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Magalu e a aposta da Família Trajano – 18/02/2025

Índice

A aposta da Família Trajano para a Magalu

O Magazine Luiza, ou Magalu, passou de promessa de “big tech brasileira” a uma varejista tradicional com forte dependência das lojas físicas. Seu valor de mercado despencou de R$ 177,5 bilhões em 2020 para menos de R$ 6 bilhões, frustrando investidores e reduzindo significativamente o patrimônio da família Trajano. 

Os controladores, que já perderam mais de R$ 100 bilhões, reforçaram a aposta na companhia, injetando R$ 1,25 bilhão no ano passado. Apesar da recente recuperação de resultados, o mercado segue cético quanto ao futuro da empresa. 

Ascensão e Queda 

A valorização da Magalu começou em um cenário favorável de juros baixos e grande interesse por empresas com potencial de crescimento. Sob a gestão de Frederico Trajano, a companhia investiu fortemente na digitalização, adquirindo diversas empresas e criando uma expectativa de transformação em gigante do e-commerce. 

No auge, durante a pandemia, a empresa foi impulsionada pelo aumento das compras online, atraindo investidores e atingindo mais de 1 milhão de acionistas. No entanto, com a alta da Selic e o desaquecimento do consumo, o valor das ações despencou. 

Os Desafios 

O Magalu enfrentou dificuldades na integração das empresas adquiridas, viu a concorrência de Mercado Livre e Amazon crescer e lidou com altos custos logísticos. O lucro deu lugar a prejuízos, e a empresa perdeu competitividade. 

Além disso, os fundadores do KaBuM!, vendidos ao Magalu em 2021, entraram na Justiça alegando prejuízo na transação devido à desvalorização das ações recebidas como pagamento. 

O Futuro da Magulu

A empresa aposta agora em um novo ciclo estratégico, focado na melhoria operacional, diversificação de receitas e otimização de custos. Entre as iniciativas estão o fortalecimento do marketplace, logística (Magalog), pagamentos (MagaluPay) e publicidade digital (MagaluAds). 

A gestora Alaska, que lucrou com o Magalu no passado, voltou a investir na empresa, reacendendo especulações sobre uma possível fusão. No entanto, o cenário mais provável é que o Magalu se consolide como uma varejista menor, focada no público de baixa renda. 

Resumo da operação: 

Queda do Valor de Mercado: O Magazine Luiza viu seu valor de mercado despencar de R$ 177,5 bilhões em 2020 para menos de R$ 6 bilhões, refletindo uma forte frustração dos investidores. A principal consequência foi a perda expressiva para a família Trajano, que viu mais de R$ 100 bilhões evaporarem de seu patrimônio. Além disso, o mercado reavaliou o real valor da empresa, percebendo que suas perspectivas de crescimento não se concretizaram como esperado. 

Mudança de Estratégia: Antes vista como uma possível gigante da tecnologia, a empresa precisou se adaptar à realidade do varejo tradicional. A concorrência acirrada com Mercado Livre e Amazon revelou a dificuldade do Magalu em competir com empresas nativas digitais. Além disso, a integração das empresas adquiridas ao longo dos anos não trouxe os retornos esperados, contribuindo para o cenário de dificuldades e revisões estratégicas. 

Plano de Recuperação: Diante da crise, o Magalu aposta na eficiência operacional e na diversificação de receitas para recuperar sua posição no mercado. A estratégia inclui o fortalecimento do marketplace, investimentos na logística e ampliação dos serviços financeiros por meio do MagaluPay. Apesar das especulações sobre uma possível fusão, a tendência é que a empresa se consolide como uma varejista menor, focada no público de baixa renda e na otimização de custos. 

Carrefour Brasil pode fechar capital e ações disparam

O grupo francês Carrefour estuda fechar o capital de sua operação no Brasil, proposta que já está em discussão no conselho de administração da empresa. A notícia fez as ações do Carrefour Brasil subirem 12,4% na B3. O plano prevê a incorporação total das ações da subsidiária em uma nova empresa controlada pela matriz francesa, tornando-a uma subsidiária integral. 

O Carrefour propõe diferentes opções para os acionistas. Na primeira, os investidores receberiam R$ 7,70 por ação, um prêmio de 19,3% sobre o fechamento anterior. Na segunda, cada ação seria trocada por 0,045 ação do Carrefour na Bolsa de Paris, mais R$ 3,85 em dinheiro. A terceira opção prevê a conversão por 0,09 ação da matriz francesa, sem pagamento adicional. Em qualquer cenário, os acionistas teriam um prêmio de até 32,4% sobre a média dos últimos 30 dias. 

