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Finanças corporativas

Setor de educação vive nova onda de M&A – 20/05/2025

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Setor de educação básica vive nova onda de aquisições

 

Setor de educação básica vive nova onda de aquisições - Grupo Investor

O setor de educação básica privada no Brasil está passando por uma nova fase de consolidação. Grupos educacionais com forte capitalização estão ampliando sua presença no mercado por meio da aquisição de escolas regionais. Esse movimento tem sido impulsionado por investimentos de grandes fundos e pela crescente disposição de escolas familiares em negociar seus ativos. 

Nas últimas semanas, duas importantes redes anunciaram a compra de colégios tradicionais no Nordeste. Uma delas adquiriu uma escola em Aracaju, com cerca de mil alunos, marcando sua entrada no estado de Sergipe. A outra firmou a compra de uma rede com dez unidades e 5 mil estudantes em Fortaleza. Ambas seguem com negociações em andamento para ampliar ainda mais suas operações em outras regiões. 

Outro grande grupo educacional também está em conversas para aquisição de escolas de alta performance acadêmica em São Paulo, mirando instituições conhecidas por seus índices de aprovação em vestibulares. Essas negociações contam com a parceria de fundos de investimento que já possuem participação em operações do grupo. 

A expansão acontece em um cenário favorável: muitos colégios ainda estão nas mãos de fundadores que, diante da falta de sucessores ou da complexidade de gestão, optam por vender. Ao mesmo tempo, os grupos compradores estão capitalizados após receberem aportes significativos, em alguns casos acima de R$ 1 bilhão. Os novos sócios incluem fundos estrangeiros, gestoras brasileiras e investidores de peso do mercado. 

Além das três principais redes, outras transações também movimentam o setor. Uma escola voltada ao público de baixa renda, com três unidades em São Paulo, foi recentemente vendida para um grupo liderado por uma empresária ligada a uma tradicional família do setor aéreo. 

Estudos indicam que o mercado brasileiro de educação básica deve movimentar cerca de R$ 110 bilhões em 2024, considerando mensalidades e sistemas de ensino. Atualmente, apenas 20% dos alunos estão matriculados na rede privada, o que demonstra um potencial considerável de crescimento. 

Apesar do otimismo, a aquisição de escolas enfrenta desafios. Questões como expectativas de preço acima da realidade, baixa rentabilidade, problemas contábeis e falta de preparo para processos de auditoria ainda são frequentes. Mesmo assim, o setor é visto como estratégico pelos investidores: é resiliente, com alta fidelização dos alunos e menos suscetível a crises econômicas. 

Além disso, escolas que oferecem ensino bilíngue, metodologias inovadoras ou foco em aprovação em vestibulares são especialmente valorizadas nas negociações. 

Resumo da operação: 

Grupos com dinheiro em caixa aceleram compras: Com aportes milionários, as principais redes têm poder para expandir rápido, adquirindo escolas bem posicionadas regionalmente. 

Muitas escolas querem vender, mas nem todas estão prontas: Famílias fundadoras buscam saída, mas enfrentam obstáculos como documentação irregular, dívidas e expectativas altas de preço. 

Educação básica privada é um mercado estável e promissor: Os alunos permanecem anos nas mesmas escolas, o que garante receita previsível. Isso atrai fundos em busca de negócios seguros e de longo prazo. 

Grupo Investor

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Marfrig e BRF unem forças: nasce a MBRF com foco em sinergias e expansão global 

Marfrig e BRF unem forças: nasce a MBRF com foco em sinergias e expansão global

A Marfrig e a BRF anunciaram a fusão de suas operações, criando uma gigante do setor alimentício com receita combinada de R$ 153 bilhões por ano. A nova empresa se chamará MBRF e estima capturar R$ 800 milhões em sinergias anuais, otimizando áreas como logística, distribuição, suprimentos e estrutura corporativa. 

O mercado, no entanto, reagiu com cautela: as ações da BRF caíram 11% no after market em Nova York, refletindo desconforto com os termos da troca de ações, considerada por alguns investidores mais vantajosa à Marfrig. A proposta prevê que cada ação da BRF será incorporada por 0,8521 ação da Marfrig. 

