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Infraestrutura e Concessões

Equatorial coloca ativos a venda de olho na Sabesp

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Equatorial redefine foco e coloca ativos à venda para investir na Sabesp e reduzir dívida bilionária 

Equatorial redefine foco e coloca ativos à venda para investir na Sabesp e reduzir dívida bilionária - Grupo Investor

A Equatorial Energia iniciou um processo robusto de reestruturação de portfólio e colocou à venda dois importantes conjuntos de ativos: a Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA) e dois parques eólicos da Echoenergia — os complexos Ventos de São Clemente (PE) e Ventos de Tianguá (CE). O processo de venda está sendo conduzido pelo banco Bradesco BBI. 

Essa movimentação não ocorre por acaso. Desde a aquisição de 15% das ações da Sabesp no processo de privatização realizado em 2024, a Equatorial passou a enxergar a companhia paulista como sua principal plataforma para atuar no setor de saneamento básico no Brasil. A estratégia, segundo o presidente Augusto Miranda, é transformar a Sabesp em um pilar nacional da empresa nessa área. 

Com esse novo posicionamento, a CSA, que foi o primeiro passo da empresa no setor de saneamento, tornou-se um ativo secundário. Apesar de ter servido como “laboratório” de aprendizado, a concessão no Amapá tem operação isolada, resultados financeiros negativos e exigiria investimentos adicionais significativos — algo que se torna menos viável diante da nova diretriz corporativa. 

A Equatorial conquistou a concessão da CSA em 2021 com uma proposta considerada bastante agressiva: além de oferecer um desconto de 20% na tarifa dos usuários, comprometeu-se a pagar R$ 930 milhões em outorga e outros R$ 880 milhões em investimentos adicionais, somando mais de R$ 1,8 bilhão — sem contar os R$ 3 bilhões previstos para a universalização dos serviços até 2029. 

No entanto, o projeto enfrentou diversos desafios: a região possui forte cultura de uso de poços artesianos, o que dificultou a ampliação de novas ligações de água, e os índices de acesso a saneamento são extremamente baixos. A meta era elevar o acesso à água de 36% para 99% em apenas 11 anos, e o de esgoto de praticamente zero para 90% em 17 anos. Resultado: a operação fechou 2024 com um prejuízo de R$ 201,9 milhões, com receita líquida de R$ 217,7 milhões. No primeiro trimestre de 2025, o prejuízo somou mais R$ 58,9 milhões. 

Ao mesmo tempo, a Equatorial também pretende vender dois de seus principais parques eólicos da Echoenergia, empresa de geração renovável adquirida em 2021. São eles os complexos Ventos de São Clemente (em Pernambuco) e Ventos de Tianguá (no Ceará), considerados entre os ativos mais valiosos da Echoenergia. A venda, no entanto, acontece em um cenário menos favorável: o setor de energia renovável vive um momento delicado devido ao aumento do “curtailment” — prática do ONS que impõe cortes na geração de energia para evitar sobrecargas no sistema. Isso vem desvalorizando ativos e aumentando a percepção de risco. 

Além do novo foco estratégico, há uma razão financeira central por trás das vendas: a necessidade de reduzir a dívida do grupo. A Equatorial acumulou uma dívida líquida de R$ 44,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com alavancagem de 3,2 vezes — um nível elevado, mesmo para o porte da companhia. A empresa aumentou seu endividamento nos últimos anos para bancar aquisições como as distribuidoras estaduais, a Echoenergia e a fatia na Sabesp. Como o mercado de capitais segue com janelas de captação fechadas, a saída tem sido vender ativos maduros e buscar capital via desinvestimentos. 

Esse processo já está em andamento. Em julho de 2024, a companhia vendeu uma subsidiária de transmissão por R$ 1,2 bilhão. Em maio de 2025, anunciou a venda de toda a sua unidade de transmissão para a Verene Energia (controlada pela canadense CDPQ) por cerca de R$ 9,4 bilhões. 

A Equatorial afirma que está sempre atenta às oportunidades nas áreas em que atua, mas não comenta negociações em andamento. 

