Sem categoria

Leilão bilionário de CEPACs marca última chance de expansão na Faria Lima – 27/05/2025

Índice

Leilão bilionário de CEPACs marca última chance de expansão na Faria Lima

Leilão bilionário de CEPACs marca última chance de expansão na Faria Lima 

A Prefeitura de São Paulo vai realizar um novo leilão de CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) para a Operação Urbana Faria Lima — e a expectativa do mercado é de disputa intensa. Em vez de dividir a oferta em fases, como chegou a ser cogitado, o município optou por colocar todo o estoque restante de potencial construtivo disponível na legislação aprovada em 2023. 

O edital, protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na semana passada, prevê a oferta de 218,5 mil CEPACs ao valor unitário de R$ 17,6 mil, o que representa um total de R$ 3,8 bilhões em arrecadação. Isso equivale a aproximadamente 10% de todo o estoque de metros quadrados liberados desde o início da operação urbana em 1994. 

Esse montante é quase o dobro do que a Prefeitura estimava inicialmente — R$ 2 bilhões — e reflete o diagnóstico de que há apetite no mercado para novas construções na região da Faria Lima, área que vive uma escassez de terrenos em meio a uma demanda elevada por imóveis corporativos de alto padrão. 

Última chance (por enquanto) 

Caso a lei vigente não seja alterada novamente, este será o último leilão de CEPACs na Faria Lima. O anterior aconteceu em 2021. Com isso, esta pode ser a última oportunidade para incorporadoras ampliarem a área construída de seus projetos em uma das regiões mais valorizadas do país. 

“Será uma briga gigante”, afirmou um gestor do setor. Um incorporador reforçou: “É um sinal de que a Prefeitura entendeu que havia demanda para mais.” 

O valor mínimo de R$ 17,6 mil por CEPAC foi mantido, mesmo patamar do último leilão. Pela legislação, o município não pode vender os títulos por um valor inferior ao anterior, mas havia espaço para corrigir o preço pelo IPCA — algo que, felizmente para o mercado, não foi feito. Segundo investidores, um preço mais alto poderia travar o leilão. 

Disputa além do leilão: vinculação aos projetos 

Além de comprar os CEPACs, os interessados precisam vinculá-los a projetos específicos dentro de quatro áreas delimitadas pela Prefeitura. Cada uma dessas áreas tem um limite de metragem quadrada para aplicação dos certificados, e algumas são vistas como mais atrativas que outras. 

Isso gera um desafio logístico: quem tem projetos mais avançados deve sair na frente, pois corre-se o risco de comprar os CEPACs e não conseguir usá-los na área desejada a tempo — sendo obrigado a construir em locais com menor demanda e retorno. 

Macroeconomia impõe cautela 

Apesar do otimismo quanto à valorização da Faria Lima, o cenário macroeconômico exige atenção. Os juros altos e a baixa perspectiva de cortes no curto prazo, além de relatos de atrasos em obras e estresse de caixa em incorporadoras, têm feito investidores fazerem contas mais cuidadosas. 

A chave está em entender quantos CEPACs serão necessários para viabilizar economicamente um projeto e conseguir repassar esse custo ao consumidor final sem comprometer a atratividade do empreendimento. 

Mas o que pesa a favor desse equilíbrio é o apetite constante do mercado pela região, onde os aluguéis de escritórios triple A chegam a R$ 300 por m² e a vacância é mínima. Essa realidade reforça a aposta de que o aumento de oferta não deve derrubar os preços, mas sim consolidá-los. 

Destaque para Pinheiros 

Segundo o documento enviado à CVM, a região de Pinheiros concentra a maior oferta de área disponível, com 53,8 mil m². Empresas como a Jacarandá Capital estão entre as principais interessadas, especialmente no entorno do Largo da Batata, área com grande potencial de desenvolvimento urbano. 

A expectativa é de que o leilão ocorra em agosto, após aprovação final da CVM. O Banco do Brasil será o coordenador da operação. 

Resumo da operação: 

Por que o leilão é tão disputado?: É a última chance, pela regra atual, de construir com potencial construtivo extra em uma das regiões mais valorizadas de São Paulo. 

O que são os CEPACs?: São títulos que autorizam a construção acima do limite padrão. Quem os compra pode erguer prédios maiores, o que valoriza os terrenos. 

Qual o risco para os investidores?: Comprar CEPACs e não conseguir vinculá-los ao projeto desejado por falta de área disponível, o que exige agilidade e planejamento prévio. 

 

Grupo Investor

Já consolidada no mercado, atendemos mais de 300 empresas em 22 estados do Brasil. São mais de R$ 215 bilhões avaliados em ativos e mais de 1,45 milhões de itens inventariados.