Para viabilizar a fusão, Marcos Molina, fundador da Marfrig, abriu mão do controle total da companhia, mas continuará como maior acionista, com 41% da MBRF. O segundo maior será o fundo soberano da Arábia Saudita (Salic) com 10%, seguido pela Previ, com 5,1%. 

A operação também inclui distribuição de dividendos: R$ 3,2 bilhões pela BRF e R$ 2,5 bilhões pela Marfrig, a serem pagos após aprovação dos acionistas. 

Entre os principais ganhos esperados estão ganhos logísticos — como a criação de centros de distribuição multiproteínas —, aproveitamento de canais de exportação já consolidados, especialmente para o Oriente Médio, e economia tributária com potencial de R$ 3 bilhões, por meio da unificação de operações estaduais e uso de créditos fiscais. 

No médio prazo, o grupo planeja transferir sua sede e listagem para os Estados Unidos, em busca de um mercado mais líquido e com maior valorização para empresas do setor de alimentos. 

A aprovação da fusão ainda depende da validação em assembleias, mas os acionistas majoritários já garantem maioria para aprová-la. A operação encerra um ciclo iniciado em 2021, quando a Marfrig começou a adquirir ações da BRF, culminando no controle da dona das marcas Sadia e Perdigão em 2022. Desde então, a companhia passou por uma reestruturação que devolveu sua capacidade de gerar caixa e retomar o pagamento de dividendos. 

Após a fusão e o pagamento dos dividendos, a nova empresa deve iniciar com alavancagem de 2,9 vezes o EBITDA, um patamar considerado administrável. 

Resumo da operação: 

Fusão cria uma nova gigante do setor alimentício: A união das duas empresas forma uma companhia com presença global e receita robusta, tornando-se um player relevante no mercado internacional de proteínas. 

Sinergias devem reduzir custos e ampliar eficiência: Ao integrar operações logísticas, comerciais e administrativas, a nova empresa espera economizar quase R$ 1 bilhão por ano, fortalecendo sua competitividade. 

Plano futuro: sede nos EUA para atrair mais investidores: A mudança para o mercado americano pode facilitar o acesso a capital mais barato e valorizar as ações da nova companhia, como outras empresas brasileiras já fizeram. 

HSI reforça presença no mercado hoteleiro com compra do JW Marriott por R$ 300 milhões 

HSI reforça presença no mercado hoteleiro com compra do JW Marriott por R$ 300 milhões

A gestora HSI acaba de fechar a compra do hotel JW Marriott, em São Paulo, por cerca de R$ 300 milhões. O ativo pertencia ao fundo soberano de Abu Dhabi (ADIA) e ao family office da família Brennand, que decidiram sair do investimento. 

A transação segue o movimento recente da HSI de apostar no setor hoteleiro de alto padrão. Em fevereiro, a empresa já havia adquirido o Intercontinental, também na capital paulista, num negócio estimado em R$ 150 milhões, incluindo reformas. 

Com a saída do ADIA do Brasil, a HSI enxergou uma oportunidade de expandir seu portfólio em um mercado aquecido. O turismo em São Paulo vive um bom momento, impulsionado pela retomada das viagens corporativas e pelo crescimento do turismo gastronômico e de lazer nos fins de semana. 

O JW Marriott, inaugurado em 2022, conta com 258 quartos e tem diária média de R$ 1.500. Com esta aquisição, o portfólio da gestora soma agora mais de 3 mil unidades. Além disso, ela também é dona dos hotéis Hilton em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

A operação ainda depende da aprovação do Cade. 

Resumo da operação: 

HSI aposta no turismo de luxo: A empresa está montando um portfólio robusto de hotéis premium em São Paulo e no Rio, aproveitando a alta na demanda por hospedagens de alto padrão. 

Momento certo para comprar: Com a saída de investidores estrangeiros como o ADIA, surgem oportunidades para aquisições estratégicas a preços competitivos. 

Mercado em expansão: O setor hoteleiro paulistano voltou a crescer com força após a pandemia, impulsionado pelo turismo de negócios e lazer — o que valoriza ativos como o JW Marriott. 

