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Minerva traça estratégia para reduzir dívida – 25/03/2025

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Minerva traça estratégia para reduzir dívida bilionária após aquisição da Marfrig

A Minerva, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, busca reduzir sua dívida de R$ 7,5 bilhões, adquirida após a compra de 16 fábricas da Marfrig na região. Executivos da companhia afirmam que a redução do passivo será uma prioridade em 2024 e 2025, mas analistas seguem preocupados com os impactos financeiros dessa operação. 

O peso da aquisição já refletiu nos resultados da empresa. No quarto trimestre de 2024, a Minerva registrou um prejuízo líquido de R$ 1,567 bilhão, revertendo o lucro de R$ 19,8 milhões no mesmo período de 2023. Apesar disso, o Ebitda – indicador de geração de caixa – subiu 55,8%, chegando a R$ 943,7 milhões, ainda que a margem Ebitda tenha recuado para 8,8%. 

Para lidar com a dívida, a Minerva tem adotado diversas estratégias no mercado de capitais. A empresa já realizou emissões de debêntures e bonds no exterior e continua avaliando novas alternativas para reduzir custos financeiros. Em agosto de 2024, o CFO Edison Ticle mencionou a possibilidade de renegociar o empréstimo de R$ 6 bilhões concedido pelo JP Morgan, visando condições mais vantajosas. 

Além disso, a VDQ Holdings, veículo de investimento da família fundadora da Minerva, anunciou em novembro de 2024 uma captação de R$ 705 milhões para “aquisição de participações societárias”. No entanto, não ficou claro se esse montante será utilizado para reforçar a posição na própria Minerva ou em novos investimentos. A operação será feita por meio da emissão de notas comerciais, com vencimento em 2029 e remuneração de CDI + 3,60% ao ano. 

O cronograma de pagamentos da empresa mostra um desafio significativo. Apenas em 2025, a Minerva precisará desembolsar R$ 3,8 bilhões para honrar compromissos financeiros, sendo R$ 1,92 bilhão concentrados no terceiro trimestre. Esses vencimentos pressionam a necessidade de captação de recursos e reestruturação da dívida para manter a estabilidade financeira. 

Resumo da operação:  

A Minerva assumiu uma dívida de R$ 7,5 bilhões com a compra de 16 fábricas da Marfrig, exigindo medidas para equilibrar as finanças. 

Resultados financeiros impactados:  A empresa registrou um prejuízo de R$ 1,567 bilhão no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro do ano anterior, apesar do aumento de 55,8% no Ebitda. 

Estratégias para aliviar o passivo:  A companhia estuda novas emissões de títulos e renegociações para baratear um empréstimo de R$ 6 bilhões do JP Morgan, enquanto a VDQ Holdings busca captar R$ 705 milhões para investimentos. 

Altos vencimentos em 2025:  A Minerva terá que pagar R$ 3,8 bilhões em 2025, com um grande vencimento de R$ 1,92 bilhão no terceiro trimestre, o que reforça a necessidade de planejamento financeiro. 

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Votorantim Cimentos inicia 2025 com caixa forte e mira expansão no Brasil e no exterior

A Votorantim Cimentos começa 2025 em uma posição financeira confortável, com R$ 5,1 bilhões em caixa e uma estrutura de capital equilibrada. Esse cenário permite que a maior fabricante de cimento do Brasil avalie novas oportunidades de expansão, seja por meio da ampliação de fábricas ou de aquisições estratégicas. “Temos uma estrutura de capital que nos deixa prontos para aproveitar oportunidades”, afirmou Osvaldo Ayres, CEO da companhia. 

O plano de crescimento da empresa já está em andamento. Entre 2024 e 2028, a Votorantim investirá R$ 5 bilhões no Brasil, sendo que R$ 1,9 bilhão já foi aplicado na ampliação das unidades de Edealina (GO), Salto de Pirapora (SP), Xambioá (TO) e Itaperuçu (PR). Fora do país, a companhia também reforçou sua presença com aportes no Canadá, Espanha e na nova operação na Bolívia. No total, os investimentos somaram R$ 3,2 bilhões em 2024, um aumento de 38% em relação a 2023. 