Somos uma empresa de consultoria especializada em laudos e avaliações, com mais de 10 anos de experiência.

Contamos com um corpo técnico e executivo altamente qualificado para atender as necessidades da sua companhia. Clique aqui e entre em contato com o Grupo Investor!

Fusão Marfrig-BRF pode ter dividendos reduzidos com possível saída de minoritários 

Fusão Marfrig-BRF pode ter dividendos reduzidos com possível saída de minoritários 

A fusão entre Marfrig e BRF, marcada para ser votada em assembleia no dia 18 de junho, está em fase decisiva — e um fator pode mudar significativamente os resultados da operação: o exercício do direito de recesso por parte de acionistas minoritários da BRF. Esse mecanismo permite que investidores que não concordem com a incorporação possam sair da empresa, vendendo suas ações pelo valor patrimonial, o que impactaria diretamente o valor total de dividendos previsto na transação. 

Pelo modelo proposto, os acionistas da BRF receberiam R$ 3,5 bilhões em dividendos, o que representa R$ 2,20 por ação, e cada papel da companhia seria trocado por 0,8521 ação da Marfrig. A avaliação feita para a operação estima a ação da BRF em R$ 19,89, valor ligeiramente inferior à cotação de mercado atual. No entanto, apenas quem aceitar a fusão terá direito ao pagamento dos dividendos. 

A Marfrig, que já é controladora da BRF com 51% de participação, tem o apoio de investidores relevantes, como o Salic (Saudi Agricultural and Livestock Investment Company), fundo soberano da Arábia Saudita que possui 11% da BRF, e a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com cerca de 6%. Outros percentuais, como 6% em ADRs e ações alugadas, não têm direito de recesso, assim como fundos passivos, que somam entre 8% e 10%. Isso deixa em torno de 10% do free float nas mãos de minoritários independentes, que poderiam exercer o direito de retirada. 

Se todos esses minoritários decidirem sair, o valor total de dividendos pagos cairia drasticamente. Em vez de R$ 3,5 bilhões, seriam distribuídos apenas R$ 300 milhões para os acionistas da BRF que aderirem à proposta. Isso também afetaria diretamente os acionistas da Marfrig, que veriam seus dividendos caírem de R$ 2,5 bilhões para R$ 700 milhões, já que a empresa deixaria de receber os R$ 1,8 bilhão previstos da sua controlada. 

A operação enfrenta, assim, um desafio de convencimento junto aos investidores da BRF, que precisam avaliar se o valor proposto e os benefícios da fusão compensam a troca de ações e a possível diluição. Apesar da forte estrutura de controle, a reação do mercado e dos minoritários pode alterar os termos finais ou mesmo o sucesso da operação. 

Resumo da operação: 

O que é o direito de recesso e por que importa: É a opção dos acionistas de sair da empresa quando não concordam com uma mudança estrutural, como uma fusão. Se muitos saírem, o caixa para dividendos diminui. 

Dividendos da Marfrig dependem da BRF: A controladora contava com os recursos da BRF para distribuir seus próprios dividendos. Menos adesão à fusão significa menos dinheiro circulando entre as duas. 

Maior parte dos grandes investidores já aderiu: O apoio de Salic e Previ fortalece a operação, mas a decisão de minoritários independentes pode reduzir o valor final distribuído aos acionistas. 

CPPIB encerra participação na GPS com venda de R$ 700 milhões em ações

CPPIB encerra participação na GPS com venda de R$ 700 milhões em ações

O fundo de pensão canadense CPPIB (Canada Pension Plan Investment Board) finalizou sua participação no grupo GPS, empresa brasileira especializada em serviços de terceirização e facilities, por meio de uma grande operação de block trade realizada nesta segunda-feira (19), na B3. 

A transação marcou a saída total do fundo do capital da companhia, quatro anos após sua entrada, que aconteceu no IPO da empresa, em abril de 2021. O CPPIB vendeu 46 milhões de ações, equivalentes a 7% do capital social da GPS, por um total de aproximadamente R$ 700 milhões. 

Detalhes da transação 

A operação foi coordenada pelo Bank of America, que ofereceu garantia firme (ou seja, assumiu o risco de compra) pelo preço de R$ 15,12 por ação, um desconto de 3,7% em relação ao fechamento do pregão anterior. O bloco foi totalmente absorvido ao preço de referência. 

A movimentação chamou atenção por representar o equivalente a 25 dias de volume médio de negociação dos papéis da GPS na bolsa — uma liquidez considerável para uma operação desse porte. 

Perfil dos compradores 

A demanda foi bem distribuída entre investidores locais e estrangeiros. Os fundos long only nacionais, que costumam operar com foco no longo prazo, foram responsáveis por 60% da compra. Os investidores internacionais completaram o restante, com 40% da demanda. 

