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Infraestrutura e Concessões
O Brasil deve movimentar até R$ 120 bilhões no quarto trimestre de 2025 por meio de leilões de concessões, PPPs e privatizações. A expectativa é que projetos nas áreas de infraestrutura — estradas, saneamento, energia, portos e ferrovias — liderem esse volume de investimentos privados. O objetivo é destravar pendências regulatórias e estimular a retomada econômica, aproveitando o cenário de maturação dos modelos regulatórios no país.
Volume estimado: R$ 120 bilhões
Plataformas envolvidas: concessões, PPPs e privatizações
Setores beneficiados esperados: infraestrutura rodoviária, saneamento, energia, portos e logísticas
Momento estratégico: culminação de agendas regulatórias e projetos maduros para leilão
Investimento em escala
Esse valor alto mostra que há muitos projetos prontos para sair do papel — o país espera atrair vultosos recursos privados em um curto período.
Diversificação de modelos
Não vai ser só concessão de rodovias — o uso de PPPs e privatizações expande o leque, permitindo que diferentes setores recebam capital e gestão privada.
Regulação + execução são chave
Para concretizar esse montante, será essencial que as regras sejam claras e que os processos (editais, licenças, aprovações) avancem rápido, sem gargalos burocráticos.
O Brasil está vivendo um momento de retomada forte no setor rodoviário: há muitos leilões de concessão em curso — são os maiores números em 17 anos. Essa aceleração, entretanto, esbarra em um grande problema: falta de profissionais qualificados. Há déficit estimado de 75 mil engenheiros no país; forma-se cerca de 40 mil por ano, mas isso não tem sido suficiente para acompanhar a demanda.
Para contornar esse descompasso, empresas do setor estão adotando estratégias como:
investir em tecnologia e automação, para diminuir a dependência de mão de obra altamente especializada;
programas de capacitação e retenção de engenheiros;
contratar mais localmente, ou seja, nas regiões onde as obras vão ocorrer, para atrair pessoas próximas ao trabalho;
melhorar o ambiente de trabalho, salários e benefícios, para reter talentos.
O avanço dos leilões tem sido significativo: entre 2015-2018 foram feitos só 2 leilões federais, de 2019-2022 mais 7, e de 2023 até agora já são 16. A meta do governo é alcançar 35 concessões federais rodoviárias até o final do mandato. Estados também estão lançando seus próprios projetos, aumentando ainda mais a pressão por recursos humanos.
Destaque | Informação chave |
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Número de concessões recentes | 16 entre 2023-2025, maior patamar em 17 anos |
Meta até fim do mandato | 35 concessões federais rodoviárias |
Déficit estimado de engenheiros | Cerca de 75 mil profissionais faltando no setor |
Formação anual de novos engenheiros | Aproximadamente 40 mil por ano |
Estratégias adotadas | Automação, capacitação, contratação local, melhoria de ambiente de trabalho |
Concessões + demanda = desafio de pessoal
O país está lançando muitos contratos de concessão de rodovias, o que significa muita obra para fazer — mas faltam engenheiros especializados para executar tudo isso bem.
Estratégias para não travar os projetos
Para driblar o problema, empresas estão investindo em automação, usando construções tecnológicas que exigem menos mão de obra especializada, lançando capacitações e preferindo contratar perto de onde a obra vai acontecer.
Risco de qualidade se não resolverem rápido
Se a escassez de pessoal continuar, há risco de que obras fiquem mais caras, atrasem ou não sejam bem executadas. A pressão para cumprir metas pode levar a escolhas que prejudicam qualidade, segurança ou eficiência.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) está avançando na revisão do marco regulatório do setor ferroviário, dividindo seus esforços em duas frentes principais.
Norma 1A (CGTF-Norma 1A) — centra-se em padronizar regras para outorgas de concessão e autorização ferroviária, além de levar em conta contratos existentes que foram firmados em momentos distintos, com modelos variados.
Serviços aos usuários — debatida via minuta chamada RSF1, focada em direitos dos usuários, garantias de serviço adequado, ouvidoria fortalecido, transparência, e indicadores de qualidade.
Além disso, há outras frentes complementares: normas que tratam de segurança operacional, interoperabilidade, material rodante, fiscalização, penalização e equilíbrio econômico nos contratos. A agência abriu participação pública para contribuições, demonstrando que o regulamento será fruto de diálogo.
Norma 1A — especifica regras gerais das concessões e autorizações ferroviárias.
Minuta RSF1 — define direitos dos usuários e serviço adequado ao usuário ferroviário.
Contratos existentes — há necessidade de uniformização entre contratos antigos e novos com diferentes modelos.
Outras frentes normativas — segurança, interoperabilidade, material rodante, fiscalização.
Processo participativo — sessões, reuniões públicas, contribuições até datas específicas.
