Índice
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- Argoplan nasce como terceira maior administradora de shoppings do Brasil
- Vale mira no topo: ambição de superação para tornar-se líder global
- Azzas redefine governança para destravar integração pós-fusão
- Setor de energia lidera M&A no Brasil: aposta em transição energética e digital
- “Efeito Trump” leva M&A global ao menor nível em 20 anos
- Franquias seguem em alta: M&A como estratégia para expandir e inovar
Argoplan nasce como terceira maior administradora de shoppings do Brasil


A partir de 1º de julho, Argo Participações e Replan unem forças para criar a Argoplan, que se posiciona como a terceira maior administradora de shoppings do país. A fusão reúne 30 centros comerciais em 22 cidades, totalizando:
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850 mil m² de Área Bruta Locável (ABL)
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5 mil lojas, 35 mil vagas de estacionamento
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R$ 10 bilhões em faturamento anual
A nova empresa combina 23 imóveis da primeira com 7 da segunda, incluindo 13 shoppings próprios. Com estrutura pensada para somar escala, a gestão reforça sua capacidade de negociar e atrair grandes varejistas. O sócio da Replan, Leandro Lopes ex-CFO da BRMalls assume como diretor de planejamento, negócios, jurídico e financeiro. A sede será no Rio de Janeiro, com filial prevista em São Paulo até o fim do ano.
Além dos 30 ativos, o plano é crescer para 35 até o final de 2025: dois por fusões ou aquisições, dois sob gestão e um novo empreendimento no interior de SP, com entrega prevista para 2028. Em Minas, inaugura-se um projeto greenfield em Lagoa Santa (R$ 300 milhões), com previsão para 2027.
Destaques principais:
Item | Detalhes |
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Escala | 30 shoppings agora; plano de 35 até fim de 2025 |
# Empresas maiores | Fica atrás da Allos (58 centros) e AD Shoppings (43), à frente da Multiplan (20) e Iguatemi (17) |
Execução | Leandro Lopes lidera planejamento; Felipe Andrade e Luana Bomfim assumem áreas operacionais e de tecnologia. Hugo Matheson e Marcela Bretas no conselho |
Foco na escala estratégica
Com 30 shoppings e R$ 10 bilhões em vendas, o grupo alcança poder de negociação e maior atratividade para varejistas essencial para gerar negócios mais rentáveis.
Expansão alinhada ao mercado
A meta de chegar a 35 centros até 2025, incluindo projetos como Lagoa Santa, mostra ambição por crescimento orgânico e via aquisições, mesmo num cenário de juros elevados (~15%).
Time de gestão forte e equilibrada
Liderança compartilhada — com experiência combinada em finanças, operações e tecnologia e estrutura societária 50/50 garantem alinhamento e governança eficiente.
Vale mira no topo: ambição de superação para tornar-se líder global
A Vale, agora sob a liderança de Gustavo Pimenta (CEO desde outubro de 2024), traça um plano ambicioso: voltar ao topo como a maior mineradora do mundo, com foco em valor de mercado e produção robusta de metais.
A empresa visa reconquistar seu lugar de destaque caiu para a 9ª posição (US$ 43,9 bi em valor de mercado), muito atrás dos rivais BHP e Rio Tinto. A estratégia inclui:
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Estabilidade operacional e segurança reforçada, para recuperar a confiança.
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Meta de produção de minério de ferro de 360 milhões de toneladas até 2030, voltando ao posto de maior produtora global.
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Iniciativa Novo Carajás no Pará, com investimento de até R$ 70 bi, visando elevar produção local de 175 a 200 milhões de toneladas.
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Ampliação da produção de cobre (minerais críticos para a transição energética) e fortalecimento do níquel produzido no Canadá.
Principais destaques
Ponto | Detalhes |
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Valor de mercado atual | US$ 43,9 bi — cerca de 1/3 da BHP, menos da metade da Rio Tinto |
Meta de produção | Atingir 360 mi ton/ano até 2030 (em 2024 foram 328 mi ton) |
Investimento estratégico | R$ 70 bi no “Novo Carajás” — produção local de ferro de 200 mi ton |
Diversificação | Dobrar produção de cobre nos próximos 10 anos; reforço no níquel canadense |
Volta ao topo com ferro
Alcançar 360 milhões de toneladas/ano posiciona a Vale como a principal fornecedora de minério de ferro — vital para aço e mercado global.
