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Finanças corporativas
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A Gol deu um passo decisivo em sua recuperação judicial nos Estados Unidos ao garantir um novo compromisso financeiro com credores internacionais. A companhia aérea fechou um acordo com detentores de notas sênior garantidas com vencimento em 2026, assegurando um aporte adicional de US$ 125 milhões, que faz parte do financiamento de saída previsto em seu plano de reestruturação.
Com esse novo reforço, a Gol já garantiu US$ 1,375 bilhão dos US$ 1,9 bilhão estimados como necessários para concluir o processo de reorganização judicial sob o Chapter 11, iniciado em janeiro deste ano. A empresa mantém sua previsão de encerrar essa etapa até junho.
O acordo anunciado nesta quarta-feira contou com a participação de dois importantes investidores: Castlelake e Elliott Management, que já haviam comprometido US$ 1,25 bilhão anteriormente. Agora, o grupo de credores que se une ao plano representa uma maioria qualificada da classe e passa a apoiar formalmente a proposta de reestruturação revisada.
O modelo acordado prevê diferentes caminhos para os credores: quem participar do financiamento de saída poderá subscrever até US$ 125 milhões em novas notas, enquanto os demais terão direito a até US$ 100 milhões em “take-back notes”, ou seja, papéis não conversíveis em ações.
Além disso, a Gol pretende converter até US$ 1,7 bilhão em dívidas em ações da companhia e cancelar outros US$ 850 milhões em obrigações, o que resultará em significativa diluição da base acionária atual. Ainda assim, a empresa informou que manterá o direito de preferência dos investidores.
Em paralelo ao processo, avança também a criação da Abra Group Limited, holding que controlará tanto a Gol quanto a Avianca. Com sede no Reino Unido, a nova estrutura terá capital fechado e manterá as operações das duas aéreas separadas.
A finalização da recuperação judicial é vista como um passo estratégico para reorganizar a estrutura financeira da Gol e permitir uma retomada mais robusta de suas operações.
Reforço financeiro quase completo: A Gol já garantiu mais de 70% do valor necessário para sair da recuperação judicial, mostrando que grandes credores confiam no plano da empresa.
Troca de dívida por ações: Parte significativa das dívidas será convertida em ações da companhia, o que diminui a participação dos acionistas atuais, mas melhora a saúde financeira da empresa.
Nova estrutura com a Avianca: Com a criação do grupo Abra, Gol e Avianca passam a ter a mesma controladora, mas continuam operando de forma independente, buscando sinergias sem perder identidade.
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A Fulwood, especializada em condomínios logísticos, está saindo da região Sudeste pela primeira vez para apostar no potencial do Sul do Brasil. O destino escolhido foi Governador Celso Ramos (SC), onde a empresa está construindo o GCR Business Park, um galpão de padrão triple-A com 50 mil m² e investimento de R$ 115 milhões. A entrega está prevista para o final de junho.
A decisão faz parte de uma estratégia alinhada à descentralização da demanda por galpões logísticos, impulsionada pela exigência de entregas mais rápidas no e-commerce e em setores como alimentos, varejo e farmacêutico.
Além da localização na BR-101, a cidade passou recentemente por melhorias viárias, incluindo a construção de uma alça de retorno próxima ao empreendimento, o que torna a área ainda mais atrativa para operações de distribuição urbana (last mile).
Santa Catarina foi escolhida também por sua infraestrutura robusta: o estado conta com três dos cinco principais portos do Brasil, uma extensa malha rodoviária e ferroviária e baixa taxa de vacância (3%), muito inferior à média nacional de 10%.
Esse é o primeiro de uma série de quatro projetos que a Fulwood planeja lançar em 2025. Os demais incluem dois condomínios em Minas Gerais (Extrema e Pouso Alegre) e um já inaugurado em Guarulhos (SP), totalizando 150 mil m² de área locável. A empresa também prepara dois novos projetos no Sul: um em Joinville (SC) e outro em São José dos Pinhais (PR).
Expansão para fora do Sudeste: Pela primeira vez, a Fulwood está apostando em regiões fora do seu mercado tradicional, buscando aproveitar a crescente demanda por galpões em estados com forte atividade logística.
Santa Catarina como hub logístico: O estado combina localização estratégica, boa infraestrutura de transporte e portos movimentados, o que o torna um destino atrativo para empresas que precisam de agilidade nas entregas.
Baixa vacância, alta oportunidade: Com menos de 3% de espaços disponíveis, o mercado catarinense de galpões premium mostra forte demanda — cenário ideal para novos investimentos do setor.
