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A Crise do Banco Master amplia o debate sobre a reforma do FGC – 25/11/2025

A crise do Banco Master amplia o debate sobre a reforma do FGC

Banco Master

A liquidação do Banco Master expôs fragilidades no modelo atual do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Especialistas, como o ex-presidente do fundo Jairo Saddi, defendem que o FGC voltou a ser usado como ferramenta de marketing para atração de clientes — quando sua função principal deveria ser proteger depositantes. Para corrigir isso, ele propõe aumentar o número de instituições que contribuem para o fundo (incluindo fintechs) e limitar a garantia para aplicações mais agressivas.

Saddi alerta que, se não houver mudanças, os custos de eventuais quebras tendem a ser repassados à população por meio de taxas bancárias (spreads) mais altas. Além disso, ele sugere mais transparência nas métricas de risco do FGC e uma revisão de sua estrutura institucional, avaliando até mesmo uma reformulação de sua natureza jurídica.

Principais pontos da notícia:

  1. Risco de “marketing garantido”
    O FGC está sendo usado por alguns bancos para fazer propaganda e atrair investidores com garantias, em vez de focar em sua função real de proteção.

  2. Quem paga a conta se houver mais quebras?
    Se instituições continuarem quebrando e recorrendo ao fundo, o custo pode subir e, no fim, recair sobre os consumidores — por meio de taxas bancárias maiores.

  3. Reforma para tornar o sistema mais justo
    A proposta é ampliar quem contribui para o fundo (não apenas bancos grandes) e limitar a garantia para aplicações arriscadas, além de aumentar a transparência das regras e métricas.

A boutique de M&A que bateu 500 transações só no lado vendedor

A igc Partners, boutique de M&A sediada na Faria Lima, acaba de bater a marca de 500 deals de fusões e aquisições em sua trajetória de 28 anos. O grande diferencial da casa é que ela assessora apenas o lado vendedor, recusando operar no buy side para evitar conflitos de interesse. Essa postura tem permitido à igc superar grandes bancos de investimento — pela quantidade de operações de venda que conduz — segundo dados do Mergermarket.

Dos 500 negócios, 102 foram na América Latina entre 2021 e o terceiro trimestre de 2025. Para os fundadores, agir sempre do lado de quem vende é parte de uma estratégia de longo prazo: construir reputação, preservar relacionamento e atrair clientes por indicação, mesmo se isso significar “deixar dinheiro na mesa” agora. Além disso, quase todos os sócios da firma foram promovidos internamente — o que reforça a coesão da equipe.

Principais pontos da notícia:

  1. Foco só no vendedor
    A igc só assessora quem está vendendo a empresa, o que evita conflitos — eles não querem operar para compradores, porque isso poderia comprometer a independência.

  2. Longo prazo + reputação
    Mesmo que recusando alguns negócios, a empresa aposta em construir reputação. Clientes satisfeitos indicam outros, e isso fortalece a marca.

  3. Time engajado e estável
    Quase todos os sócios saíram de dentro da própria igc — isso ajuda a manter cultura, foco e qualidade nos negócios.

TRXF11 investe quase R$ 1 bilhão em novas aquisições em apenas dois dias

O fundo imobiliário TRXF11, da gestora TRX, anunciou três grandes compras nos últimos dois dias, somando quase R$ 1 bilhão. Entre os ativos adquiridos estão um complexo logístico em Varginha (MG) avaliado em R$ 285 milhões, imóveis do Grupo Mateus por cerca de R$ 379,9 milhões e sete lojas do Atacadão (Carrefour Brasil) por R$ 297,1 milhões. Com essas aquisições, o portfólio do fundo agora tem 87 imóveis espalhados por 16 estados e 52 cidades, totalizando 988,4 mil m² de ABL, com um patrimônio investido de R$ 5,29 bilhões.

Principais pontos da notícia:

  1. Diversificação geográfica e setorial
    Com as novas aquisições, o fundo amplia sua presença para 16 estados e 52 cidades, o que ajuda a reduzir riscos ao espalhar os ativos por diferentes regiões e segmentos (logístico, varejo).

  2. Contrato de longo prazo = estabilidade
    Parte das compras (como as lojas do Grupo Mateus) vêm com contratos bem longos (20 anos), o que dá previsibilidade de receita para o TRXF11.

  3. Crescimento agressivo com capital
    Usando sua capacidade de levantar recursos, o fundo está investindo pesado para crescer — quase R$ 1 bilhão em dois dias é um movimento ambicioso, que reforça a estratégia de expansão rápida.

Semana decisiva para FIIs: aquisições milionárias e mudança de estratégia

Os fundos imobiliários (FIIs) viveram uma semana importante marcada por Assembleias Gerais Extraordinárias (AGEs), aprovações de compras de ativos e reestruturações estratégicas. Um dos destaques é o BRCO11, que obteve aval para adquirir dois imóveis logísticos por R$ 462,7 milhões — mesmo sendo esse valor 13,5% abaixo das avaliações da Cushman & Wakefield. A gestora aposta numa taxa interna de retorno (TIR) alta, entre 26,8% e 35,9%, além de projetar crescimento de 4,5% ao ano nos resultados recorrentes.

Já o TRXF11 firmou contrato para comprar sete imóveis usados pelo Atacadão (Carrefour) em modelo sale-leaseback, por R$ 297,16 milhões, com pagamento principal previsto até 19 de dezembro e correção pelo IPCA. Os contratos de aluguel têm prazo de 15 anos, com cláusulas de multa integral e sem possibilidade de revisão de aluguel.

