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Pará lança concessão florestal inédita – 20/03/2025

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Pará lança concessão florestal inédita para restaurar a Amazônia e gerar créditos de carbono 

O estado do Pará será pioneiro na implementação de um novo modelo de concessão pública para restauração florestal. No dia 28, será leiloada na B3 uma área de 10,3 mil hectares da Área de Preservação Ambiental (APA) Triunfo do Xingu. O projeto prevê um contrato de 40 anos, no qual a empresa vencedora deverá recuperar a vegetação nativa da região, substituindo a área degradada atualmente ocupada por pastagens. 

Essa é a primeira vez que uma unidade de conservação pública será concedida à iniciativa privada para restauração e exploração de créditos de carbono. Além da recuperação florestal, a concessionária poderá comercializar créditos de carbono e realizar manejo sustentável de madeira nativa, desde que também invista em melhorias para a comunidade local. Entre as obrigações, estão a criação de empregos e a construção de infraestrutura social, como escolas, postos de saúde e bases policiais. 

O governador do Pará, Helder Barbalho, ressaltou a importância do projeto tanto no aspecto ambiental quanto econômico. Segundo ele, o contrato deve movimentar R$ 1,5 bilhão ao longo dos 40 anos, com um retorno estimado de R$ 250 milhões para os investidores privados. A iniciativa também prevê a criação de 2 mil empregos, principalmente em atividades como produção de mudas e reflorestamento. 

A viabilidade desse modelo de concessão só foi possível após uma mudança na legislação de gestão de florestas públicas em 2023. Antes, a concessão florestal se limitava ao manejo de madeira em florestas públicas federais e estaduais, sem incluir a restauração ambiental. Agora, além da APA Triunfo do Xingu, outras áreas degradadas da Amazônia poderão ser incluídas no programa, com novos leilões previstos para os próximos anos. 

O edital estipula que a empresa vencedora precisará investir R$ 258 milhões na instalação e operação do projeto. A expectativa é que a restauração da área resulte na captura de 3,7 milhões de toneladas de carbono, o equivalente a 330 mil voltas de avião ao redor do planeta. Para efeito de comparação, o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa apenas em 2023. 

A APA Triunfo do Xingu é uma das áreas mais desmatadas da Amazônia. Desde 2008, perdeu 34,87% de sua cobertura florestal original, um total de 4.372 km², sendo considerada um dos maiores símbolos do desmatamento no Brasil. O governo paraense vê a concessão como uma oportunidade de reverter esse cenário e transformar a floresta em uma alternativa econômica sustentável para a região. 

Até a COP30, outras áreas estaduais e federais podem ser incluídas nesse modelo de concessão, ampliando o impacto da iniciativa. Um dos projetos já em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) é a concessão de 98,3 mil hectares da Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, sendo 14,3 mil destinados à restauração. Além disso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) avalia formas de garantir financiamento para a concessão de Triunfo do Xingu, demonstrando o interesse internacional no modelo. 

Karen Oliveira, diretora da The Nature Conservancy (TNC), destaca que a parceria público-privada dá escala à restauração da Amazônia e garante segurança jurídica aos investidores. Já Leonardo Sobral, da Coalizão Brasil, reforça que esse modelo pode ser expandido para outras categorias de áreas protegidas, como Flonas e Flotas, além de florestas públicas não destinadas, que hoje são os principais alvos do desmatamento ilegal. 

A iniciativa representa um passo inovador para o Brasil, unindo restauração ambiental, desenvolvimento sustentável e geração de renda para comunidades locais. Caso seja bem-sucedida, pode se tornar uma referência global no combate à degradação da floresta amazônica. 

Resumo da operação: 

Primeira concessão florestal para restauração da Amazônia: No dia 28, uma área de 10,3 mil hectares na APA Triunfo do Xingu será leiloada, com um contrato de 40 anos para recuperação florestal e exploração sustentável de créditos de carbono. 