A janela de execução foi curta: a oferta foi iniciada às 10h da manhã, com a abertura dos mercados, e foi concluída às 11h15, sinalizando que já havia uma forte expectativa e apetite por parte dos investidores. 

Histórico do investimento 

O CPPIB havia entrado no capital da GPS em 2021, quando a empresa estreou na bolsa. Desde o IPO, as ações da companhia acumulam uma valorização de cerca de 25%. Apesar disso, nos últimos 12 meses, o desempenho do papel tem sido mais fraco, com uma queda de 21%. 

Atualmente, a GPS está avaliada em pouco mais de R$ 10 bilhões na B3. 

Mesmo com a saída do investidor estrangeiro, o controle da companhia segue firme nas mãos das famílias fundadoras, que detêm aproximadamente 41% do capital. A diretoria executiva possui outros 4% e o restante, 55%, está em free float (ações em circulação no mercado). 

Resumo do mercado:  

Por que o CPPIB saiu agora?: Após quatro anos no investimento, o fundo parece ter decidido realizar lucro e encerrar sua posição, mesmo com o desempenho recente mais fraco da ação. Esse movimento é comum entre investidores institucionais após um ciclo de valorização. 

O que é um block trade?: É uma venda de grande volume de ações fora do pregão tradicional, geralmente negociada entre grandes investidores. Serve para evitar que a operação afete negativamente o preço de mercado da ação. 

A venda afeta o controle da empresa?: Não. A venda foi feita dentro do free float, e a estrutura de controle continua nas mãos das famílias fundadoras, com estabilidade acionária. A GPS continua sendo uma empresa com governança bem definida e atrativa para investidores. 

Grupo Zelo anuncia investimento recorde e mantém estratégia de aquisições

Grupo Zelo anuncia investimento recorde e mantém estratégia de aquisições 

Após quatro anos de forte expansão por meio de aquisições no setor funerário, o Grupo Zelo vai realizar o maior investimento da sua história em 2024. O foco agora é “olhar para dentro” e fortalecer sua estrutura, sem abrir mão de oportunidades estratégicas de M&A. 

A empresa pretende investir mais de R$ 35 milhões até o fim do ano em melhorias operacionais, reformas de unidades e expansão de serviços, como a construção de novos crematórios em regiões ainda não atendidas. Parte do investimento também será destinada ao avanço tecnológico, incluindo melhorias no aplicativo de benefícios da marca, que já conta com 30 mil usuários mensais. 

Com sede em Minas Gerais e apoio da gestora Crescera Capital, o Zelo soma hoje 280 unidades em 204 cidades brasileiras, sendo responsável, por exemplo, por seis cemitérios de São Paulo, por meio do Consórcio Consolare. Desde sua fundação, já adquiriu mais de 55 ativos no setor. 

O CEO Lucas Provenza destaca que boa parte dos recursos será aplicada em reformas de mais de 100 unidades, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, além da ampliação da rede de atendimento e da base tecnológica. Segundo ele, muitas cidades ainda carecem de estrutura adequada para atender a população. 

O investimento deste ano representa um aumento de 50% em relação a 2023, e será financiado majoritariamente com recursos próprios. A empresa recebeu um reforço de R$ 130 milhões no caixa com a emissão de CRIs no ano passado. 

Mesmo priorizando o crescimento orgânico, a empresa segue aberta a novas aquisições. O orçamento prevê R$ 80 milhões para M&As em 2024. A diferença agora está no foco: a Zelo busca operações maiores, mais estratégicas, embora analise quatro aquisições menores que tragam sinergias locais. 

No último ano, a estratégia de eficiência rendeu frutos: a receita cresceu 12%, chegando a R$ 661 milhões, enquanto o Ebitda avançou 15%, somando R$ 138 milhões. 

Resumo da operação: 

O que significa “olhar para dentro”? O Grupo Zelo quer reforçar a eficiência e qualidade dos serviços já existentes, investindo na melhoria de suas próprias estruturas e operação, ao invés de focar apenas em crescimento via aquisições. 

Por que o investimento é considerado histórico? O valor de R$ 35 milhões é o maior já aplicado em um único ano pela empresa, indicando uma virada de foco para eficiência e inovação interna, após anos concentrados em aquisições. 

A empresa ainda vai comprar outros negócios? Sim. Embora o foco esteja na estrutura interna, o Zelo segue com estratégia ativa de fusões e aquisições, priorizando negócios maiores e sinérgicos, mas também avaliando oportunidades menores com bom encaixe estratégico. 