Outro movimento relevante veio do RBFF11, que está em votação para mudar seu regulamento: passaria de FOF (fundo de fundos) para um fundo multiestratégia, investindo diretamente em imóveis, com novo nome (provavelmente RBFM11) e governança reforçada.

Além disso, o SNFZ11 (Fiagro) captou R$ 58,9 milhões na sua 2ª oferta de cotas, quase dobrando o patrimônio do fundo, para expandir em fazendas rurais. E o HGBS11 anunciou a compra de 20% do ParkShopping São Caetano (SP), por R$ 237 milhões, com pagamento escalonado.

Principais pontos da notícia:

  1. Expansão agressiva via aquisições
    Alguns FIIs estão comprando imóveis caros e estratégicos, o que pode aumentar seu potencial de renda no longo prazo.

  2. Longo prazo + segurança
    No caso do TRXF11, os contratos de locação dos imóveis comprados são de 15 anos, o que traz estabilidade para o fundo.

  3. Mudança de perfil de fundo
    O RBFF11 quer deixar de ser “só um fundo de fundos” para ter autonomia para investir diretamente em imóveis, o que pode trazer mais retorno — mas também mais responsabilidade.

Aliança amazônica cria nova rota para destravar hidrovias na região

Durante a COP30, foi assinada a “Aliança pelo Transporte Sustentável, Resiliente e Integrado na Amazônia”, que reúne Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname, com apoio do BID e do Banco Mundial. A iniciativa coloca o transporte fluvial como prioridade de curto prazo e abre caminho para destravar projetos hidroviários importantes, especialmente nos rios Madeira, Tocantins e Tapajós, que hoje esbarram em dificuldades financeiras, ambientais e regulatórias.

Há obstáculos sérios para esses projetos: muitos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEAs) estão desatualizados; há divergência entre órgãos federais; os custos de dragagem e balizamento são elevados; e as pressões socioambientais, além de riscos de litígio, também dificultam o avanço. A expectativa é que os países da Aliança avancem com um plano de ação para 2026–2030.

Além disso, o setor defende instrumentos financeiros inovadores, como cat bonds (títulos para riscos climáticos), para aumentar a resiliência das obras diante de eventos naturais extremos. Também há ideia de criar um sandbox regulatório para facilitar projetos que ajudam a adaptar a infraestrutura ao clima.

Principais pontos da notícia:

  1. Mais cooperação entre países amazônicos
    A aliança junta diversas nações da Amazônia para trabalhar juntas no transporte fluvial, o que pode facilitar investimentos e ações coordenadas que antes eram fragmentadas.

  2. Hidrovias paradas podem sair do papel
    Projetos grandes, como as hidrovias do Madeira, Tapajós e Tocantins, enfrentam problemas para avançar — a aliança pode destravar dinheiro, definir concessões e alinhar os estudos necessários.

  3. Protegendo a infraestrutura com finanças verdes
    A ideia de usar “cat bonds” é uma forma de garantir que, se houver desastres naturais (enchentes, por exemplo), parte do custo de reconstrução venha de investidores, não só do governo.

BNDES aposta R$ 409 mi na Cosan para reforçar atuação em infraestrutura e energia

O BNDES, por meio da sua subsidiária BNDESPar, investiu R$ 409 milhões na Cosan durante recentes ofertas públicas de ações. Com isso, o banco de desenvolvimento passará a deter aproximadamente 2% da companhia. A operação faz parte da estratégia do BNDES de fomentar o mercado de capitais e apoiar empresas que têm papel relevante em setores estratégicos como infraestrutura, transição energética e agroindústria. A captação total da Cosan nas ofertas chegou a R$ 10,5 bilhões, valor que a empresa pretende usar para reforçar sua liquidez e reduzir o endividamento consolidado.

Principais pontos da notícia:

  1. Investimento estratégico do BNDES
    O banco público não está apenas emprestando dinheiro: está se tornando sócio da Cosan para ter participação em uma empresa-chave para áreas como energia limpa e infraestrutura.

  2. Refinanciamento da Cosan
    A Cosan usará parte da captação com os novos sócios para pagar dívidas, o que pode aliviar a pressão financeira e melhorar seu perfil de crédito.

  3. Aposta de longo prazo
    A participação de 2% pode parecer pequena, mas para o BNDES é uma forma de se manter alinhado com projetos que têm impacto econômico e social no Brasil, sem depender só de financiamento tradicional.

São Paulo adia PPP de R$ 6 bilhões após pedido de mais prazo por empresas

O governo de São Paulo decidiu postergar o leilão da Parceria Público-Privada (PPP) para construir seu novo Centro Administrativo no bairro Campos Elíseos, cujo valor estimado é de R$ 6 bilhões, depois que empresas interessadas solicitaram tempo extra para organizar garantias e documentos. A decisão visa garantir maior participação e segurança no processo.

Principais pontos da notícia:

  1. As empresas pediram mais tempo
    Algumas companhias interessadas no projeto alegaram que precisavam de mais prazo para fechar garantias e lidar com a documentação, o que levou ao adiamento.

  2. Projeto bilionário para reestruturar o governo
    A PPP não é só para construir prédios: é para concentrar secretarias e órgãos estaduais em um novo centro administrativo, o que deve melhorar eficiência.

  3. Compromisso de longo prazo
    O contrato é para 30 anos, o que significa que a iniciativa privada vai gerenciar e manter esse centro administrativo durante décadas.

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