Índice
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- Itaú reforça aposta em startups com novo fundo de R$ 500 milhões
- Gigante do mercado pet: Petz e Cobasi formam união de R$ 6,9 bi
- Minerva se envolve oficialmente na fusão entre BRF e Marfrig
- Mercado dividido sobre Selic: manutenção ou novo ajuste?
- Fundos têm até 30 de junho para se adequar ao novo marco regulatório
- ASA de Alberto Safra compra a Gauss Capital e atinge R$ 5,5 bi sob gestão
- Fras‑Le estuda follow‑on de até R$ 300 milhões para ampliar liquidez
Itaú reforça aposta em startups com novo fundo de R$ 500 milhões
O Itaú Unibanco decidiu dar um passo maior em sua estratégia de investimentos em startups. A área de Corporate Venture Capital (CVC), antes operada pela Kinea Ventures, agora passa a ser totalmente internalizada pelo banco. Com isso, o Itaú cria um fundo próprio de R$ 500 milhões para investir em startups que tenham sinergia com seus negócios.
A Kinea Ventures, que administrava R$ 200 milhões para o banco, deixará de atuar como braço de venture capital, voltando a focar somente em fundos tradicionais. O Itaú também absorveu toda a equipe da Kinea dedicada a esse tipo de investimento.
A meta agora é manter o foco em áreas como fintechs, inteligência artificial e soluções para o setor financeiro, mirando participações minoritárias em empresas que auxiliem o banco a inovar seus produtos e serviços.
Principais pontos:
Valor: R$ 500 milhões no novo fundo próprio do Itaú dedicado a startups.
Estrutura: A operação de CVC foi internalizada e a equipe da Kinea foi incorporada.
Foco: Investimentos minoritários em fintechs, IA e soluções financeiras com potencial de gerar inovação para o banco.
Gigante do mercado pet: Petz e Cobasi formam união de R$ 6,9 bi
Petz e Cobasi confirmaram a fusão, criando hoje uma empresa com faturamento combinado de R$ 6,9 bilhões e participação de cerca de 11% do mercado de pets no Brasil após aprovação do Cade. Os acionistas da Petz receberão R$ 400 milhões na transação R$ 130 milhões em dividendos e R$ 270 milhões em dinheiro.
Apesar do alto valuation da Petz (múltiplo de lucro de 25x), analistas do BTG Pactual alertam para desafios, especialmente por conta da pressão de marketplaces online — como Mercado Livre e Amazon e possíveis ajustes impostos pelo Cade em regiões específicas. Já o JPMorgan estima sinergias de R$ 220 a R$ 330 milhões por ano, com dividendos atrativos de até 14% para os investidores da Petz, caso haja integração bem-sucedida em até três anos.
O setor pet no Brasil movimentou cerca de R$ 77 bilhões em 2024, com forte crescimento nos segmentos de pet care, serviços veterinários (R$ 7,6 bi) e hotéis e creches (R$ 11 bi). A fusão também pode enfrentar oposição da Petlove, que pretende recorrer ao Tribunal do Cade.
Principais pontos:
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Faturamento combinado: R$ 6,9 bilhões, com cerca de 11% de participação no mercado.
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Rendimento aos acionistas: R$ 400 milhões — R$ 130 mi em dividendos + R$ 270 mi em dinheiro.
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Sinergias previstas: Entre R$ 220 mi e R$ 330 mi por ano, com yield de até 14% para quem investiu na Petz.
Minerva se envolve oficialmente na fusão entre BRF e Marfrig
O Cade autorizou na sexta-feira (13 de junho de 2025) a entrada da Minerva como terceira interessada no processo da fusão entre BRF e Marfrig. A Superintendência-Geral já havia aprovado a operação sem restrições em 3 de junho, mas o Tribunal ainda pode receber recursos até 17 de junho. A Minerva argumenta que a fusão pode causar concentração nos mercados de carnes processadas e in natura segmentos em que também atua — e que a presença de um acionista comum (Salic) pode prejudicar a concorrência. O orgão acatou que a empresa mostrou interesse econômico real na operação. Agora, as companhias envolvidas têm 15 dias para recorrer ao Tribunal do Cade.
Principais pontos:
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Prazo até 17 de junho: Superintendência aprovou em 3 de junho; período de recurso termina dentro dos 15 dias permitidos.
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Motivos da Minerva: Preocupações com concentração de mercado e impacto por acionista comum.
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Situação atual: Cade reconheceu legitimidade da Minerva; processo segue para análise no Tribunal.
Mercado dividido sobre Selic: manutenção ou novo ajuste?
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) desta semana deixou o mercado dividido: em pesquisa com 126 instituições, 62% apostam na manutenção da Selic em 14,75%, enquanto 38% esperam um aumento de 0,25 ponto, levando a taxa a 15% — o maior patamar desde julho de 2006 . O cenário global e local, junto a uma comunicação pouco clara desde maio, pesam na tomada de decisão . O Boletim Focus do BC projeta a Selic estável em 14,75% até o fim de 2025 e começando a recuar só em 2026 .