Mesmo com a ampliação dos investimentos, a empresa mantém uma alavancagem financeira controlada. O índice de dívida líquida sobre Ebitda fechou 2024 em 1,66 vez, um aumento de 0,29 ponto em relação a 2023, mas ainda dentro de um patamar saudável para um setor de capital intensivo como o de cimentos. Esse equilíbrio permite que a companhia tenha flexibilidade para novas movimentações no mercado. 

Possíveis aquisições no setor

Uma das principais oportunidades que surgem para a Votorantim Cimentos está na crise da concorrente InterCement, que entrou em recuperação judicial. No ano passado, a Votorantim chegou a fazer uma proposta por parte dos ativos da rival, mas a InterCement optou por negociações exclusivas com a CSN Cimentos. Com a recuperação judicial, cresce a possibilidade de que os ativos da empresa sejam vendidos separadamente em Unidades Produtivas Isoladas (UPIs). 

A InterCement possui 10 fábricas no Brasil, três marcas de cimento e 21 centros de distribuição, que podem ser vendidos em blocos para diferentes compradores. Caso decida participar desse processo, a Votorantim poderia fortalecer ainda mais sua liderança no mercado nacional, ampliando sua capacidade produtiva e sua rede de distribuição. 

Com um caixa robusto e um mercado em transformação, a Votorantim Cimentos entra em 2025 bem posicionada para crescer, mantendo uma estratégia cautelosa, mas atenta a oportunidades que possam consolidar ainda mais sua presença no setor. 

Resumo da operação: 

Caixa sólido e estratégia de crescimento:  A empresa tem R$ 5,1 bilhões em caixa, o que garante segurança financeira para investimentos e possíveis aquisições. 

Expansão no Brasil e no exterior:  O plano de investimentos até 2028 prevê R$ 5 bilhões para o Brasil, com R$ 1,9 bilhão já aplicado na ampliação de fábricas. No exterior, foram investidos R$ 3,2 bilhões em 2024, um crescimento de 38% em relação a 2023. 

Possível compra de ativos da InterCement:  A rival entrou em recuperação judicial, e seus ativos podem ser vendidos em partes. Com 10 fábricas, três marcas e 21 centros de distribuição, a empresa pode se tornar uma oportunidade estratégica para a Votorantim Cimentos fortalecer ainda mais sua posição no mercado. 

Cade proíbe exclusividade da Wellhub e aquece concorrência no setor fitness 

O Cade tomou uma decisão que impacta diretamente o setor fitness no Brasil: a Wellhub (ex-Gympass) foi proibida de firmar contratos de exclusividade com academias, uma vitória para concorrentes como TotalPass, GuruPass e Tecfit. A medida visa garantir um ambiente mais competitivo e corrigir falhas identificadas no Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado em 2022, que não surtiu o efeito esperado. 

A proibição ocorre após denúncias de que a Wellhub estaria restringindo a atuação de outras plataformas ao fechar acordos exclusivos com academias. O Cade determinou a anulação de todos os contratos de exclusividade firmados desde setembro de 2022 e impediu que a empresa celebre novos acordos desse tipo. Apesar da infração, a Wellhub foi isenta de pagar a multa de R$ 3 milhões inicialmente prevista. 

A decisão foi comemorada por empresas concorrentes. Felipe Calbucci, CEO da TotalPass, destacou que a medida beneficia academias e consumidores ao aumentar a concorrência. Felipe Souza, cofundador da GuruPass, também celebrou a decisão, argumentando que os contratos exclusivos prejudicavam a livre concorrência e limitavam as opções para os clientes. 