Resumo da operação: 

Reposicionamento estratégico: A Equatorial deixou de apostar em operações isoladas como a CSA e quer consolidar sua atuação nacional no saneamento por meio da Sabesp, um ativo com escala e estrutura para grandes resultados. 

Venda de ativos para reduzir dívida: Com uma dívida de mais de R$ 44 bilhões, a empresa está vendendo ativos não essenciais para equilibrar suas finanças e liberar caixa para investimentos mais estratégicos. 

Cenário difícil para energias renováveis: A venda de parques eólicos ocorre em um momento desafiador para o setor, com cortes na geração que afetam a rentabilidade dos ativos — o que pode influenciar diretamente o valor das ofertas. 

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Governo zera previsão de receitas com concessões ferroviárias para 2025 em meio a negociações por novos investimentos no setor 

Governo zera previsão de receitas com concessões ferroviárias para 2025 em meio a negociações por novos investimentos no setor - Grupo Investor

O governo federal retirou do Orçamento de 2025 a previsão de receitas com outorgas ferroviárias, mesmo com negociações em curso que podem render bilhões aos cofres públicos. A decisão da equipe econômica, liderada pelo Ministério da Fazenda, reflete uma postura conservadora diante das incertezas sobre a concretização desses acordos ainda neste ano. 

O Ministério dos Transportes, por sua vez, tenta garantir que os valores arrecadados fiquem no setor ferroviário, servindo para viabilizar novos projetos. A estimativa é de que até R$ 30 bilhões possam ser levantados por meio da repactuação com concessionárias atuais, especialmente Vale e MRS Logística. 

Nesta semana, o ministro Renan Filho mencionou a possibilidade de arrecadação de R$ 7 bilhões da Vale, pela renovação antecipada de suas ferrovias. Já a MRS chegou a um entendimento com o governo e o TCU envolvendo R$ 2,8 bilhões pela renovação da Malha Sudeste. 

Apesar disso, a projeção oficial foi zerada no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas. A arrecadação com concessões e permissões caiu de R$ 15,4 bilhões para R$ 6,6 bilhões, afetando o orçamento. Segundo a Fazenda, a mudança está ligada à incerteza sobre o ritmo das negociações com o TCU. 

A negociação com a Vale inclui um processo complexo de revisão dos contratos da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e Estrada de Ferro Carajás (EFC), que pode devolver R$ 4 bilhões pagos antecipadamente, caso não haja acordo até 17 de dezembro. As tratativas envolvem cláusulas como indenização de ativos, novos compromissos, pagamento antecipado, entre outras condições técnicas e financeiras. 

Resumo da operação: 

Receita com concessões ferroviárias zerada em 2025: A projeção de arrecadação com outorgas foi retirada do orçamento pela equipe econômica por cautela fiscal. 

Negociação bilionária com Vale e MRS: Estão em curso acordos que podem gerar R$ 7 bilhões da Vale e R$ 2,8 bilhões da MRS, voltados à renovação antecipada de contratos. 

Destino dos recursos em disputa: O Ministério dos Transportes quer que os valores arrecadados permaneçam no setor para financiar novos projetos ferroviários, como a Fico. 

Setor de navegação crítica possível leilão restrito do terminal STS10 no Porto de Santos

ANEEL recomenda renovação antecipada de contratos com quatro distribuidoras de energia - Grupo Investor

Empresas de navegação estão preocupadas com a possibilidade de a ANTAQ restringir a participação no leilão do terminal de contêineres STS10, no Porto de Santos (SP), previsto para dezembro. A agência avalia um modelo que pode impedir que grupos que já operam na região participem da disputa, o que, segundo o setor, reduziria a concorrência, a eficiência do terminal e a arrecadação pública. 

Segundo Cláudio Loureiro, diretor do Centronave, que representa 19 armadores no país, essa limitação fere o princípio da liberdade econômica e ignora a capacidade dos órgãos reguladores de evitar abusos. Ele defende um certame aberto, com regras claras após a licitação para evitar conflitos de interesse, caso o vencedor já opere no porto. 

O argumento de quem apoia o modelo restrito é o risco de concentração de mercado. No entanto, especialistas apontam que outros fatores — como infraestrutura, logística e custos — são decisivos no transporte de contêineres, e que eventuais problemas podem ser controlados por meio da regulação. 