Aposta em minerais críticos
Foco em cobre e níquel impulsiona a entrada na cadeia da transição energética: esses metais serão o “petróleo do próximo século”.
R$ 70 bi no Novo Carajás
O grande investimento indica compromisso com produção local, sustentabilidade e crescimento controlado no Pará, reforçando a base de ativos da empresa.
Azzas redefine governança para destravar integração pós-fusão
A Azzas 2154 — resultante da fusão entre Arezzo e Grupo Soma — anunciou um acordo de governança entre os principais sócios, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, após meses de disputas que atrasaram a integração dos negócios.
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Acordo sem troca financeira: os sócios pactuaram retirar o acordo de acionistas temporariamente, mantendo apenas cláusulas como lock-up, para criar ambiente mais colaborativo.
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Reestruturação do conselho: Pedro Parente sai da presidência, atribuição agora assumida por Nicola Calicchio (ex-McKinsey e Morgan Stanley). O conselho foi reduzido de nove para sete membros, com Marcel Sapir subindo a vice-presidente.
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Comunicação aberta: qualquer impasse futuro sobre estratégias deve ser discutido abertamente no conselho, sem prévias divisões entre as unidades de negócio.
Destaques principais
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Governança simplificada: acordo de acionistas “na gaveta” e remoção de estruturas defensivas.
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Conselho enxuto: de 9 para 7 integrantes, presidente e vice renovados.
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Foco na integração: facilitação da unificação de áreas e cultura, com ganhos operacionais.
Acordo pacífico e sem saída societária
A retirada do acordo de acionistas reduz barreiras e evita divisões internas, sinalizando um movimento de cooperação e menos defensividade entre os sócios.
Conselho reestruturado com propósito executivo
A escolha de Nicola Calicchio como novo presidente e a redução do colegiado indicam foco em execução e governança prática, em vez de discussões meramente representativas.
Integração acelerada para fortalecer o grupo
Com alinhamento claro entre Birman e Jatahy, a Azzas ganha impulso para consolidar operações, unificar centros de distribuição e obter sinergias fiscais e operacionais.
Setor de energia lidera M&A no Brasil: aposta em transição energética e digital
O setor de energia voltou ao centro das fusões e aquisições (M&A), liderando os negócios no país. Segundo o último relatório do Instituto IMAA, globalmente energia e petróleo somaram US$ 40,7 bilhões em transações até abril, roubando a cena entre os setores mais ativos.
No Brasil, esse movimento é ainda mais evidente:
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Em 2024, o setor elétrico atingiu 72 operações de fusões e aquisições, um aumento de 41 % em relação a 2023 e recorde em duas décadas.
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A motivação é clara: transição energética, inovação digital e segurança no fornecimento, obrigando empresas a diversificar seu portfólio, migrando de modelos tradicionais para renováveis e serviços tecnológicos.
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O modelo se reproduz também em energia solar, com M&A crescendo 76 % em 2024 e movimentando pelo menos 3,6 GWp em transações.
Destaques principais
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US$ 40,7 bi em M&A global nos setores de energia e petróleo até abril praticamente metade dos transações globais.
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72 fusões no setor elétrico brasileiro em 2024 – recorde em 20 anos e alta de 41 % em relação a 2023.
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+76 % em M&A no solar em 2024, com 51 operações somando 3,6 GWp transacionados.
Transição energética gera movimento de M&A
A urgência em migrar de fontes fósseis para renováveis e integrar tecnologias digitais cria valor e aumenta a atratividade dos ativos, especialmente os menores.
Segurança e diversificação como motor estratégico
Empresas estão adquirindo portfólios diversos — solar, termelétrico, transmissão para garantir estabilidade no fornecimento mesmo com intermitência de fontes limpas.