Principais pontos:
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Expectativa do mercado: 62% mantêm em 14,75%, 38% apostam em alta a 15%, patamar mais alto desde 2006.
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Contexto: Incertezas externas e internas e comunicações pouco definidas do BC desde maio intensificam divergências.
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Projeção futura (Focus): Selic permanece em 14,75% até o fim de 2025; estimativa de queda contínua em 2026.
Fundos têm até 30 de junho para se adequar ao novo marco regulatório
A Resolução CVM 175, em vigor desde outubro de 2023, unificou mais de 40 normas sobre fundos de investimento em um único marco jurídico. O prazo final para adequação é em 30 de junho, e a maioria das gestoras já está pronta. O novo regulamento traz melhorias como:
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Reconhecimento dos fundos como “condomínios de natureza especial”, assegurando responsabilidade limitada aos cotistas (sem risco de aporte adicional).
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Transparência total nas taxas (gestão, administração, custódia e distribuição) para facilitar comparação entre produtos.
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Abertura de acesso a fundos como FIDCs (antes restritos), além de permitir estruturação flexível de carteiras em um “fundo guarda-chuva”.
Principais pontos
Item | Detalhe |
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Marco CVM 175 | Unifica 40+ normas em um só regulamento até 30/06/2025 |
Responsabilidade limitada | Cotista só perde o valor investido, sem obrigações extras. |
Novos fundos acessíveis | Varejo agora pode investir em FIDCs e outras estruturas sofisticadas. |
ASA de Alberto Safra compra a Gauss Capital e atinge R$ 5,5 bi sob gestão
A ASA, gestora liderada por Alberto Safra, adquiriu a Gauss Capital, incorporando seus produtos, equipe e o próprio fundador, Fábio Okumura que assume como head de gestão. Com isso, a ASA passa a administrar cerca de R$ 5,5 bilhões, tornando-se ainda mais robusta no mercado de recursos. A Gauss, com perfil macro e quase R$ 2 bilhões no auge, hoje soma R$ 716 milhões, distribuídos entre multimercados, previdência e renda fixa.
Essa é a quarta aquisição do grupo — que já havia incorporado outras gestoras — e faz parte da estratégia de crescimento num cenário em que muitos multimercados sofrem com resgates desde 2022, somando R$ 696 bilhões de saídas líquidas segundo a Anbima.
Principais pontos:
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Gestão consolidada
A ASA já comprou três gestoras anteriormente; ao adicionar a Gauss com R$ 716 milhões, reforça os R$ 5,5 bi totais de ativos sob gestão. -
Experiência somada
Fábio Okumura, ex-Itaú, Credit Suisse e outros, traz know-how e lidera a nova área macro da ASA, fortalecendo a capilaridade da equipe. -
Reação a resgates
Diante de R$ 696 bilhões de saídas nos fundos multimercado, a companhia aposta em aquisições para crescer e compensar a queda de dinheiro nessas carteiras.
Fras‑Le estuda follow‑on de até R$ 300 milhões para ampliar liquidez
A Fras‑Le, fabricante de autopeças controlada pela Randoncorp e avaliada em R$ 7,17 bi, contratou o BTG Pactual e o Itaú BBA para avaliar a realização de um follow‑on (oferta subsequente de ações) que pode levantar até R$ 300 mi. Esse plano incluiria uma oferta primária de novas ações e uma oferta secundária com venda de papéis da Dramd Participações (que detém 12,82% da empresa).
Em comunicado, a Fras‑Le destacou que a acionista Dramd usaria parte dos recursos para reforçar o caixa da controladora. Além disso, tanto Randoncorp quanto Dramd optaram por não exercer o direito de preferência, sinalizando abertura da operação a novos investidores, inclusive no exterior. Por ora, a divulgação de projeções financeiras foi suspensa até definição da estratégia.
Se confirmada, essa seria a quinta oferta subsequente na bolsa em 2025 até agora houve follow‑ons da Caixa Seguridade (R$ 1,21 bi), Azul (R$ 1,66 bi), Orizon (R$ 635 mi) e Méliuz (R$ 180 mi).
Principais pontos
- Follow‑on de até R$ 300 mi
A empresa emitirá novas ações e venderá parte das ações já existentes, estratégia que pode tanto captar recursos novos quanto permitir saída de sócios, sem limitar investidores estrangeiros. -
Até R$ 7,17 bi de valuation
Esse é o valor de mercado estimado da Fras‑Le na bolsa, usado como referência para dimensionar a oferta. -
Quinta operação do ano
Confirma que há retomada de interesse por follow‑ons em 2025, após transações relevantes da Caixa Seguridade, Azul, Orizon e Méliuz.