Raízen injeta mais capital no Oxxo enquanto avalia saída do negócio

Raízen injeta mais capital no Oxxo enquanto avalia saída do negócio

O Grupo Nós, responsável pela operação da rede de conveniência Oxxo no Brasil, recebeu uma nova rodada de investimento no valor de R$ 150 milhões para sustentar seus planos no ciclo fiscal 2025-26 (de abril a março). O aporte foi feito em partes iguais pelos dois controladores da empresa: a Raízen e a mexicana Femsa. 

A injeção de recursos acontece em meio a um momento de indefinição: a Raízen, braço de energia da Cosan, passou a classificar o Oxxo como um ativo não estratégico. A companhia busca, de forma discreta, potenciais compradores para seus 50% de participação na joint venture, como parte de um processo de reestruturação que inclui venda de ativos e cortes. 

A rede de lojas de conveniência, inaugurada no Brasil no fim de 2020, já conta com mais de 600 unidades em São Paulo. Embora os planos iniciais previssem a abertura de até 5 mil lojas no país, a nova gestão da Raízen, sob comando de Nelson Gomes, vem revendo essa meta e avaliando um modelo de crescimento mais cauteloso. 

Além do novo investimento, o Grupo Nós também adiou o vencimento de uma dívida de R$ 150 milhões, emitida em março deste ano. O pagamento, que venceria em março de 2025, foi prorrogado para setembro. 

O negócio segue gerando despesas operacionais relevantes e pressionando os resultados da Raízen, que fechou o último exercício com dívida superior a R$ 34 bilhões. 

A Femsa, por sua vez, deve continuar no controle do Oxxo no Brasil, mesmo que a sócia brasileira saia da operação. 

Resumo da operação: 

Por que a Raízen quer sair do negócio? O Oxxo exige capital constante para expansão e ainda não gera retorno. Como a Raízen está focada em reduzir sua dívida e ajustar sua estrutura, avalia que o varejo de conveniência não é mais estratégico. 

O que é o Grupo Nós? É a joint venture formada por Raízen e Femsa para operar o Oxxo no Brasil. Lançada em 2020, tinha planos ambiciosos de crescimento, mas enfrenta desafios financeiros típicos de redes em início de operação. 

Qual o impacto para o Oxxo? A Femsa deve seguir no comando. Se a Raízen vender sua parte, o negócio pode ganhar um novo sócio ou até mudar de estratégia, mas a continuidade das operações e expansão deve ser mantida, ainda que em ritmo mais moderado. 

Lucro da Lenovo despenca 64% e ações sofrem queda após surpresa negativa

Lucro da Lenovo despenca 64% e ações sofrem queda após surpresa negativa

A Lenovo, maior fabricante mundial de PCs, registrou uma forte queda de 64% no lucro líquido do quarto trimestre fiscal, surpreendendo negativamente o mercado. O lucro veio bem abaixo das expectativas, totalizando US$ 90 milhões, frente à previsão de US$ 225,8 milhões, segundo dados da LSEG. 

O resultado foi fortemente impactado pelas tarifas de 20% sobre produtos chineses impostas pelos EUA desde março. Segundo o CEO Yang Yuanqing, as tarifas foram aplicadas de forma repentina, sem tempo para a empresa se preparar, o que gerou efeito direto nos resultados. 

Com isso, as ações da companhia caíram 5,4%, superando a queda do índice Hang Seng, em Hong Kong, que recuou 1,3%. 

Apesar do revés no lucro, a receita cresceu 23% no trimestre, alcançando US$ 15,6 bilhões, superando as expectativas. Destaque para o segmento de infraestrutura (servidores), que cresceu 64%, e a divisão de soluções e serviços, com alta de 22%. 

Mesmo com bases produtivas espalhadas em 30 fábricas de mais de 10 países, a empresa considera aumentar os preços caso as tarifas continuem afetando os custos. 

Resumo da operação: 

Por que o lucro caiu tanto? O principal motivo foi o impacto inesperado das tarifas de importação dos EUA sobre produtos chineses, que aumentaram os custos da Lenovo sem tempo hábil para ajustes. 

A empresa está vendendo menos? Não. A receita total cresceu, com destaque para áreas como infraestrutura e serviços corporativos. Ou seja, o problema não está nas vendas, mas nos custos e margens comprimidas. 

A Lenovo vai aumentar preços?  Sim, se os custos continuarem elevados por causa das tarifas, a empresa já admite a possibilidade de repassar esses aumentos ao consumidor final.

Curtinhas do Grupo Investor

 

 

compartilhe

Receba nossa Newsletter

Escolha qual newsletter deseja receber: Finanças Corporativas ou Concessões e PPPs


    Finanças Corporativas

    Concessões e PPPs