e participação dos mercados de capitais para atrair esses recursos.
Recentemente, foram lançadas concessões de saneamento estimadas em R$ 27 bilhões, o que despertou forte interesse de grandes operadoras do setor. O modelo de concessão prevê investimentos robustos em regiões com histórico de demanda reprimida, como Norte e Nordeste, e envolve empresas como Aegea, Iguá e Sabesp (por meio de PPPs já em andamento). O BNDES continua atuando ativamente na modelagem dos projetos. O crescimento acelerado do capital privado no setor reflete os efeitos do Novo Marco Legal do Saneamento e o potencial de universalização nos próximos anos.
Item | Informação |
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Valor das concessões | R$ 27 bilhões |
Empresas envolvidas | Principais operadores privados — Aegea, Iguá, Sabesp/PPP |
Regiões foco | Norte, Nordeste, estados com alta carência de saneamento |
Agente estruturador | BNDES — apoio, modelagem e preparação dos leilões |
Impacto do Marco Legal | Estímulo a parcerias privadas e expansão do setor |
R$ 27 bilhões em jogo
Concessões previstas acumulam esse montante em investimentos, representando uma forte injeção de capital para melhorar água e esgoto em municípios carentes.
Grandes operadores no leilão
Empresas consolidadas no setor estão participando, apostando na escala e nas sinergias regionais para crescer ainda mais.
Novo Marco Legal impulsiona o setor
A legislação de 2020 abriu o caminho para parcerias público‑privadas em larga escala, criando um ambiente atraente para investidores.
O governo de São Paulo vai abrir licitação em 2026 para quatro PPPs de saneamento, contemplando cerca de 218 municípios sem cobertura da Sabesp. A estimativa é de R$ 30 bilhões entre obras e operação. O Estado se compromete a pagar até R$ 613 milhões anuais às concessionárias para garantir a viabilidade financeira. A iniciativa faz parte do programa UniversalizaSP, com aportes públicos e modelo regulatório já aplicado pela empresa estadual. É o primeiro leilão estadual de grande escala após o Novo Marco Legal do Saneamento.
Investimento estimado: R$ 30 bilhões para obras e operação
Cobertura: 218 municípios do estado, excluídos pela Sabesp
Apoio público: até R$ 613 milhões por ano garantidos pelo governo
Cronograma: início das PPPs previsto para meados de 2026
Modelo regulatório: inspirado na governança da URAE‑1, com tarifas e aportes
PPP com proteção estatal
Para atrair empresas, o governo pagará até R$ 613 milhões/ano, reduzindo riscos e aumentando a competitividade nos leilões.
Foco nos municípios sem cobertura
Os blocos abrangem 218 cidades atualmente não atendidas, integradas em áreas geográficas para viabilizar escalas e custos.
Regulação clara e replicável
O modelo segue a lógica de sucesso usada pela Sabesp no URAE‑1, garantindo segurança jurídica e estabilidade para investidores.
O Ministério de Portos e Aeroportos abriu uma consulta pública (até 13/07/2025) propondo flexibilizar contratos de exploração comercial em áreas de aeroportos, tanto nas novas concessões quanto nos terminais já privatizados. A ideia é revogar a Portaria 93/2020, aumentando os prazos contratuais até além da vigência da concessão e ajustando investimentos mínimos conforme a inflação (julho/2020 a fevereiro/2025). O objetivo é aumentar receitas não tarifárias, incentivar investimentos privados e dar mais agilidade e segurança jurídica às atuais e futuras concessionárias.
Consulta pública aberta até 13 de julho de 2025 pelo Ministério de Portos e Aeroportos, via programa “Investe + Aeroportos”
Revogação da Portaria 93/2020, permitindo contratos mais longos, até além do prazo da concessão
Investimentos mínimos ajustados pela inflação entre julho/2020 e fevereiro/2025
Foco em receitas não tarifárias: maior autonomia para cessão de áreas comerciais, visando atrair investimentos
Uso nos aeroportos antigos e novos, incluindo aqueles sob PND/PPI
Contratos mais longos = mais segurança
Concessionárias poderão firmar contratos comerciais que ultrapassam o prazo da concessão original, reduzindo incertezas e estimulando investimentos de longo prazo.