Alpargatas avalia mudança na produção da Rothy’s diante de tarifa dos EUA 

Alpargatas avalia mudança na produção da Rothy’s diante de tarifa dos EUA 

A Alpargatas está repensando a estratégia de produção da marca americana Rothy’s, que hoje é 100% fabricada na China e vende 95% de seus produtos nos Estados Unidos. O possível aumento de tarifas de importação anunciado pelo governo americano pode afetar diretamente o negócio — e a empresa já considera transferir a produção para outro país, embora aguarde a evolução das negociações comerciais. 

Como medida preventiva, a companhia adiantou estoques para garantir a operação no segundo e terceiro trimestres deste ano. 

Desde que Liel Miranda assumiu a presidência em 2023, a Alpargatas tem se concentrado em rentabilidade e foco operacional. Isso incluiu a venda de marcas como Topper, Rainha e Osklen, reduzindo seu portfólio pela metade e priorizando as operações com Havaianas e Rothy’s. 

Enquanto a produção das sandálias brasileiras ocorre em quatro fábricas no Brasil, com vendas globais, a empresa busca recuperar volume e participação no mercado nacional. Já nos Estados Unidos, a Rothy’s enfrenta o desafio de manter a competitividade com os custos ameaçados pelo novo cenário tarifário. 

Em recente encontro com investidores em Nova York, o CEO da empresa mencionou uma leve melhora na percepção sobre o Brasil, mas ainda sem retomada concreta do interesse estrangeiro. 

Resumo da operação: 

Tarifa dos EUA pode impactar a Rothy’s: Como a produção é toda feita na China e quase todas as vendas vão para os EUA, tarifas mais altas significam custos maiores e menor margem de lucro. 

Alpargatas está mais enxuta e focada: Ao vender marcas que não eram centrais, a empresa se concentrou em dois grandes ativos: Havaianas (marca global) e Rothy’s (forte nos EUA). 

Estoque antecipado e cautela estratégica: Para evitar problemas imediatos com tarifas, a companhia se adiantou, garantindo produtos prontos até o terceiro trimestre e aguardando o cenário comercial se definir antes de tomar decisões maiores. 

Crise na Azul esfria planos de fusão com a Gol e reacende alerta no setor aéreo

Crise na Azul esfria planos de fusão com a Gol e reacende alerta no setor aéreo - Grupo Investor

Os planos de fusão entre duas das principais companhias aéreas do Brasil, Azul e Gol, voltaram a enfrentar turbulências. A situação financeira da Azul se deteriorou nas últimas semanas, e crescem os sinais de que a companhia poderá recorrer ao Chapter 11, mecanismo de recuperação judicial nos Estados Unidos. Esse possível movimento coloca em xeque o avanço das conversas com a holding Abra, controladora da Gol, que até então analisava a união das operações. 

O cenário contrasta com os avanços da Gol. A companhia concluiu uma importante captação de US$ 1,9 bilhão, passo decisivo para encerrar seu processo de reestruturação financeira. A expectativa agora gira em torno da audiência marcada para 20 de maio, na Corte de Falências de Nova York, onde o juiz Martin Glenn deve decidir se aprova o plano de saída da companhia. 

Enquanto a Gol avança, a Azul enfrenta dificuldades. A empresa encerrou o primeiro trimestre com R$ 655 milhões em caixa, uma queda de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, teve sua nota de crédito rebaixada de “CCC” para “CCC-”, o que agrava ainda mais sua imagem no mercado financeiro. Em momentos de crise, companhias aéreas precisam de liquidez extra, já que fornecedores — como os de combustível — costumam exigir pagamento antecipado. 

Outro ponto que preocupou o mercado foi a fraca adesão à tentativa de captação via oferta pública de ações. A Azul pretendia levantar R$ 4 bilhões, mas conseguiu apenas R$ 1,6 bilhão, valor que já estava garantido por acordos com credores. O resultado foi visto como sinal de desconfiança do investidor. 

