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Crescimento de M&A no Brasil primeiro semestre 2025 – 28/07/2025

Índice

M&A no Brasil recuperam fôlego após queda por causa do “tarifaço” dos EUA, aponta Bain

De acordo com a consultoria Bain & Company, o mercado global de fusões e aquisições (M&A) já mostra sinais de recuperação em 2025, com crescimento de 11% até maio, mesmo após as incertezas provocadas pelas tarifas impostas pelos EUA em abril. Aqui no Brasil, o movimento segue essa tendência: apesar do choque inicial, o setor segue firme.

Com informações da Aon, o país manteve a liderança em M&A na América Latina no primeiro semestre de 2025, registrando 827 operações e US$ 25,6 bilhões em capital mobilizado — alta de 1% no volume e 12% no valor financeiro, comparado a 2024.

O desempenho brasileiro reflete resiliência e adaptação: apesar dos obstáculos externos como tarifas comerciais, juros altos e instabilidade geopolítica o mercado segue atraente para fusões e aquisições estratégicas, especialmente nos setores de tecnologia, saúde, logística e infraestrutura, que continuam ativos mesmo com restrições macros.

Principais destaques

  1. Resiliência em meio à crise
    Mesmo com tarifas elevadas e alta dos juros impostas nos EUA agravando o cenário, o setor global de M&A demonstrou força, crescendo, 11% até maio.

  2. Brasil segue firme como player principal
    O país ficou à frente da América Latina em número e valor de transações, com leve crescimento em ambos os indicadores, sinalizando maturidade do mercado local.

  3. Investimentos concentrados em poucos negócios grandes
    Embora o número de M&A tenha caído em alguns países da região, o valor médio por operação subiu — o Brasil foi protagonista desse movimento, com foco em contratos de maior porte

Fictor Alimentos acelera expansão com compra de frigorífico em Minas por R$ 30,4 mi

A Fictor Alimentos concretizou a aquisição de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI) da Mellore Alimentos, localizada em Betim (MG), pelo valor de R$ 30,4 milhões. O alvo, em recuperação judicial, foi comprado sem passivos, graças ao efeito da legislação específica de RI‑MAs. A planta, com 8.969 m² de área construída, pode processar até 1.691 toneladas por mês de carne — atualmente plenamente dedicada à suinocultura com inspeção SIF desde 2015.

Essa movimentação representa o primeiro M&A da empresa desde sua estreia na B3 via IPO reverso no fim de 2024. O foco estratégico é fortalecer a posição no mercado de proteínas animais, aproveitando especialmente o potencial exportador da planta para destinos como Oriente Médio e África já habilitados na licença de exportação da unidade. A operação reforça a política de crescimento agressivo da companhia, que pretende atingir R$ 5 bilhões em receita em 2025, via aquisições regulares de frigoríficos até três por trimestre.

 Principais pontos

  1. Aquisição sem passivos financeiros:
    Por tratar-se de uma UPI em recuperação judicial, a empresa compradora não herda dívidas antigas da Mellore somente o ativo operacional.

  2. Planta pronta para exportar:
    A unidade já possui licença para exportar para mais de 100 países e hoje opera com 100% de sua capacidade em carne suína — segmento estratégico para o grupo.

  3. Plano de crescimento acelerado:
    Capitalizada após o IPO reverso, a companhia projeta aquisições contínuas — até 15 frigoríficos até 2026 visando receita de R$ 5 bilhões em 2025.

Logística desponta como setor mais resiliente para fusões e aquisições em 2025

Embora o mercado global de M&A enfrente cautela e queda de 5% em 2024, o setor de logística segue firme: foram 511 transações no mundo naquele ano, e 250 somente no primeiro trimestre de 2025 — um aumento de 3,3% em relação ao último trimestre de 2024 .

No Brasil, o setor se destaca especialmente: das 399 operações de M&A registradas entre janeiro e março de 2025, cerca de 40 envolveram logística e transportes, conforme dados da Zaxo.

Principais destaques

  1. Logística é resiliente
    Mesmo em um cenário global incerto, o setor de transporte e armazenamento manteve bom ritmo de M&A, mostrando ser estratégico e pouco sensível a crises.

  2. Mercado brasileiro acompanha
    O Brasil segue a tendência global: o número de fusões em logística representa mais de 10% do total nacional no trimestre, indicando foco estratégico interno.

  3. Demanda por eficiência operacional
    Empresas visam sinergias e consolidação em cadeia de suprimentos, o que torna ativos logísticos especialmente valorizados nos processos de fusão e compra.

Quinta reunião do Copom pode encerrar ciclo de alta da Selic e será destaque da semana

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nos dias 29 e 30 de julho de 2025 na sua quinta reunião anual, com expectativa geral de manutenção da Selic em 15% ao ano, após sete aumentos consecutivos iniciados em setembro de 2024.

