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M&A de fintechs estagna enquanto fusões mais amplas no Brasil seguem longe do auge de 2021 – 11/11/2025

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A de fintechs estagna enquanto fusões mais amplas no Brasil seguem longe do auge de 2021

O volume de fusões e aquisições (M&A) no Brasil permanece bem abaixo do pico registrado em 2021. Até o final de setembro de 2025, foram contabilizadas cerca de 1.087 transações, o que representa uma queda de aproximadamente 34,5% em relação ao recorde de 1.659 negócios naquele ano. 
No segmento de fintechs, especificamente, embora ainda haja captação e transações, houve uma desaceleração no ritmo de aquisições em comparação com o momento de auge da transformação digital impulsionada pela pandemia.

Principais pontos

  1. Volume em queda após boom
    O pico de M&A em 2021 foi influenciado por taxas de juros mais baixas e entusiasmo com digitalização. Agora, com juros mais altos e maior incerteza macro, o ritmo voltou a cair.

  2. Mudança de foco no setor de fintechs
    Embora ainda haja investimento em fintechs, o “fervo” de aquisições diminuiu porque muitos negócios já estão maduros, os valuations subiram e os riscos regulatórios/operacionais se tornaram mais visíveis.

  3. Ambiente exige mais seletividade
    As empresas que buscam fazer aquisições precisam Agora de mais disciplina — olhar para dar mais “fit” estratégico, sinergias reais, taxas de juros maiores — o que reduz o número de operações, mas pode aumentar a qualidade.

Raízen vende usina à Grupo Colorado por R$ 750 milhões e abre nova fase estratégica

A Raízen fechou a venda da usina Continental para o Grupo Colorado, em um negócio estimado em R$ 750 milhões
A transação marca a saída da Raízen de uma planta específica para concentrar esforços em seu core de etanol, açúcar e biocombustíveis, enquanto o Grupo Colorado adquiriu o ativo para ampliar sua presença no setor sucroenergético.
Embora não haja todos os detalhes públicos sobre data de fechamento ou condições, o valor indicado já evidencia que as movimentações de M&A no setor sucroalcooleiro continuam como instrumento relevante de reorganização estratégica.

Principais pontos

  1. Venda estratégica para foco renovado
    A Raízen se desfaz de uma de suas unidades para concentrar recursos e gestão em negócios com maior retorno estratégico ou escala, em vez de manter ativos dispersos.

  2. Expansão via aquisição para o comprador
    Para o Grupo Colorado, adquirir a usina representa ganho de escala, reforço de portfólio produtivo e potencial para sinergias com logística ou outros ativos que possua.

  3. M&A como mecanismo de ajuste em setores tradicionais
    Mesmo em segmentos maduros como o açúcar/álcool, fusões e aquisições servem para reorganização de planta, controle de custo, racionalização ou entrada em áreas específicas de valor (como bioenergia, cogeração, energia renovável).

SLC Agrícola fecha parceria de R$ 1 bilhão com fundos do BTG para impulsionar expansão de terras

A SLC Agrícola firmou um acordo de aproximadamente R$ 1,03 bilhão com fundos vinculados ao BTG Pactual. Esse capital será destinado à contribuição de ativos da empresa — como a Fazenda Piratini (na Bahia) — e financiamentos de projetos de irrigação, com o objetivo de expandir suas operações agrícolas e reduzir alavancagem. 
Segundo o CEO da SLC, esse modelo de parceria poderá ser replicado no futuro, desde que se mantenha o “encaixe de valor da terra”.

Principais pontos

  1. Financiamento via ativos em vez de dívida pura
    A empresa entrega parte dos seus ativos para os fundos e obtém capital, em vez de contrair dívida tradicional — isso alivia o balanço e reduz dependência de empréstimos.

  2. Foco em irrigação e crescimento sustentável
    Os investimentos serão direcionados a expandir áreas de produção irrigada, o que reduz risco climático e aumenta produtividade — essencial num cenário agrícola competitivo.

  3. Modelo de parceria que pode se repetir
    A SLC vê esse acordo como piloto: se os retornos forem positivos, ela poderá firmar outras parcerias semelhantes com fundos — ampliando escala e mantido controle estratégico.

Grupo Guararapes vende o Midway Mall por cerca de R$ 1,6 bilhão em Natal

O Grupo Guararapes, controlador da rede Riachuelo, negociou a venda de 100% das quotas do shopping Midway Mall, em Natal (RN), para um grupo liderado pela gestora Capitânia Capital e outros investidores. A proposta foi submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e está em memorando de entendimento não-vinculante. 
O valor estimado da operação é de aproximadamente R$ 1,6 bilhão, o que representa quase 30% do valor de mercado da Guararapes na Bolsa.
O MIDWAY Mall, inaugurado em abril de 2005, possui área bruta locável de cerca de 66,2 mil m² e mais de 300 lojas.

Principais pontos

  1. Realização de capital e foco estratégico
    A venda permite ao grupo liberar cerca de R$ 1,6 bilhão, reforçando o caixa e possibilitando focar mais no varejo (Riachuelo) e em sua cadeia produtiva, ao invés de manter ativos imobiliários que distraem do core-business.

  2. Avaliação expressiva para o ativo
    O valor corresponde a quase 30% da capitalização da companhia na Bolsa, demonstrando que o shopping é um patrimônio relevante — e que o mercado enxergou o negócio como uma oportunidade forte para o comprador.

  3. Complexidade regulatória e ainda pendente de fechamento
    Apesar do memorando de entendimento estar assinado, o contrato definitivo ainda não foi firmado, e a operação está sujeita à aprovação da CADE, o que apresenta riscos de atraso ou ajustes no valor/fundo comprador.

Assaí reinventa o varejo alimentar e assume liderança nacional

O Assaí iniciou em 1974 como uma loja de abastecimento para pizzarias na Zona Leste de São Paulo e, ao longo de 51 anos, se transformou na maior e mais presente empresa do varejo alimentar brasileiro, com mais de 300 lojas, cerca de 90 mil colaboradores e 40 milhões de clientes mensais. 
A rede se destacou ao antecipar movimentos de mercado: em 2012 mudou o formato de loja para “atacarejo premium”, combinando preço baixo com experiência de compra melhor, atendimento ao varejista e ao consumidor final. 
Posteriormente, adicionou serviços in-store como açougue, padaria e empório de frios, modernizou sua operação com autoatendimento e digitalização, e alcançou eficiência financeira com alavancagem reduzida (3,03x EBITDA no 3T25). 
Simultaneamente, a marca passou a figurar entre as mais valiosas do país no segmento de varejo alimentar — reconhecimento que reforça a força da proposta e a capilaridade nacional.

Principais pontos

  1. Transformação de formato redefine o mercado
    Em vez de simples “bom preço”, o Assaí incorporou ambientação, mix mais amplo e serviços — elevando o padrão do atacarejo e fazendo com que outros concorrentes seguissem o mesmo caminho.

  2. Tecnologia e eficiência como motor de crescimento
    O investimento em autoatendimento, digitalização dos processos internos e disciplina financeira permitiu ao grupo crescer sem perder margem. A alavancagem menor demonstra isso.

  3. Marca forte e capilaridade nacional como vantagem competitiva
    Ser reconhecida como a marca mais valiosa do varejo alimentar mostra que a empresa tem presença, confiança e escala — o que dificulta para rivais regionais se aproximarem em termos de alcance e impacto.

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