A indefinição sobre o modelo de leilão alimenta o receio de novo atraso no processo, que já se arrasta desde 2019. Enquanto isso, a movimentação de contêineres em Santos segue perto da saturação. Hoje, o porto responde por cerca de 34% do volume nacional — já chegou a representar 40% — e pode perder mais espaço se não houver investimentos rápidos. 

O projeto do STS10 envolve uma obra complexa, com tempo estimado de implantação entre 3 e 5 anos. Mesmo se o leilão acontecer ainda em 2025, o terminal só entraria parcialmente em operação em 2028 — quando a demanda já pode estar além da capacidade atual. A urgência é consenso no setor. 

O debate sobre a restrição de participação é antigo. Em 2021, já se discutia limitar o tamanho ou o tipo de empresa que poderia vencer o leilão. No Porto de Santos, os principais terminais têm estruturas diferentes: o BTP é controlado pelos gigantes MSC e Maersk (verticalizado), a DP World é neutra e o Santos Brasil, agora pertencente à CMA CGM, também passou a ter ligação direta com armadores. 

A ANTAQ afirma que os estudos sobre o STS10 ainda estão em fase interna de análise e serão divulgados publicamente após a decisão final da diretoria colegiada. 

Resumo da Operação:

Leilão pode excluir empresas já atuantes no porto: A ANTAQ estuda impedir a participação de grupos que operam terminais de contêineres em Santos no leilão do STS10. 

Setor crítica medida e cobra agilidade: Armadores alertam para saturação na operação portuária e defendem concorrência ampla para acelerar investimentos. 

Terminal STS10 é considerado estratégico: Projeto está em debate desde 2019 e sua implantação pode levar até 5 anos, tornando urgente a definição do modelo do leilão. 

ANEEL recomenda renovação antecipada de contratos com quatro distribuidoras de energia 

TCU exige ser informado antes da retomada das concessões de terminais da Infra S.A. - Grupo Investor

A ANEEL aprovou a recomendação para renovar, de forma antecipada, os contratos de quatro distribuidoras de energia elétrica: EDP São Paulo, Equatorial Maranhão, CPFL Piratininga e Neoenergia Pernambuco. Juntas, elas atendem cerca de 10,5 milhões de consumidores no Brasil. 

A decisão foi baseada em parecer técnico que indicou o cumprimento de todos os requisitos legais por parte das empresas, conforme o Decreto 12.068/2024. A renovação, se confirmada, valerá por mais 30 anos a partir do fim dos contratos atuais. A assinatura dos novos termos depende agora do Ministério de Minas e Energia, que tem até 30 dias para dar a palavra final. 

Durante a votação, o diretor Fernando Mosna propôs critérios adicionais para avaliar as distribuidoras, como o índice de satisfação do consumidor, atraso em obras e tempo médio de resposta em emergências. Mesmo assim, ele votou a favor da renovação de três empresas. No entanto, foi contra a extensão contratual da Neoenergia Pernambuco, alegando desempenho abaixo da média nacional em dois dos critérios sugeridos. 

Caso o MME aprove, as concessionárias já passarão a operar sob os novos termos contratuais 30 dias após a assinatura do aditivo. 

Resumo da operação: 

Por que renovar os contratos antecipadamente?
Para dar segurança regulatória e atrair investimentos no setor, desde que as empresas cumpram os critérios técnicos e legais exigidos. 

O que muda com a renovação?
Os contratos se estendem por mais 30 anos, mas as distribuidoras já se adaptam às novas regras em até um mês após a assinatura. 

Por que uma das distribuidoras foi questionada?
A Neoenergia Pernambuco teve desempenho abaixo da média nacional em indicadores como atraso em obras e tempo de resposta, levando um diretor a votar contra sua renovação. 

TCU exige ser informado antes da retomada das concessões de terminais da Infra S.A.

TCU exige ser informado antes da retomada das concessões de terminais da Infra S.A. - Grupo Investor

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que precisa ser notificado caso o governo retome o processo de concessão de terminais logísticos ligados à Ferrovia Norte-Sul (FNS), sob gestão da Infra S.A. 