Padronização contratual
O setor ferroviário tinha muitos contratos com regras diferentes — isso gera incertezas e custos. A Norma 1A quer uniformizar isso para que autoridades, concessionárias e investidores saibam exatamente o que esperar.
Direitos do usuário finalmente em pauta
Com a minuta RSF1, os direitos de quem usa ferrovia — transporte de cargas, passageiro ou usuário indireto — vão ganhar regras mais claras: ouvidorias, qualidade, tratamento de reclamações e transparência.
Regulação moderna e sustentável
Aspectos como interoperabilidade (quando diferentes ferrovias ou trens precisam operar juntos), segurança operacional e material rodante são frentes técnicas que ajudam a tornar o modal mais eficiente, seguro e apto para crescer no cenário atual.
O governo federal vai preparar uma nova proposta de edital para a concessão parcial dos portos de Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus (Bahia), administrados pela Codeba.
A Casa Civil, junto à ANTAQ, acatou sugestões trazidas em audiência pública de que o modelo de concessão atual prejudica a autoridade portuária ao transferir para o operador privado receitas importantes (como taxas de acostagem, permanência de embarcações, movimentação de cargas etc.).
O novo edital deve vir entre 60 a 90 dias, podendo voltar a consulta pública em 2026.
No modelo em discussão, o operador privado ficaria com acessos aquaviários, acessos terrestres, berços de atracação e arrendamento de áreas não exploradas em Aratu-Candeias; a estatal permaneceria responsável pelos terminais já arrendados, mantendo para si certas receitas.
O investimento estimado ao longo dos 35 anos do contrato é de R$ 1,6 bilhão, sendo cerca de 75,5% desse valor destinado ao porto de Salvador (R$ 1,240 bilhão)
Item | Detalhes |
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Portos envolvidos | Salvador; Aratu-Candeias; Ilhéus (Bahia) |
Valor do investimento total estimado | R$ 1,6 bilhão ao longo de 35 anos |
Responsabilidades do operador privado | Acessos (aquaviários e terrestres), berços e arrendamento de novas áreas |
Receitas preservadas para a estatal | Terminais arrendados atualmente; algumas taxas portuárias das tabelas de acesso/permanência/etc |
Prazo para nova proposta | 60 a 90 dias para novo texto de edital; possível nova consulta pública em 2026 |
Repartição de receitas é ponto sensível
As taxas de acostagem, permanência de navios e movimentação de cargas geram receita significativa e, se transferidas totalmente para o privado, reduzem o caixa da estatal. O novo modelo busca equilibrar: parte para o operador, parte para a Codeba.
Importância do leilão de acessos
Quem ganhar a concessão também ficará responsável por acessar fisicamente o porto (terrestre e marítimo) e pelos berços de atracação, o que impacta bastante em custos operacionais e no fluxo de carga.
Revisão técnica e participação pública
O edital inicial foi criticado por usar dados desatualizados ou por comprometer a lucratividade da Codeba. O governo admite ajustes técnicos para atender essas críticas. A consulta pública é parte desse processo, promovendo transparência.
O governo do Rio Grande do Sul lançou dois programas — Conexões RS e Drenagem RS — para fortalecer infraestrutura viária e hídrica em municípios afetados pelas enchentes de 2023/2024. São R$ 350 milhões em convênios com prefeituras que apresentarem projetos executivos à Sedur (Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano). O prazo para adesão vai até 13 de novembro.
Conexões RS destina R$ 200 milhões para obras como pontes, galerias, pontilhões e passagens molhadas, com até R$ 1 milhão por município.
Drenagem RS conta com R$ 150 milhões para microdrenagem urbana — bueiros, bocas de lobo, galerias e outros dispositivos de escoamento — contemplando municípios com até R$ 2,5 milhões cada.
Item | Detalhe |
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Montante total | R$ 350 milhões |
Programas | Conexões RS (R$ 200 milhões) + Drenagem RS (R$ 150 milhões) |
Prazo de adesão | Até 13 de novembro |
Valor por município | Até R$ 1 milhão pelo Conexões RS; até R$ 2,5 milhões pelo Drenagem RS |
Objetivos principais | Melhorar infraestrutura viária (pontes, passagens molhadas, galerias) e estrutura hídrica urbana para resistir às chuvas intensas |
Ajuda para municípios atingidos
Prefeituras afetadas pelas enchentes terão recursos para reconstruir vias, pontes e melhorar drenagem, reduzindo os impactos de futuras chuvas fortes.
Infraestrutura resiliente é prioridade
As obras previstas são pensadas para durar: por exemplo, passagens acima do nível de enchente e drenagens mais eficientes evitam que ruas fiquem alagadas facilmente.
Convênios com contrapartida e foco técnico
As prefeituras precisam apresentar projetos executivos — ou seja, planos detalhados — o que motiva qualidade técnica. Também há limite de recursos por município, garantindo que muitos possam participar.
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