A operação pode facilitar a saída da Península, family office da família Diniz, que cogitava vender sua participação. No entanto, o Carrefour confirmou que a Península optará por converter suas ações locais em papéis da matriz francesa. Um comitê independente foi formado para avaliar a proposta, que ainda está em negociação com a controladora. 

Resumo da operação: 

Fechamento de capital: O Carrefour Brasil pode ser transformado em uma subsidiária integral da matriz francesa, com incorporação total das ações. 

Impacto nas ações: O anúncio fez os papéis da empresa subirem 12,4% na B3, e os acionistas podem receber prêmios de até 32,4% sobre a média das últimas cotações. 

Península e família Diniz: O family office da família Diniz considerava vender sua participação, mas optou por converter suas ações em papéis da matriz francesa. 

Nutrien coloca cinco fábricas de fertilizantes à venda

A Nutrien decidiu vender cinco fábricas de fertilizantes no Brasil, que juntas têm capacidade produtiva de 3 milhões de toneladas por ano. A gigante canadense busca um comprador único para todo o pacote, mas está aberta a negociações individuais. A Volt Partners foi contratada para conduzir o processo, e as conversas já começaram, com expectativa de fechamento ainda no primeiro semestre. 

O investimento nas unidades nos últimos anos foi de aproximadamente R$ 400 milhões, e a empresa espera obter um valor acima desse patamar. Em 2023, a Nutrien já havia paralisado as operações dessas fábricas devido à crise no agronegócio, causada pela queda dos preços das commodities e o aumento da inadimplência dos produtores rurais. Agora, com sinais de recuperação no setor, optou pela venda dos ativos em vez de retomar a produção. 

As fábricas estão localizadas em Itapetininga (SP), Alfenas e Araxá (MG), Morrinhos e Cristalina (GO). A unidade de Alfenas, concluída em 2024, nunca chegou a operar. Todas passaram por modernizações e possuem capacidade para produzir fertilizantes NPK, além de misturas especiais. 

A Nutrien, avaliada em US$ 24 bilhões na Bolsa de Toronto, segue como um dos principais players do setor agrícola no Brasil. Além dos fertilizantes, atua na produção de sementes, exploração de minas de potássio e no varejo agrícola, competindo com empresas como Lavoro e Agrogalaxy. Em 2022, reforçou sua presença no mercado ao adquirir a Casa do Adubo por R$ 1,5 bilhão. 

Resumo da operação: 

Venda de fábricas: A Nutrien colocou à venda cinco unidades de fertilizantes com capacidade de 3 milhões de toneladas/ano, após investir R$ 400 milhões nelas. 

Motivo da decisão: Com a crise do agronegócio, a operação foi paralisada em 2023; agora, a empresa vê melhores oportunidades na venda dos ativos. 

Impacto no mercado: A Nutrien segue forte no Brasil, com presença em sementes, potássio e varejo agrícola, competindo com grandes empresas do setor. 

JiveMauá compra galpões de Michael Klein por R$ 1 Bilhão

O fundo imobiliário Mauá Logístico FII (MCLO11) adquiriu quatro galpões da Icon Realty, empresa de Michael Klein, por R$ 1,07 bilhão. O pagamento foi dividido em R$ 970 milhões à vista e R$ 100 milhões a serem quitados em 12 meses. A transação foi financiada pela captação de R$ 1,24 bilhão realizada em janeiro pela gestora JiveMauá. 

Os imóveis estão em Cajamar, Jundiaí, Ribeirão Preto e Duque de Caxias, e são alugados para Ford e Casas Bahia, com contratos até 2030 e 2032, respectivamente. O preço pago foi de R$ 1,8 mil por metro quadrado, considerado uma grande oportunidade de mercado. A aquisição fez a JiveMauá multiplicar por cinco seus ativos logísticos, aumentando seu portfólio de “tijolos” de 20% para 40% do total sob gestão. 