Crescimento no energia solar representa oportunidade
Com 76 % de aumento nas transações, o mercado solar atrai grandes players que consolidam mercado, buscando escala e competitividade no novo cenário energético.
“Efeito Trump” leva M&A global ao menor nível em 20 anos
O “efeito Trump” disparado por tarifas extemporâneas, juros altos e instabilidade política derrubou o número de fusões, aquisições, alienações, financiamentos e joint‑ventures para apenas 16.663 transações em 2025, o menor desde 2005, com queda de 16 % em relação a 2024.
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A política tarifária errática do presidente Trump adicionou incerteza ao mercado mundial de M&A, paralizando negócios.
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Transações globais caíram para mínimo de duas décadas cotadas em cerca de 2.330 contratos assinados em abril, menor patamar desde fevereiro de 2005.
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Nos EUA, só em abril foram apenas 555 deals o menor volume mensal desde maio de 2009, durante a crise financeira.
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A volatilidade elevada e os spreads de juros dificultam o financiamento, especialmente para PMEs .
Destaques principais
Item | Detalhes |
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16 663 transações | Total de M&A e similares em 2025 — menor desde 2005 |
–16 % vs 2024 | Redução significativa no número global de transações |
555 acordos em abril | Menor nível mensal desde maio de 2009 nos EUA |
Tarifas erráticas geram bloqueio estratégico
Empresas e bancos estão “segurando o gás” evitando novos negócios até haver mais clareza regulatória e estabilidade.
PMEs vulneráveis, grandes empresas melhor posicionadas
Junções e aquisições por médias empresas despencaram, enquanto grandes empresas — com maior resiliência — conseguem driblar a instabilidade.
Volume em mínimos históricos sinaliza recessão de confiança
M&A é indicador da saúde econômica: nivelar ao patamar de 2005, pior do que na crise financeira ou pandemia, reflete retração global na disposição de investimento.
Franquias seguem em alta: M&A como estratégia para expandir e inovar
O mercado de franquias tem se destacado nas fusões e aquisições (M&A), com especialistas prevendo continuidade dessa tendência. Pequenas redes eficientes estão buscando escala sob grandes grupos — e os grandes players estão investindo em holdings multimarcas que aportam gestão estratégica e governança.
- Exemplo claro: em 2022 a Nestlé comprou o grupo CRM (Kopenhagen e Brasil Cacau); em 2023, Arezzo se fundiu com Grupo Soma, criando a Azzas 2154 (30 marcas, 2 000 lojas, 1 500 franquias); em 2024, a Zamp (Burger King) incorporou Subway e Starbucks.
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Para Adir Ribeiro (CEO da Praxis Business), o sucesso em M&A exige governança sólida, comunicação clara e sintonia cultural.
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A SMZTO (16 redes, 5 000 unidades, R$ 10 bi em vendas) opta por participações minoritárias com gestão ativa, capacitação contínua e auditoria.
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O CNA incorporou a CTrl+Play em 2024, transformando-se no grupo educacional CNA agora multimarca, multicanal, com previsão de R$ 800 mi de faturamento e 961 unidades até fim de 2025.
Destaques principais
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Casos relevantes de M&A no setor: Nestlé/CRM, Azzas, Zamp integrando marcas icônicas.
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Desempenho da SMZTO: 16 redes, 5 mil unidades, R$ 10 bilhões em vendas, forte presença em alimentação, educação e saúde.
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Expansão do CNA+: 961 unidades previstas, R$ 800 milhões de faturamento, atuação híbrida física e digital.
Escalonamento via multimarcas
Pequenas redes ganham visibilidade, acesso a recursos e estrutura eficiente ao serem adquiridas por grandes holdings, acelerando crescimento com investimento compartilhado.
Governança ativa é fundamental
Participações minoritárias com ações no dia a dia das marcas, auditoria rigorosa e capacitação estruturada demonstram que o sucesso vai além do aporte financeiro é preciso envolvimento estratégico.
Valorização de diversificação e inovação
O CNA+ ilustra a estratégia de expansão por canais e produtos (físico, digital, híbrido), consolidando presença nacional e indo além do modelo tradicional de franquia.