A briga pelo controle da Mobly (agora parte do Grupo Toky, após fusão com a Tok&Stok) ganhou um novo capítulo. Os acionistas minoritários conseguiram, na Justiça, suspender os efeitos das decisões da assembleia geral (AGO) realizada nesta quarta-feira, 30 de abril, mesmo com a reunião mantida. A questão central é a manutenção da cláusula “poison pill” no estatuto da companhia, que dificulta a tomada de controle por novos acionistas.
Na votação, 59,8 milhões de ações foram favoráveis à permanência da cláusula, enquanto 54,5 milhões votaram por sua retirada — proposta liderada pela família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, em parceria com a Home24, que detém 44,3% do capital da empresa.
A poison pill obriga quem atingir 20% das ações a lançar uma oferta pública (OPA) a todos os acionistas, pagando a maior cotação dos últimos 180 dias — no caso, R$ 2,20, bem acima dos R$ 0,68 oferecidos na OPA atual. A proposta dos Dubrule representa um desconto de 50% em relação à cotação da Mobly à época da oferta.
A Justiça considerou a situação complexa e decidiu suspender os efeitos da assembleia até avaliar um pedido de tutela de urgência feito pela administração da empresa. A alegação é que a oferta e a movimentação dos controladores têm indícios de coordenação indevida e falta de transparência com o mercado.
Em paralelo, a Mobly solicitou à CVM o cancelamento da OPA e entrou com ação judicial contra a família Dubrule e a Home24, reforçando a tensão entre os grupos.
Além da poison pill, a proposta ainda depende de um waiver dos credores da Tok&Stok, que precisam autorizar a mudança de controle sem exigir pagamento antecipado das dívidas da empresa.
Minoritários bloquearam avanço dos controladores: Acionistas com menor participação conseguiram manter regras que dificultam a compra total da empresa, forçando condições mais justas para todos.
OPA abaixo do mercado gera revolta: A oferta de R$ 0,68 por ação foi considerada desvantajosa, já que o papel chegou a valer mais que o triplo nos meses anteriores.
Justiça quer investigar antes de validar decisões: O juiz optou por analisar melhor o caso, diante de suspeitas de ação coordenada entre os controladores para assumir o comando da empresa com pouca transparência.
A fintech Clara, especializada em gestão de despesas corporativas, acaba de levantar US$ 80 milhões para reforçar sua atuação na América Latina e buscar rentabilidade consolidada ainda em 2025. O novo aporte foi dividido igualmente entre equity (US$ 40 milhões), com participação dos investidores atuais, e dívida (US$ 40 milhões) por meio do Customer Value Fund (CVF), da General Catalyst, fundo que atrela o pagamento ao desempenho comercial da empresa, e não a um cronograma fixo.
Criada no México em 2020, a Clara já havia captado US$ 70 milhões em 2021, atingindo o status de unicórnio, e mais US$ 60 milhões em 2023. Entre seus investidores estão nomes de peso como Kaszek, Monashees, DST Global, Citi Ventures e Coatue, também conhecida por investir em empresas como TikTok e Bitso.
O novo investimento será destinado principalmente ao reforço das equipes de vendas e ao crescimento nos mercados do Brasil, México e Colômbia, com os dois primeiros respondendo por 75% da receita atual. A fintech já é lucrativa no Brasil e espera alcançar o breakeven consolidado até o final deste ano.
Além da gestão de gastos, a Clara oferece soluções como emissão de cartões corporativos, pagamentos, transferências internacionais e integração com sistemas de gestão (ERP). Em 2023, recebeu autorização para atuar como instituição de pagamento no Brasil e passou a oferecer contas digitais. Também está investindo em inteligência artificial para automatizar processos financeiros.
Hoje, a Clara atende 20 mil empresas em toda a região, incluindo clientes como Petrobras, Zamp (Burger King), banco BV, Smart Fit e líderes do setor de turismo. A fintech movimentou US$ 2 bilhões em pagamentos com cartões corporativos no ano passado e conta com uma linha de crédito de US$ 150 milhões do Goldman Sachs, usada para financiar operações dos seus clientes. Um IPO nos EUA é cogitado para o futuro, mas ainda sem data.
Financiamento híbrido para acelerar expansão: Parte do capital veio de investidores antigos, e a outra parte de um fundo atrelado à performance, o que permite mais liberdade no uso dos recursos sem endividamento rígido.
Presença forte no Brasil e no México: São os dois mercados mais relevantes da empresa, com receitas consistentes e forte base de clientes — inclusive grandes marcas.
Tecnologia como motor de crescimento: A fintech está apostando em automação via inteligência artificial para oferecer serviços financeiros mais eficientes e escaláveis para empresas em toda a América Latina.