Investimento e impacto financeiro: A empresa vencedora deverá investir R$ 258 milhões na operação do projeto, que movimentará R$ 1,5 bilhão ao longo dos anos e pode gerar até R$ 250 milhões de retorno aos investidores. 

Sustentabilidade e benefícios sociais: O projeto prevê a captura de 3,7 milhões de toneladas de carbono e a criação de 2 mil empregos, além da construção de escolas, postos de saúde e bases policiais para fortalecer a proteção da floresta. 

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CCR prepara venda de ativos, mas nega negociações em andamento 

A CCR anunciou a contratação do Itaú Unibanco, Lazard, Goldman Sachs e BTG Pactual como assessores financeiros para possíveis acordos de venda de seus ativos aeroportuários e de mobilidade. Apesar disso, a empresa informou que não há negociações concretas acontecendo no momento. 

A venda de ativos deve começar pelos aeroportos, com um acordo esperado até o fim do ano. A empresa opera 17 aeroportos no Brasil e três no exterior (Equador, Costa Rica e Curaçao), movimentando 43 milhões de passageiros anualmente. As operações internacionais representam mais de 60% dos lucros do setor aeroportuário. 

Além dos aeroportos, a companhia planeja vender participações minoritárias em sistemas de metrôs, ferrovias e balsas, com negociações previstas para serem concluídas até 2026. Pelo menos seis empresas já demonstraram interesse nesses ativos. 

Nos últimos anos, a CCR expandiu seu portfólio para 30 ativos de infraestrutura, incluindo 3.615 km de rodovias em cinco estados brasileiros. No entanto, essa expansão elevou sua dívida líquida para R$ 24,9 bilhões. Apesar de a alavancagem estar dentro do limite estabelecido pela empresa, o aumento dos juros levou a companhia a revisar sua estratégia e focar na gestão financeira. 

Atualmente, mais de 70% dos lucros da CCR vêm de rodovias com pedágio, e a empresa decidiu concentrar suas operações nos principais centros urbanos do Brasil, deixando de lado a expansão internacional. Enquanto acelera a venda de ativos, suas ações acumulam alta de 12% no ano, superando o desempenho do Ibovespa, que subiu 2,5% no mesmo período. 

Resumo da operação: 

Assessores financeiros contratados – A CCR contratou Itaú Unibanco, Lazard, Goldman Sachs e BTG Pactual para auxiliar na possível venda de ativos, mas ainda não há negociações em andamento. 

Venda de aeroportos e mobilidade urbana – A empresa pretende vender seus 17 aeroportos no Brasil e 3 no exterior, além de participações minoritárias em metrôs, ferrovias e balsas, com acordos previstos até 2026. 

Foco no Brasil e gestão da dívida – Com uma dívida líquida de R$ 24,9 bilhões, a CCR optou por concentrar investimentos nas rodovias brasileiras, onde já detém 35% do mercado, priorizando a sustentabilidade financeira. 

 

Aquecimento nas aquisições de infraestrutura é esperado para 2025

O setor de infraestrutura no Brasil deve continuar movimentado em 2025, com empresas ajustando seus portfólios e fundos financeiros em busca de oportunidades, principalmente em concessões rodoviárias. Com o aumento dos juros e o fechamento do mercado de ações, empresas como Ecorodovias e CCR estão vendendo ativos para melhorar sua situação financeira e se preparar para leilões de rodovias. 

A Ecorodovias está avaliando a venda de ativos para levantar recursos, considerando até mesmo a busca de sócios para alguns de seus ativos, ao invés de uma oferta pública de ações, que poderia diluir o capital. Já a CCR está vendendo suas divisões de aeroportos e mobilidade urbana, com o processo ainda em fase inicial. A venda dos aeroportos pode envolver a combinação de blocos de contratos mais rentáveis com outros mais desafiadores, enquanto a área de mobilidade busca um sócio internacional para apoiar sua expansão. 