No campo da dívida, a situação também é desafiadora. A Azul terminou o trimestre com dívida líquida de R$ 31,35 bilhões, e alavancagem de 5,2 vezes seu EBITDA. Já a Gol, apesar de ter dívida similar (R$ 31,1 bilhões), possui alavancagem ainda maior: 5,8 vezes — inflada pelo empréstimo DIP de R$ 5,1 bilhões, que deverá ser quitado com a conclusão da reestruturação, o que tende a aliviar seu perfil financeiro. 

Essa diferença de momento entre as companhias pode travar a fusão. Um dos compromissos assumidos entre os controladores era que a empresa resultante da união não poderia ter endividamento superior ao da Gol. Hoje, esse equilíbrio parece cada vez mais distante. 

Executivos das duas aéreas mantêm cautela. O CEO da Azul, John Rodgerson, evitou descartar a recuperação judicial e preferiu adotar um tom vago em recente teleconferência. Por sua vez, Celso Ferrer, CEO da Gol, disse em entrevistas que o grupo não depende de fusão para seguir adiante, embora continue avaliando oportunidades. 

A Gol, inclusive, antecipou a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, antes prevista para o dia 15, em uma tentativa de acelerar o processo de convencimento de investidores. A estratégia visava garantir a aprovação da corte americana até o fim de maio. Caso contrário, a saída da recuperação teria que ser adiada para depois de julho. 

Enquanto isso, o mercado segue atento aos próximos capítulos — com dúvidas sobre a viabilidade da união e sobre o futuro da Azul. 

Resumo da operação: 

Fusão ameaçada por desequilíbrio financeiro: A Azul enfrenta uma piora em seus indicadores financeiros, o que dificulta uma fusão com a Gol — já que a nova empresa não pode ser mais endividada do que a atual controlada pela holding Abra. 

Captação frustrada indica perda de confiança: A Azul tentou levantar R$ 4 bilhões no mercado, mas só conseguiu os R$ 1,6 bi já negociados com credores. Isso mostra desconfiança dos investidores e pressiona ainda mais sua liquidez. 

Gol avança para sair da recuperação: Com recursos garantidos e uma audiência marcada em Nova York, a Gol está prestes a deixar para trás sua reestruturação. Isso fortalece sua posição para seguir sozinha ou buscar uma fusão em termos mais favoráveis. 

Piracanjuba compra Natulact e estreia com fábrica no Nordeste 

Piracanjuba compra Natulact e estreia com fábrica no Nordeste 

O Grupo Piracanjuba anunciou a compra da Natulact, indústria de laticínios localizada em Nossa Senhora da Glória (SE), em uma estratégia para ampliar sua presença nacional. Essa será a primeira unidade do grupo no Nordeste, posicionada em uma região estratégica e produtiva do setor leiteiro. 

Com a aquisição, a empresa soma agora oito unidades industriais no Brasil, fortalecendo sua competitividade logística e produtiva. Segundo o presidente Luiz Claudio Lorenzo, a meta inicial é manter o portfólio da marca Natulact — incluindo a produção de soro de leite em pó — e, futuramente, ampliar a capacidade da planta. 

O Cade ainda precisa aprovar o negócio, mas a Piracanjuba já planeja preservar os 260 empregos diretos e manter os fornecedores atuais, com visitas previstas para garantir uma transição alinhada. A marca local continuará sendo usada inicialmente, com adoção gradual da identidade Piracanjuba. 

A compra faz parte do pacote de crescimento dos 70 anos do grupo, celebrado em 2025, que inclui foco em nutrição e renovação da identidade visual. 

Resumo da operação: 

Expansão estratégica para o Nordeste: A nova fábrica amplia a cobertura nacional da Piracanjuba e reduz custos logísticos, já que fica próxima a uma importante bacia leiteira. 

Compromisso com empregos e fornecedores locais: A empresa pretende preservar os vínculos atuais da Natulact, garantindo uma transição suave e valorizando a comunidade local. 

Crescimento alinhado aos 70 anos da marca: A aquisição integra o plano de evolução da Piracanjuba, que envolve modernização da marca e ampliação da atuação no mercado de nutrição. 

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