O mercado já precifica essa decisão: 97% de probabilidade de estabilidade, conforme apontam os dados do Boletim Focus e pesquisas entre analistas. Apesar da alta ainda persistente da inflação — estimada em 5,09% para 2025 e fortalecida no IPCA‑15 de julho em 0,33% —, espera-se que Copom mantenha a postura cautelosa, optando por observar os efeitos acumulados das políticas anteriores.

No comunicado, o BC pode mencionar riscos como o impacto do “tarifaço” dos EUA sobre exportações brasileiras, que deverá pressionar o câmbio — e indiretamente a inflação — ainda que sem influenciar decisões imediatas de política monetária.

Projeções de médio prazo:

 Destaques do ciclo

Tema Detalhe
Juros mantidos 15% ao ano novamente
Inflação ainda alta Estimada em 5,09% para 2025, acima do teto de 4,5%
Perspectiva futura Expectativa de cortes a partir de dezembro/janeiro de 2026
Riscos no radar Efeitos do tarifaço dos EUA, câmbio pressionado e cenário fiscal incerto
  1. Pausa no aperto monetário
    Após sete aumentos seguidos, o Copom sinaliza estabilidade: os juros devem permanecer em 15% por enquanto, enquanto avalia os impactos das medidas anteriores.

  2. Inflação ainda acima da meta
    Apesar das quedas recentes nas projeções, o IPCA segue em patamar preocupante, exigindo cautela no ritmo de reformas da política monetária.

  3. Cenário de corte gradual
    A partir de dezembro, os analistas apostam em início de redução nos juros — mas só se houver sinal claro de controle inflacionário e maior previsibilidade fiscal.

BTG inicia operações no Uruguai com aquisição do HSBC por US$ 175 milhões

O BTG Pactual confirmou a compra das operações do HSBC no Uruguai por US$ 175 milhões (aproximadamente R$ 973 milhões), marcando sua primeira entrada no país e ampliando sua atuação na América Latina. A aquisição inclui atividades de varejo, crédito corporativo, banco de investimento e gestão de fortunas, com cerca de 50 mil clientes, o que representa 7% de market share no mercado uruguaio.

A operação segue a estratégia internacional do banco, que já havia adquirido o M.Y. Safra nos EUA (2024) e o FIS Privatbank em Luxemburgo (2023), criando o BTG Pactual Europe. O sócio Rodrigo Goes afirmou que a transação foi “oportunista” e realizada por um preço “muito atraente”, estimando retornos de 25% a 30%, com a operação uruguaia posicionando-se na faixa mais alta dessa expectativa.

O fechamento do negócio está condicionado à aprovação regulatória, com conclusão prevista entre 6 e 12 meses. A operação expande a atuação do BTG em países como Chile, Colômbia, México, Peru e Argentina, e abre caminho para avanços futuros em outros mercados latino-americanos.

Principais pontos

  1. Entrada estratégica no mercado uruguaio
    A compra permite ao banco brasileiro conquistar território espanhol-latino com presença consolidada em serviços bancários diversificados.

  2. Expansão internacional consistente
    O movimento faz parte de um plano mais amplo de diversificação regional, após aquisições nos EUA e Europa, fortalecendo a presença do BTG globalmente.

  3. Alta rentabilidade esperada desde o início
    A operação foi estruturada a um custo considerado baixo, com expectativa de retorno de curto prazo acima de 25% — desempenho sólido para o setor bancário.

Aumento de M&A Brasil–EUA reflete busca por proteção diante das tarifas de Trump

O volume de fusões e aquisições (M&A) envolvendo empresas brasileiras e americanas cresceu 66,7% no 1º semestre de 2025, segundo dados da TTR Data, passando de 18 para 30 operações em relação ao mesmo período de 2024. Esse movimento ocorre mesmo com o valor agregado dessas transações caindo cerca de 76,6%, totalizando R$ 1,48 bilhão, o que indica foco em negócios menores e estratégicos ([turn0search4]).

Especialistas apontam que essa tendência reflete uma estratégia de proteção comercial, diante da aproximação da reeleição de Donald Trump e seu pacote de tarifas de até 50% sobre importações brasileiras, especialmente para setores ligados ao agronegócio e indústria ([turn0search4]). O cenário geopolítico combina riscos regulatórios com busca por estabilidade, levando empresas brasileiras a investirem nos EUA como hedge contra barreiras futuras.

Principais pontos

  1. Empresas se antecipam ao risco
    Negócios nos EUA ajudam a blindar ativos brasileiros contra possíveis tarifas e restrições comerciais.

  2. Compras táticas, não de expansão
    O aumento no número de operações surge com valores médios mais baixos, mostrando objetivo estratégico, não apenas escala.

  3. Real valorizado abre oportunidade
    Com o câmbio forte, o capital brasileiro ganha poder de compra no exterior — um incentivo adicional para M&A com proteção embutida.

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