O setor de rodovias segue com grande potencial de investimento, e especialistas apontam que as empresas precisarão reciclar seu capital, vendendo ativos operacionais para financiar novos projetos. O mercado também deve ser impulsionado pelo interesse de grandes fundos de infraestrutura internacionais, que continuam ativos, principalmente nos segmentos onde o Brasil possui vantagem competitiva. 

Entre as transações em andamento, destaca-se a venda da Monte Rodovias, que está sendo disputada por grupos como Aenza, BTG, Opportunity, Macquarie e EPR. Outros ativos à venda incluem a ViaRondon e a Rota das Bandeiras, com empresas como Aenza interessadas em adquirir a ViaRondon. 

Resumo da operação: 

Venda de ativos no setor de infraestrutura: Empresas como Ecorodovias e CCR estão vendendo ativos para ajustar seus portfólios e financiar novos projetos, como leilões de rodovias. 

Interesse de investidores financeiros: Grandes fundos de infraestrutura internacionais estão ativos no mercado, impulsionando aquisições de empresas e ativos no Brasil, especialmente em concessões rodoviárias. 

Operações em andamento: A venda da Monte Rodovias está avançando, com interesse de empresas como Aenza, BTG e Opportunity, enquanto outras concessões, como ViaRondon, também estão no radar de compradores. 

Sabesp e Aegea avaliam compra de participação na Copasa em Minas Gerais

Sabesp e Aegea estão avaliando a possibilidade de participar da privatização da Copasa, empresa de saneamento de Minas Gerais. Ambas mantiveram conversas com o governo estadual, que busca um acionista estratégico para a empresa, com expertise no setor. A intenção é fechar o acordo ainda neste ano, dependendo da aprovação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. 

O processo de privatização da Sabesp, modelo seguido para a Copasa, atraiu um grande interesse, e o governo de Minas espera realizar a oferta de ações na segunda metade de 2025. No entanto, a privatização da Copasa depende da aprovação de um projeto de lei que ainda está sendo discutido. Se não aprovado neste ano, o governo pode ter dificuldades para concluir o processo antes das eleições de 2026. 

As ações da Copasa e da Sabesp registraram alta após o anúncio, e o governo de Minas planeja manter cerca de 10% das ações da Copasa após a privatização, com uma golden share. 

Resumo da operação: 

Privatização da Copasa: O governo de Minas Gerais busca vender uma participação da Copasa e está negociando com empresas como Sabesp e Aegea, que têm interesse em se tornar acionistas estratégicos. 

Modelo de privatização da Sabesp: O processo de privatização da Copasa segue o modelo da Sabesp, privatizada no ano passado, o que pode atrair novos investidores, especialmente no setor de saneamento. 

Dependência de aprovação legislativa: O projeto de privatização precisa ser aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas para que o processo avance. Caso contrário, a conclusão da venda pode ser adiada para depois das eleições de 2026. 

 

SP assina concessão de R$ 7,9 bilhões para modernização de sistema rodoviário 

O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), assinou um contrato de concessão com a Concessionária Ecovias Raposo Castello para a modernização do sistema rodoviário Nova Raposo. A concessão abrange um total de 92 quilômetros de rodovias nas principais vias da região: Castello Branco (SP-280), Raposo Tavares (SP-270) e Coronel PM Nelson Tranchesi (SP-029). 

A concessão foi definida através de um processo de Concorrência Internacional, com o contrato tendo uma duração de 30 anos. O valor estimado para os investimentos no projeto é de R$ 7,9 bilhões, que serão aplicados ao longo do período de concessão, visando a ampliação, operação, conservação e manutenção dessas rodovias. Além disso, o contrato inclui a exploração de receitas acessórias, como pedágios e outras fontes de renda relacionadas às vias. 