A gestora optou por um modelo de fundo com cotas sênior e subordinadas, proporcionando rentabilidades atrativas: IPCA + 9% para investidores em geral e um dividend yield de 12% para investidores qualificados. Com um horizonte de sete anos e sem uso de dívida na aquisição, a JiveMauá acredita que entregará os retornos prometidos. O valor restante da captação será direcionado para ativos de crédito, sem previsão de novas aquisições no curto prazo. 

Resumo da operação: 

Aquisição Bilionária: A JiveMauá fechou a compra de quatro galpões logísticos da Icon Realty por R$ 1,07 bilhão, consolidando sua estratégia no setor. O pagamento foi estruturado em R$ 970 milhões à vista e mais R$ 100 milhões a serem quitados em 12 meses, financiados pelo próprio vendedor. 

Expansão do Portfólio: Com essa aquisição, a JiveMauá multiplicou por cinco o volume de ativos logísticos sob sua gestão. Os galpões estão alugados para grandes empresas, como Ford e Casas Bahia, que possuem contratos de locação até 2030 e 2032, garantindo previsibilidade de receita e valorização dos imóveis ao longo do tempo. 

Modelo de Investimento e Rentabilidade: O fundo imobiliário foi estruturado com duas classes de cotas: sênior, que oferece rentabilidade de IPCA + 9%, e subordinada, que pode atingir um dividend yield de 12%. A aquisição foi financiada integralmente pela captação de R$ 1,24 bilhão realizada em janeiro, sem necessidade de endividamento. Além disso, os R$ 200 milhões que sobraram dessa captação serão alocados em ativos de crédito, reforçando a estratégia da gestora em equilibrar retorno e segurança para os investidores. 

Bombril entra com pedido de RJ para superar dívidas bilionárias

A Bombril, famosa fabricante de produtos de limpeza, entrou com um pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira devido a uma dívida financeira de R$ 300 milhões. O pedido abrange a empresa operacional, incluindo também a Brilmaq Empreendimentos Imobiliários e a Bril Cosméticos. A medida visa reestruturar suas finanças, evitar a execução antecipada de dívidas e regularizar os passivos tributários da empresa, que somam R$ 2,3 bilhões. A Bombril tem mostrado crescimento recente, com lucro líquido e aumento nas vendas, mas ainda enfrenta um pesado passivo tributário e uma estrutura de capital fragilizada, resultado de investimentos malsucedidos no passado. 

A empresa, controlada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira e com participação minoritária do bilionário Silvio Tini, busca, por meio da recuperação judicial, negociar suas dívidas, principalmente com os bancos, e resolver a situação fiscal da empresa. O foco é encontrar uma solução para os passivos tributários acumulados ao longo do tempo e que impactam diretamente a capacidade de geração de caixa da companhia. A Bombril, que produziu marcas como Mon Bijou, Limpol, Sapólio e Pinho Bril, passou por diversas dificuldades financeiras, como a falta de produtos nas gôndolas, e sofreu uma reestruturação desde 2006, quando Ronaldo Ferreira reassumiu o controle da companhia. 

O pedido de recuperação judicial também reflete o impacto de gestões anteriores, como a de Cragnotti & Partners Capital Investments Brasil, que adquiriu a Bombril após a morte do fundador, Roberto Ferreira Sampaio, e realizou investimentos que, com o tempo, se mostraram errados, como na compra de títulos de dívida americanos e argentinos. Isso levou a autuações da Receita Federal, agravando a dívida tributária, o que ainda reflete na estrutura de capital da empresa. 

Apesar das dificuldades, a Bombril apresentou resultados positivos em 2023, com um lucro líquido de R$ 56,4 milhões e um Ebitda de R$ 181 milhões até setembro de 2024. Embora a empresa tenha dificuldades para gerar caixa e continue com um passivo a descoberto, o CEO, Wagner Brilhante, acredita que a recuperação judicial é uma medida importante para dar estabilidade à empresa e permitir um novo ciclo de crescimento no futuro. O foco agora é reestruturar a dívida e criar um ambiente seguro para que a companhia consiga superar sua crise financeira. 

Resumo da operação: 

Dívidas e recuperação judicial: A Bombril entrou com um pedido de recuperação judicial devido a uma dívida de R$ 300 milhões e passivos tributários de R$ 2,3 bilhões, buscando uma reestruturação financeira e regularização fiscal. 

Impacto de gestões anteriores: A empresa ainda sofre as consequências de investimentos malsucedidos realizados sob a gestão da Cragnotti & Partners Capital Investments Brasil, que agravaram sua dívida tributária. 

