Gestão do Ativo Imobilizado
O teste de recuperabilidade, também chamado de teste de impairment, é como um check-up dos ativos da empresa. Ele mostra se aquilo que está registrado na contabilidade realmente corresponde ao que a empresa pode recuperar com o uso ou com a venda. Assim, evita que bens fiquem “valendo mais no papel do que na prática”.
Esse processo não é só uma obrigação contábil: ele impacta a gestão financeira, a contabilidade e até a tributação da empresa. Com ele, é possível ajustar perdas antes que elas surpreendam nos resultados, manter os números mais confiáveis e atender às regras do CPC 01 e do IFRS.
Em outras palavras: o teste de recuperabilidade ajuda a empresa a tomar decisões melhores, evita distorções nos relatórios e dá mais transparência para investidores e órgãos reguladores. Quer entender como funciona, quando deve ser feito e qual é o impacto do teste de recuperabilidade na prática? Então siga a leitura.
O impacto do teste de recuperabilidade (impairment) vai muito além de uma exigência contábil. Ele é um mecanismo que assegura a correta mensuração dos ativos, evita distorções patrimoniais e tem reflexos diretos tanto na contabilidade quanto na tributação da empresa. Quando realizado de forma adequada, permite que perdas de valor sejam reconhecidas tempestivamente, garantindo conformidade com normas como o CPC 01 (R1) e o IFRS, além de servir como ferramenta estratégica de gestão.
O teste de recuperabilidade de ativos é um procedimento técnico contábil que compara o valor contábil (aquele registrado no balanço) com o valor recuperável do bem. O valor recuperável corresponde ao maior entre:
– Valor em uso: fluxo de caixa futuro que o ativo pode gerar, trazido a valor presente;
– Valor justo líquido de venda: preço de venda de mercado, deduzido de custos de alienação.
Se o valor contábil for maior do que o recuperável, deve-se reconhecer a perda por impairment.
Exemplo prático: Uma máquina registrada por R$ 500 mil, mas cujo valor recuperável, calculado pelo fluxo de caixa futuro, é de R$ 350 mil. Nesse caso, registra-se uma perda de R$ 150 mil.
Esse teste se aplica a ativos tangíveis (imóveis, veículos, equipamentos) e intangíveis (marcas, softwares, goodwill).
O CPC 01 estabelece que o teste deve ser realizado sempre que houver indicativos de perda de valor, como:
– Queda no desempenho operacional de ativos;
– Obsolescência tecnológica (ex.: equipamentos de TI defasados);
– Alterações regulatórias que afetam o uso de determinado ativo;
– Danos físicos relevantes (incêndios, avarias, enchentes).
Além disso, ativos intangíveis com vida útil indefinida, como o goodwill, devem ser testados anualmente, independentemente de sinais de perda.
A importância desse procedimento está em:
– Garantir fidedignidade das demonstrações financeiras;
– Apoiar decisões estratégicas, como desinvestimentos ou substituição de ativos;
– Reduzir riscos fiscais e de auditoria;
– Preparar a empresa para cenários adversos.
O impacto do teste de recuperabilidade também se estende ao âmbito fiscal, principalmente em empresas tributadas pelo Lucro Real.
Embora a perda por impairment seja reconhecida contabilmente, em muitos casos ela não é dedutível para fins fiscais. Isso gera a necessidade de ajustes no LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real).
Se a perda não for aceita pela legislação fiscal, o valor deverá ser adicionado ao lucro líquido contábil para se chegar à base tributável.
Exemplo: Se uma empresa reconhece perda de R$ 1 milhão por impairment em um imóvel, contabilmente o resultado diminui. Mas, se não houver previsão legal para dedutibilidade, esse valor é adicionado de volta na apuração fiscal, sem impacto na carga tributária.
A correta documentação do teste serve como suporte para justificar ajustes e evitar autuações fiscais, garantindo compliance tributário.
A clareza entre registros contábeis e ajustes fiscais reduz riscos de questionamento por parte de auditores independentes ou da Receita Federal.
– Ignorar sinais de perda (ex.: manter ativos obsoletos no balanço);
– Superestimar fluxos de caixa futuros, mascarando perdas;
– Não registrar adequadamente os cálculos e laudos técnicos;
– Esquecer de ajustar a base de cálculo do IRPJ/CSLL no Lucro Real;
– Não realizar revisões periódicas, o que compromete a atualização das demonstrações.
O impacto do teste de recuperabilidade na contabilidade e na tributação é significativo e pode alterar tanto a percepção patrimonial quanto a carga tributária das empresas. Realizá-lo de forma correta é essencial para preservar a transparência contábil, a conformidade fiscal e a tomada de decisão estratégica.
Empresas que contam com especialistas em avaliação patrimonial e planejamento tributário reduzem riscos, aumentam a credibilidade perante stakeholders e protegem seu patrimônio.
É um procedimento contábil que compara o valor contábil com o valor recuperável do ativo. Se o valor contábil for maior, registra-se a perda por impairment. O valor recuperável é o maior entre: – Valor em uso (fluxo de caixa futuro a valor presente); – Valor justo líquido de venda (preço de mercado menos custos de venda). Exemplo: máquina registrada por R$ 500 mil, mas recuperável em R$ 350 mil → perda de R$ 150 mil. Aplica-se a ativos tangíveis (imóveis, veículos, equipamentos) e intangíveis (marcas, softwares, goodwill).
Vai além de exigência contábil: assegura mensuração correta, evita distorções e tem reflexos diretos na contabilidade e tributação. Permite reconhecer perdas tempestivamente, garante conformidade (CPC 01 e IFRS) e apoia a gestão.
Deve ser feito quando houver indícios de perda de valor, como: – Queda de desempenho, obsolescência, mudanças regulatórias ou danos físicos. Além disso, intangíveis de vida útil indefinida (ex.: goodwill) devem ser testados anualmente. Importância: garante fidedignidade das demonstrações, apoia decisões, reduz riscos fiscais/auditoria e prepara a empresa para cenários adversos.
Reconhecimento de perdas → reduz ativo ao valor recuperável. Ajustes na depreciação/amortização → novos cálculos sobre valor atualizado. Efeitos em indicadores → impacta EBITDA, ROA e lucro líquido. Mais credibilidade → aumenta confiança de investidores e reguladores.
Diferenças contábil x fiscal → perda nem sempre é dedutível; exige ajuste no LALUR. Reflexos em IRPJ/CSLL → perda pode ser adicionada de volta à base tributável. Planejamento tributário → documentação correta evita autuações. Auditorias → clareza reduz riscos de questionamento.
Identificar ativos com risco de perda. Calcular valor recuperável (fluxos de caixa ou valor justo). Comparar com o valor contábil. Reconhecer a perda, se houver. Documentar cálculos e premissas. Fazer revisões periódicas.
– Ignorar sinais de perda; – Superestimar fluxos de caixa; – Não registrar cálculos e laudos; – Esquecer ajustes fiscais no Lucro Real; – Não revisar periodicamente.
Mais de 14 anos de experiência em avaliação de ativos.
Responsável por mais de 100 projetos de inventário e avaliação de ativos fixos no Brasil e exterior, com mais de 1 milhão de itens inventariados.
Possui MBA em Contabilidade Internacional (IFRS) pela USP e Governança Corporativa pela PUC-MG, além certificado profissional ANBIMA CPA 10, CPA 20 e CEA.
Administrador e Contador com graduações pela FUMEC.
Avaliações econômico-financeiras com uma abordagem altamente customizada.
Notícias selecionadas sobre Finanças Corporativas, Concessões e PPPs
Veja as Newsletter mais recentes