A expectativa com esse novo contrato é garantir melhorias significativas na infraestrutura rodoviária, garantindo mais segurança, eficiência e fluidez no tráfego, o que beneficiará diretamente os motoristas e usuários que dependem dessas vias diariamente. A concessionária responsável, Ecovias Raposo Castello, ficará encarregada de realizar os investimentos necessários para a modernização das rodovias, além de garantir sua manutenção contínua durante o período de concessão. 

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) também participa da operação, juntamente com a Artesp, e a parceria visa otimizar o uso das rodovias no Estado de São Paulo, especialmente em um dos corredores de maior tráfego e relevância econômica do estado. Este projeto é parte de um esforço mais amplo do Governo do Estado para melhorar a infraestrutura rodoviária e atrair investimentos que impulsionem o desenvolvimento local e regional. 

Resumo da operação: 

Investimento de R$ 7,9 bilhões: Ao longo de 30 anos, a concessão prevê que a concessionária aplique R$ 7,9 bilhões para a modernização, manutenção e ampliação das rodovias. 

Concessão via Concorrência Internacional: O contrato foi fechado com a empresa vencedora de uma Concorrência Internacional, garantindo um processo transparente e competitivo. 

Objetivo de modernização e eficiência: A concessão visa não apenas a melhoria da infraestrutura rodoviária, mas também aumentar a segurança e a eficiência do tráfego nas rodovias Castello Branco, Raposo Tavares e Coronel PM Nelson Tranchesi. 

 

Brasil bate recorde de investimento em saneamento, com quase R$ 30 bilhões em 2023 

O setor de saneamento no Brasil alcançou um marco histórico em 2023, com investimentos que ultrapassaram os R$ 29 bilhões, o maior valor já registrado no país. Os dados foram divulgados pelo Ministério das Cidades na última quarta-feira (12), com base no novo Sistema Nacional de Informação em Saneamento Básico (Sinisa), que substitui o antigo SNIS e traz informações mais detalhadas sobre água, esgoto e outros serviços relacionados. 

Os números revelam avanços importantes, mas também desafios persistentes. O levantamento aponta que 59,7% da população tem acesso à rede de esgoto, número que sobe para 67,5% nas áreas urbanas. No caso da água, 83,1% dos brasileiros são atendidos, sendo 93,4% nos centros urbanos. Ainda assim, o país está distante da meta estabelecida pela Lei do Saneamento Básico, que prevê 90% de cobertura de esgoto e 99% de acesso à água até 2033. 

O estudo também destacou problemas estruturais do setor. Apenas 49% do esgoto gerado no Brasil é tratado, enquanto 40% da água produzida é perdida antes de chegar ao consumidor. Além disso, o setor opera com déficit: o custo médio da água por metro cúbico é de R$ 6,31, enquanto a receita é de R$ 5,38, gerando prejuízos para muitas empresas. 

Apesar dos desafios, o volume de investimentos cresceu 22,9% em relação ao ano anterior, segundo a Abcon Sindcon, entidade que representa as concessionárias privadas do setor. O avanço da participação privada tem sido um fator relevante, com empresas privadas atendendo cerca de 30% da população após concessões nos últimos anos. 

Além da infraestrutura de saneamento, o Sinisa também ampliou a coleta de dados para outras áreas, como resíduos sólidos e drenagem urbana. O levantamento revelou que um em cada três municípios não tem um plano de saneamento básico, e apenas 2,1 mil cidades possuem uma entidade reguladora para os serviços de abastecimento de água. 

Resumo da operação:

Investimento recorde de R$ 29 bilhões: O setor de saneamento registrou o maior investimento da história do país em 2023, um crescimento de 22,9% em relação ao ano anterior. 

Cobertura ainda insuficiente: Apesar dos avanços, 40% da água tratada é desperdiçada e apenas 49% do esgoto gerado é tratado, dificultando o cumprimento das metas para 2033. 

Expansão da participação privada: Empresas privadas já atendem 30% da população, resultado do aumento das concessões e da busca por maior eficiência no setor. 

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