Com essa nova regra, outras plataformas agregadoras podem expandir suas redes. A TotalPass, que já conta com 23 mil academias parceiras, vê um cenário favorável para competir diretamente com a Wellhub, que afirma ter 32 mil academias cadastradas, sendo 3,5 mil exclusivas. A GuruPass, por sua vez, planeja dobrar sua rede, alcançando 6 mil academias nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. 

A Wellhub, por sua vez, afirmou em nota que sempre atuou dentro dos parâmetros acordados e que o TCC trouxe benefícios para o mercado, aumentando a concorrência e reduzindo o fechamento de academias. A empresa declarou que continuará colaborando com as autoridades para aprimorar seu modelo de negócios. 

Resumo da operação: 

Fim da exclusividade da Wellhub:  O Cade determinou a anulação dos contratos exclusivos da empresa e proibiu novos acordos desse tipo, abrindo espaço para mais concorrência. 

Crescimento de concorrentes:  Com a decisão, empresas como TotalPass e GuruPass podem aumentar suas redes de academias parceiras, reduzindo a vantagem competitiva da Wellhub. 

 Isenção de multa:  Apesar da infração ao acordo de 2022, a Wellhub não precisará pagar a multa de R$ 3 milhões, mas terá que ajustar sua atuação no mercado. 

Grupo japonês Shinagawa compra 60% da Reframax, avaliada em R$ 1 bilhão

O grupo japonês Shinagawa adquiriu 60% da Reframax Engenharia, empresa mineira especializada em revestimentos refratários e isolamento térmico e acústico para indústrias. O negócio, que avalia a Reframax em R$ 1 bilhão, mantém a família fundadora como acionista minoritária e à frente da gestão, com Renato Vieira no comando do conselho. 

Fundada em 1999, a Reframax emprega 4,5 mil pessoas e atende setores como mineração, siderurgia, petroquímica e papel e celulose. Em 2023, sua receita foi de R$ 760 milhões, e a projeção para 2024 aponta um faturamento de R$ 910 milhões, com lucro operacional estimado em R$ 100 milhões. A empresa já tem operações em outros países da América Latina. 

A aquisição faz parte da estratégia da Shinagawa para crescer globalmente no setor de engenharia até 2030. Em 2023, os japoneses compraram a Gouda Refratários, que atua na Europa e Oriente Médio, e abriram uma nova unidade na China. Para financiar essas expansões, o grupo utiliza crédito e avalia vender imóveis e participações em ativos menos estratégicos. 

Resumo da operação: 

Compra da Reframax por R$ 1 bilhão:  A Shinagawa adquiriu 60% da empresa mineira, mantendo os fundadores na gestão e mirando a expansão global do setor de refratários. 

Crescimento e projeções financeiras:  A Reframax faturou R$ 760 milhões em 2023 e deve alcançar R$ 910 milhões em 2024, com um lucro operacional estimado de R$ 100 milhões. 

Expansão global da Shinagawa:  O grupo japonês segue seu plano de crescimento até 2030, tendo adquirido a Gouda Refratários e expandido para a China recentemente. 

Google compra Wiz por US$ 32 bilhões na maior aquisição de sua história

O Google anunciou a compra da empresa israelense de cibersegurança Wiz por US$ 32 bilhões, tornando-se a maior aquisição já feita pela companhia controlada pela Alphabet. O negócio, pago integralmente em dinheiro, fortalece a estratégia do Google Cloud para ampliar a segurança e a compatibilidade entre diferentes serviços de computação em nuvem. 

As negociações entre as empresas começaram no ano passado, mas esbarraram em desafios regulatórios. Inicialmente, a avaliação da Wiz girava em torno de US$ 23 bilhões, mas a empresa israelense conseguiu elevar esse valor devido ao rápido crescimento. Criada em 2020, a Wiz faturou US$ 350 milhões em 2023 e projeta alcançar US$ 1 bilhão em receita anual recorrente em 2024. O preço pago pelo Google representa um múltiplo de 32 vezes a receita estimada para o ano, um patamar comparável ao de empresas como Palantir e MicroStrategy. 