Revisão inflacionária mantém incentivo real
Os valores mínimos exigidos de investimento agora são corrigidos pela inflação até 2025, preservando a atratividade e evitando desequilíbrios econômicos.
Ganha quem explora mais o espaço
Com regras mais flexíveis, empresas podem explorar áreas comerciais (lojas, restaurantes, etc.) de forma mais dinâmica e lucrativa, aumentando receitas sem reajustes tarifários.
No dia 17 de junho de 2025, um leilão para duas PPPs da Cesan (Companhia Espírito-santense de Saneamento) foi realizado na B3, em São Paulo. Foram arrematados dois lotes:
Lote A (Vitória + 34 cidades): venceu o consórcio GS Inima Brasil (grupo sul-coreano GS E&C) com a brasileira Forte Ambiental, oferecendo deságio de 25,32%. O contrato contempla R$ 1,08 bilhão em obras e R$ 3,85 bilhões em custos operacionais ao longo de 25 anos.
Lote B (8 municípios): a Acciona Água S.A.U. do Brasil levou o lote com deságio de 13,88% sobre a contraprestação. O pacote envolve R$ 400 milhões em obras e R$ 1,39 bilhão de custos operacionais ao longo de 23 anos.
A Aegea participou de ambos, mas apresentou deságios inferiores (~0,6%) e foi eliminada. O valor total estimado das duas PPPs é de R$ 1,8 bilhão em investimentos.
Lote A: R$ 1,08 bi em obras + R$ 3,85 bi em operação (25 anos), deságio de 25,32%
Lote B: R$ 400 mi em obras + R$ 1,39 bi em operação (23 anos), deságio de 13,88%
Investimento total: cerca de R$ 1,8 bilhão
Vencedores: consórcio GS Inima/Forte Ambiental (Lote A) e Acciona Água (Lote B)
Competição: Aegea participou, mas ficou atrás com ~0,6% de deságio
Deságio agressivo = economia para o Estado
Com descontos acima de 25% no Lote A e quase 14% no B, a Cesan reduz o valor que pagará pelas contrapartidas anuais, otimizando recursos públicos.
Longo prazo para universalizar o serviço
Os contratos chegam a 25 anos, garantindo estabilidade para investimentos vultosos e execução de obras em grande escala.
Margens para expansão e eficiência
Os grupos vencedores trazem experiência internacional e local: o GS Inima mira sinergias com projeto de reúso em Vitória, e a Acciona já investia no Paraná, apostando na expansão regional.
A ANAC estabeleceu, em 24 de junho de 2025, o modelo de aditivo contratual para aeroportos que aderirem ao AmpliAR — programa do governo que transfere terminais regionais às concessionárias já atuantes. O Ministério de Portos e Aeroportos deverá publicar, em julho, um edital com 19 aeroportos das regiões Nordeste e Amazônia Legal, envolvendo R$ 1,35 bilhão em investimentos iniciais.
O aditivo define como será feito o equilíbrio econômico-financeiro para compensar as operadoras pelos custos adicionais, ajustando critérios como receita, custos, investimentos previstos e deságios. Foram excluídos dos riscos atribuíveis à empresa impactos da reforma tributária, e incluída a redução de garantias contratuais conforme o adimplimento das obras. A previsão é que as propostas sejam apresentadas em setembro e os ajustes finalizados até o fim de 2025.
Item | Informação |
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Data da aprovação | 24 de junho de 2025 |
Edital previsto | Julho de 2025, com 19 aeroportos regionais |
Investimentos iniciais | R$ 1,35 bilhão |
Exclusão de riscos tributários | Reformas tributárias não ficam sob responsabilidade da operadora |
Garantia contratual reduzida | Pode cair 50% após conclusão das melhorias |
Reequilíbrio econômico-financeiro
Empresas receberão compensações por custos e investimentos adicionais com base em dados públicos sobre receitas, custos e investimentos previstos, ajustados por eventual deságio.
Riscos tributários excluídos
Concessionárias não serão penalizadas por alterações na reforma tributária, reduzindo incerteza e fortalecendo a segurança jurídica para assumir os aeroportos regionais.
Garantia que diminui com a obra pronta
A garantia exigida das empresas pode reduzir em metade após entrega das melhorias, liberando capital para expansão e novos investimentos.
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