Resultados recentes: Em 2024, até setembro, a Bombril teve lucro líquido de R$ 56,4 milhões e Ebitda de R$ 181 milhões, embora ainda enfrente desafios para gerar caixa e resolver seu passivo. 

WeVets expande e fortalece presença no mercado veterinário com aquisição da Animaniac’s

A WeVets, uma das principais redes de hospitais veterinários do Brasil, adquiriu o controle da Animaniac’s, que possui três unidades na Zona Leste de São Paulo, como parte de sua estratégia de crescimento após receber um investimento de R$ 400 milhões do fundo L Catterton. Essa transação visa consolidar a posição da WeVets no mercado de saúde veterinária, que movimenta cerca de R$ 90 bilhões anualmente e está passando por um processo de profissionalização e inovação.

A Animaniac’s, fundada em 2002, é uma referência na prestação de serviços veterinários em alta complexidade, com unidades 24 horas e um portfólio de serviços que inclui UTI, internação, fisioterapia, hidroterapia e diversas especialidades, como cardiologia, oncologia e ortopedia. A rede, que conta com mais de 150 colaboradores, se destaca por seu atendimento especializado e infraestrutura de ponta. A aquisição pela WeVets tem como objetivo combinar a tradição da marca Animaniac’s com as inovações tecnológicas e operacionais da WeVets, garantindo a continuidade da excelência no atendimento. 

O modelo de aquisição adotado pela WeVets é diferente do tradicional, pois, apesar de assumir o controle societário, a empresa mantém os fundadores da Animaniac’s no comando das operações do dia a dia. As sócias Tatiana e Thaís Machado continuarão liderando a rede, com o suporte da WeVets em termos de capital, tecnologia e estratégias de gestão. Esse modelo permite que as marcas adquiridas preservem sua identidade e valores, enquanto se beneficiam das ferramentas e recursos necessários para otimizar suas operações e expandir sua capacidade de atendimento. 

A WeVets, fundada em 2020 por Chang Lee e Rodrigo Gatti Pinheiro, ex-executivos do BTG Pactual, tem crescido rapidamente, ampliando sua rede para 17 unidades em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Com a inclusão da Animaniac’s, o número de unidades operacionais da WeVets aumentará para 20 até o final de 2024. Além de adquirir hospitais, a WeVets tem se destacado por seu modelo de negócios, que inclui a oferta de serviços 24 horas e um sistema próprio de autoagendamento de consultas, além de um portal exclusivo para médicos veterinários. A empresa também tem investido em educação, com uma parceria com o grupo Ânima para oferecer residência médica veterinária, visando qualificar ainda mais seus profissionais. 

Além da expansão via aquisições, a WeVets também está apostando em inovação tecnológica como um dos pilares de seu crescimento. O mercado veterinário no Brasil ainda é muito fragmentado, com muitas clínicas independentes que não possuem a infraestrutura para competir com grandes redes. A WeVets visa profissionalizar o setor, implementando práticas de gestão modernas e eficientes, além de levar tecnologia para hospitais independentes. Essa estratégia tem como objetivo garantir que a WeVets se posicione como um dos principais players do setor nos próximos anos. 

O mercado de saúde veterinária no Brasil, que é o terceiro maior do mundo, ainda tem muito espaço para crescimento e consolidação. A WeVets já está olhando para novas aquisições e ampliando sua presença geográfica. Atualmente concentrada em São Paulo e Porto Alegre, a empresa está avaliando expandir para outras cidades. Além disso, a WeVets continua investindo na formação de profissionais veterinários, dado o grande número de veterinários no Brasil, mas a lacuna em especialidades médicas que ainda precisa ser preenchida. 

A WeVets, com sua forte estratégia de crescimento orgânico e por aquisições, está bem-posicionada para se tornar um dos principais grupos de saúde veterinária no Brasil, ao unir excelência no atendimento, tecnologia e gestão de ponta. 

Resumo da operação:

Aquisição: A WeVets comprou o controle da Animaniac’s, uma rede de hospitais veterinários com três unidades em São Paulo, com foco em alta complexidade. 

Avaliação da empresa: Após o aporte de R$ 400 milhões da L Catterton, a WeVets foi avaliada em R$ 400 milhões. 

Modelo de governança: A WeVets assume o controle societário, mas os fundadores da Animaniac’s continuam liderando a operação.

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