A decisão, do ministro Benjamin Zymler, determina que a estatal envie ao TCU todos os estudos técnicos relacionados à possível concessão do terminal TSG02 (Santa Helena de Goiás), considerado de maior porte. O tribunal também quer ser informado se houver mudanças relevantes nas concessões dos outros seis terminais: TSG04, TSG05, TAG01, TAS01, TSG03 e TSG01. 

Esses estudos devem incluir planejamento das concessões, valores de investimento, localização, importância estratégica e o cronograma das licitações. 

Durante o governo Bolsonaro, houve tentativa de transferir esses ativos ao setor privado, mas a maioria das licitações não avançou. O principal motivo foi a insegurança jurídica causada por ações judiciais — inclusive a desistência da empresa Granel Química após vencer o leilão do TSG01. 

Atualmente, os processos de concessão seguem travados, envolvendo disputas legais com a Rumo Malha Central, concessionária da FNS no trecho central. 

Enquanto isso, o Ministério dos Transportes lançou uma consulta pública sobre a gestão dessas áreas, que também inclui terminais próximos à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). A expectativa é que essas concessões movimentem mais de R$ 1 bilhão em investimentos. 

Resumo da operação: 

Por que o TCU quer ser avisado?
Para garantir que as concessões sejam feitas com transparência, segurança jurídica e base técnica — especialmente após o histórico de problemas e desistências. 

O que travou os leilões anteriores?
Ações judiciais, disputas entre empresas e insegurança quanto à posse e uso das áreas paralisaram o interesse dos investidores. 

Qual o impacto financeiro esperado?
A retomada dos leilões pode destravar mais de R$ 1 bilhão em investimentos em infraestrutura logística, importante para o transporte ferroviário e o escoamento de cargas no país. 

Contrato de R$ 14,3 bilhões modernizará três linhas de trem na Grande São Paulo 

Contrato de R$ 14,3 bilhões modernizará três linhas de trem na Grande São Paulo

O Governo de São Paulo assinou contrato com a empresa Trivia Trens, do grupo Comporte, para modernizar as linhas 11–Coral, 12–Safira e 13–Jade da CPTM, incluindo o Expresso Aeroporto. A parceria público-privada terá duração de 25 anos e prevê investimentos de R$ 14,3 bilhões. 

O projeto inclui construção de 10 novas estações, reforma de outras 24, e reconstrução completa de 4. Além disso, mais de 20 km de trilhos serão adicionados, com destaque para a expansão da Linha 11 até César de Sousa (Mogi das Cruzes), da Linha 12 até Suzano e da Linha 13 até Bonsucesso, em Guarulhos. 

Com as melhorias, a estimativa é atender 1,3 milhão de passageiros por dia até 2040, com intervalos menores entre os trens. A Linha 11, por exemplo, terá intervalo de 3 minutos em seu trecho mais movimentado. A Linha 13, que liga a capital ao Aeroporto de Guarulhos, passará a ter viagens mais frequentes, com intervalos de até 30 minutos fora do pico. 

A implantação será feita em fases. Após assinatura do contrato, começa um período de 60 dias para ativação jurídica e, depois, uma fase pré-operacional de 12 meses, dedicada a treinamentos e transferência gradual da operação. Em seguida, vem a fase operacional, que inclui operação assistida por um ano, antes da entrega total à nova concessionária. A Artesp será responsável pela fiscalização. 

Esse contrato faz parte do programa SP nos Trilhos, que prevê mais de R$ 190 bilhões em investimentos na malha ferroviária do estado, o maior plano de mobilidade do país. 

Resumo da operação: 

Melhoria no transporte diário:  As linhas terão mais estações, trilhos e trens com menor intervalo. Isso significa menos espera e mais conforto para quem depende do transporte público. 

Investimento bilionário privado: A concessão traz recursos da iniciativa privada, reduzindo custos ao estado e acelerando a modernização do sistema ferroviário. 

Integração com o aeroporto: O Expresso Aeroporto será reforçado, facilitando o acesso rápido entre a cidade de São Paulo e o Aeroporto Internacional de Guarulhos — um benefício para moradores, turistas e o setor produtivo. 

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