O Grupo Salta, maior rede de educação básica do Brasil com 170 mil alunos, voltou ao mercado de fusões e aquisições. A empresa acaba de comprar a rede Antares, de Fortaleza, que possui 10 escolas e 5 mil alunos, e já está na reta final de uma segunda aquisição, prevista para ser concluída em até dois meses.
O plano da companhia para 2025 inclui pelo menos três aquisições e a abertura de 20 novas unidades próprias. Para isso, deve investir entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões em M&As, além de mais R$ 150 milhões em crescimento orgânico.
Com o fim do período de matrículas, a empresa projeta receita de R$ 3 bilhões e EBITDA de R$ 570 milhões para o ano. Esse número pode ultrapassar R$ 600 milhões com a conclusão das próximas aquisições.
A expansão será financiada com geração de caixa e emissão de dívida. Atualmente, o grupo possui uma dívida líquida de R$ 1 bilhão e alavancagem de 2,4x EBITDA. Mesmo com novos aportes, a empresa pretende manter o índice abaixo de 3x.
Entre os investidores estão Atmos Capital, Gera e Warburg Pincus. Um IPO está no radar, mas só deve acontecer com a retomada do mercado de capitais no Brasil. No exterior, essa possibilidade é vista como menos viável, por conta do modelo de negócio baseado em educação privada de classe média.
Além da operação principal, o grupo também entrou em uma parceria público-privada no Paraná, onde gere 34 escolas estaduais. A iniciativa ainda tem margem financeira neutra, mas atende 24 mil alunos e pode se tornar lucrativa com escala. Segundo o CEO Bruno Elias, o mercado público, com mais de 40 milhões de alunos, representa uma oportunidade quatro vezes maior que o setor privado.
Volta às aquisições com força: Após um período mais conservador, o Salta retoma o ritmo agressivo de crescimento com fusões e novas unidades, mirando dobrar seu avanço em comparação aos últimos anos.
Negócio saudável e escalável: Com EBITDA alto e geração de caixa robusta, o grupo consegue expandir sem comprometer excessivamente sua estrutura financeira.
Aposta no setor público: A entrada na gestão de escolas públicas ainda é experimental, mas pode se tornar uma nova frente de crescimento, mirando um mercado quatro vezes maior que o privado.
A Weg anunciou a aquisição dos ativos da Heresite Protective Coatings, empresa dos Estados Unidos especializada em revestimentos industriais. O negócio, avaliado em US$ 9,5 milhões, marca mais um passo da companhia brasileira na sua estratégia de expansão internacional no segmento de tintas e proteção de superfícies.
Com sede em Manitowoc, Wisconsin, a Heresite foi fundada em 1935 e tem forte atuação nos setores de óleo & gás e tratamento de água, oferecendo soluções voltadas a sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado (HVAC), especialmente em ambientes industriais agressivos. A empresa se destaca pelo alcance global: 70% de suas vendas vêm de fora dos EUA, apoiadas por uma rede internacional de parceiros certificados.
Em 2024, a Heresite registrou receita líquida de US$ 8,6 milhões e uma margem EBITDA de 22%, sinalizando uma operação enxuta e financeiramente saudável. Segundo a Weg, os ativos adquiridos serão incorporados aos seus resultados contábeis a partir de maio de 2025, com eventuais ajustes comuns nesse tipo de transação.
Com mais de quatro décadas de atuação no setor de revestimentos, a Weg tem fábricas de tintas líquidas e em pó no Brasil, em Guaramirim (SC) e Mauá (SP), além de unidades internacionais no México e na Argentina. A empresa destaca que essa experiência acumulada no mercado nacional tem permitido uma expansão consistente para fora do país.
A aquisição da Heresite fortalece a posição da Weg em segmentos industriais de alta exigência técnica e amplia sua capacidade de atender clientes globais com soluções mais sofisticadas e duráveis. O movimento também reforça o compromisso da empresa com o crescimento internacional, tanto por meio de fábricas próprias quanto por aquisições estratégicas.
Aquisição reforça a presença internacional da Weg: Com uma empresa americana experiente e com atuação global, a Weg avança em mercados estratégicos, especialmente nos setores mais exigentes da indústria.
Negócio rentável e complementar: A Heresite já opera com boa margem e foco em nichos onde a Weg quer crescer, o que facilita a integração e gera valor imediato.
Fortalecimento da linha de revestimentos: A compra consolida ainda mais a Weg no segmento de tintas e proteção de superfícies, aproveitando sua base industrial já estabelecida no Brasil e no exterior.
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