A aquisição ocorre em um momento em que a Alphabet enfrenta desafios no setor de nuvem. No último trimestre, a receita do Google Cloud cresceu 30%, abaixo das expectativas e menor que os 35% do trimestre anterior. Em fevereiro, a empresa anunciou demissões nessa divisão para reduzir custos. 

A Wiz, por outro lado, tem expandido rapidamente sua atuação e já possui parcerias com grandes players como Amazon Web Services, Microsoft Azure e Oracle Cloud. O Google garantiu que os serviços da Wiz continuarão disponíveis para todas as plataformas. 

O acordo ainda precisará passar por aprovação regulatória, um processo que pode ser influenciado pelo novo presidente da Comissão Federal de Comércio (FTC), Andrew Ferguson, nomeado pelo governo de Donald Trump. 

Resumo da operação: 

Aquisição bilionária do Google:  O Google comprou a Wiz por US$ 32 bilhões, no maior negócio de sua história, visando fortalecer sua presença em segurança cibernética e computação em nuvem. 

Crescimento acelerado da Wiz:  Fundada em 2020, a Wiz faturou US$ 350 milhões em 2023 e projeta atingir US$ 1 bilhão neste ano, justificando sua avaliação elevada. 

Impacto no mercado e desafios regulatórios:  A aquisição pode ajudar o Google a competir melhor com Amazon e Microsoft, mas ainda precisa ser aprovada pelos órgãos reguladores dos EUA. 

Turim adquire Vita e fortalece sua atuação no mercado de family offices 

A Turim, um dos maiores multi family offices do Brasil, adquiriu parte da Vita e incorporou sua operação de consultoria patrimonial à Tori, seu braço de gestão de fortunas para clientes com menos de R$ 100 milhões. O acordo, que envolveu dinheiro e ações, também marcou a saída da Gorila, que havia investido na Vita em 2021. 

A Vita MFO, unidade de consultoria patrimonial, foi absorvida pela Tori, elevando seu volume de gestão para R$ 4 bilhões. Já o braço de aceleração de multi family offices da Vita manteve sua marca, com a Turim se tornando acionista minoritária. 

Com a transação, Ricardo Guimarães Filho, fundador da Vita, assume como co-CEO da Tori, ao lado de Rodrigo Rocha e Fernanda Valle. Além disso, a operação adiciona oito especialistas em investimentos e atendimento ao cliente, além da tecnologia de consolidação patrimonial e do registro de consultoria independente nos Estados Unidos (RIA). 

A aquisição ocorre em um momento de crescimento do mercado de consultoria financeira no Brasil, impulsionado pelo fim do diferimento fiscal dos fundos exclusivos, que levou muitos investidores a buscar novas soluções de gestão patrimonial. A Turim aposta na expansão desse setor e na adoção do modelo fee-based, predominante nos EUA, que evita conflitos de interesse entre gestores e clientes. 

A criação da Tori e a compra da Vita mostram a estratégia da Turim de expandir seu alcance para um novo perfil de cliente, consolidando sua posição como referência no setor. 

 Resumo da operação: 

Aquisição e incorporação:  A Turim comprou a Vita e integrou sua consultoria patrimonial à Tori, elevando sua gestão para R$ 4 bilhões e ampliando sua presença no segmento de clientes com até R$ 100 milhões. 

Novos executivos e tecnologia:  O fundador da Vita, Ricardo Guimarães Filho, assume como co-CEO da Tori. A operação traz novos especialistas e tecnologia de consolidação patrimonial para fortalecer os serviços da empresa. 

Expansão do mercado de consultoria:  Com a CVM 179 impulsionando o modelo fee-based, a Turim aposta na profissionalização e crescimento dos multi family offices no Brasil, buscando consolidar sua liderança no setor. 

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